Tudo o que você deveria saber antes de ter seu primeiro parto

Mulheres grávidas

Você deve saber ou no mínimo sentir que para todas as situações que vivenciamos, nossa mente possui um programa que nos conduz acertadamente. Veja como exemplo a respiração. O programa que a conduz é acionado no primeiro instante em que o bebê deixa o útero materno levando-o a suprir o corpo com o oxigênio necessário a sua sobrevivência uma vez que está sendo desligado da fonte que lhe abastecia de vida.

Observando a respiração  nos certificamos da capacidade de nossa mente de conduzir de forma plena todas as situações em que somos colocados. Ela mantém a vida fluindo em nós sem que precisemos pensar sobre ela, sem que possamos ter qualquer tipo de controle ou resistência em relação a ela. A respiração se impõe sobre nós automaticamente como fonte de vida. Nada se pode fazer para impedi-la de manter a vida fluindo em nós através do ar que entra e sai a cada ciclo.

Ela é a mantenedora da vida desde o início de nossa jornada e a última a ser desligada quando já não há mais vida em nossos corpos.

É natural que tenhamos vários desses “programas” em nós como parte de nossa natureza humana. Eu sempre digo que um dos programas mais perfeitos que existe é o que aqui chamaremos de “Programa Parto”. Ele é acionado diretamente na mente da mãe quando o bebê está pronto para iniciar sua trajetória fora do útero materno. 

Toda mulher que já passou por um parto consegue compreender que vivenciou este programa, mesmo sem ter conhecimento de suas etapas. Aquelas mulheres que ainda irão experimentá-lo, poderão identificar cada passo com total consciência depois de lerem o resto deste texto. 

Etapa 1 – A preparação

Mulher grávida limpando a casa

Quem é mãe ou quem esteve ao lado de uma mulher no  final da gravidez,  percebeu que em determinado momento a gestante começa uma arrumação repentina na casa, no quarto do bebê ou até mesmo reorganizando as roupinhas na gaveta. Este é o sinal que o programa foi acionado. 

Pois em seu estado natural a mulher realmente precisaria organizar um local confortável e seguro para parir. Logo após este início, o programa faz então com que seja liberado em seu sistema uma grande quantidade de ocitocina que, chegando ao útero, dará início às contratações.

A ocitocina é o hormônio do amor portanto o bebê estará sendo forçado a sair do útero por amor. 

Etapa 2 – Prazer e dor

Mulher tendo um parto

Logo depois, para amenizar as dores provocadas pelas contratações, o programa provoca a liberação de endorfina no sistema. Endorfina é o hormônio do prazer. A gestante começa a sentir, mesmo em meio à dor provocada pelas contratações, sensações genuínas de prazer, o que a ajuda no processo.

Quando  o bebê começa a sair do corpo materno, assim que passa pelo abertura vaginal, o programa promove a liberação imediata de adrenalina no sistema, principalmente na  região vaginal. Adrenalina é o hormônio do estado de prontidão. Ela é liberada para que a mulher, mesmo estando extenuada, fique em estado de alerta para proteger o bebê e também para que, quando a cabeça do bebê passar pela saída da vagina, receba uma descarga de adrenalina que o permita abrir os olhos para que possa fixar o olhar nos olhos da mãe.

Esta troca de olhares é fundamental para o bebê pois neste momento ele se reconecta com a mãe e sente-se protegido.

Etapa 3 – A placenta e o amor incondicional

Para completar o processo, o programa leva o corpo a expulsar a placenta pois no momento em que este composto intra-uterino passa pela abertura vaginal há a liberação imediata da maior quantidade de ocitocina que qualquer mulher já experimentou.

Esta liberação de ocitocina leva a jovem mãe a experimentar a emoção genuína do amor incondicional.

Neste momento, nem mesmo a dor que ainda persiste no corpo pelo processo, impedirá a jovem mãe de sentir amor e  ir às lágrimas sem nem mesmo saber o porquê . É um programa complexo que só pode ser comandado nesta perfeição devido ao potencial inimaginável que a mente possui.

Assim nos tornamos mães e começamos uma outra jornada que nos acompanhará por toda a vida sem possibilidade de retrocesso.

Etapa 4 – Apanhando o recém nascido no colo

Mulher depois do parto com filho no colo

Quando se pega o bebê no colo pela primeira vez ele está com a carga de adrenalina que recebeu ao sair de dentro da mãe e está assustado pelas novas sensações que está experimentando. A respiração se impôs pela primeira vez rompendo caminho através das narinas e de todo o aparelho respiratório. Isto lhe causa estranheza  e desconforto. 

Mas a mãe, com a saída da placenta, acabou de receber a maior quantidade de ocitocina que já  experimentou. Está impregnada com o hormônio do amor, então no momento em que o bebê é colocado no seu colo, e começa a sentir a pele da mãe, sente aconchego em seus braços e, como a mulher está imersa nesta carga de ocitocina, o bebê sente-se acolhido por este amor. Por isso se acalma imediatamente pois está substituindo a adrenalina por ocitocina.

Mãe e filho tornam-se novamente um só neste momento. O mesmo amor que o expulsou do útero o acolhe agora. O vínculo se forma e o amor impera nesta relação.

Etapa 5 – Levando o bebê pra casa

Mãe com bebê recém nascido

Depois de tantas emoções vivenciadas pelo “Programa Parto” o “Programa Mãe” começa a ser acionado.Mesmo que você seja uma mãe de primeira viagem e não tenha ninguém para acompanhá-la nos primeiros dias de cuidados com o bebê, fique tranquila, sua mente vai comandar a situação com maestria liberando todas as informações necessárias a essa nova etapa. 

O seu corpo está sendo adaptado para produzir o alimento necessário ao seu bebê e caso isto não aconteça você saberá buscar alternativas. Vocês foram um só durante muito tempo e isto lhe capacita a sentir as necessidades do bebê apenas observando suas reações. Fique atenta sim, mas ao mesmo tempo tranquila, sua mente lhe orientará melhor do que qualquer especialista.

Conclusão

Ser mãe é a mais complexa das missões que nós mulheres podemos vivenciar. Seja por uma opção consciente ou não, ela nos proporciona sensações e aprendizados ímpares. É tão ambígua quanto o parto, que mistura prazer e dor e ao mesmo tempo nos oferece a oportunidade  experimentar a sensação de receber a maior carga de amor de toda a nossa existência. 

Ser mãe é muito mais que uma experiência é uma oportunidade de alcançar a excelência do amor em toda a sua dimensão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *