
Como é a criança
Neste período a introjeção das funções paterna e materna tende a consolidar-se. A criança ainda estará tentando ocupar mais espaço e ampliar seus limites. Ao ser limitada em suas ações e comportamentos , a criança experimentará pequenas doses de frustração ao não conseguir o que deseja.
É é com essas frustrações dentro da dinâmica familiar que ela estará se preparando para lidar com as frustrações que a vida irá lhe impor.
Neste período seus desafios serão mais direcionados à mãe. Ela buscará uma maior aproximação com o pai e continuará tentando impor sua vontade, testando os limites dos pais. Já será capaz de criar pequenas intrigas onde possa tirar vantagens pessoais.

O que fazer
Entenda que isto não é desamor ou rejeição pela mãe, e sim um desenvolvimento saudável. Ela está no que chamamos na psicologia de fase genital. Por estar nesta fase, é natural que surja neste momento também a descoberta das sensações genitais. A masturbação será descoberta. Lidar com isso exige equilíbrio para não aterroriza-la com pressões físicas e/ou psicológicas e morais, e nem deixar que este comportamento aconteça sem qualquer direcionamento. O melhor caminho é entender que para a criança abandonar uma fonte de prazer, basta que lhe seja apresentada uma alternativa, portanto quando encontrá-la se masturbando, dê o mínimo de importância ao fato e convide-a para fazer outra coisa.

Diga que tem algo mais interessante a fazer como por exemplo ver um programa ou filme com você. Desvie a atenção dela, mude o foco. Procure enfatizar o mínimo possível o ato em si. A sua desatenção a este comportamento fará com que ela vá aprendendo que a sexualidade é apenas uma opção entre muitas outras que proporcionam prazer. E que é natural pois não alcançou lugar de destaque e muito menos castigos.
Outro ponto importante nesta fase é que é o momento em que a criança se identifica com uma das figuras paternas. Se ambas são admiráveis e fortes ela vai se identificar com a figura semelhante a ela, por isso é importante não denegrir a imagem que a criança tem dos pais. Se ambos exercem suas funções a criança se identifica com um deles mas leva pra dentro de si ambas as funções.
Oferecer valores e limites agora é essencial. O sistema familiar é onde a criança vai introjetar as funções materna e paterna para, quando adulta, ser mãe e pai de si mesma.

O pai representa a lei, a mãe a ordem e a criança a obediência. No início de sua participação nesse sistema ela experimenta e introjeta a capacidade de obedecer. A medida em que cresce, vai aos poucos ampliando seus limites e experimentando a ordem.
Para que isto ocorra bem, é preciso que você realize pequenos movimentos, dando-lhe dando-lhe espaço para ir colocando em ordem suas próprias coisas, brinquedos, materiais escolares, mochila, etc. Assim ela vai aprendendo ordenar-se por dentro.
O aprendizado da criança sobre ordem e leis ocorre neste fluxo. Ela estará aprendendo que existem leis justamente ao ter que se submeter às regras da casa como hora das refeições, deveres de casa, hora de dormir e hora dos eletrônicos, por isto este é um momento muito importante.

Lembre-se! Os pais é que devem determinar espaços e regras, não a criança. Vá ampliando suas conquistas ao mesmo tempo que os deveres. A criança precisa colaborar com o sistema, e caso isso não aconteça ficará retida no estágio anterior, onde todos os seus desejos eram satisfeitos, e assim usará recursos daquele período, como choros e pirraças, agressões.
Ter definidas dentro de si as funções materna e paterna fará da criança um adulto completo, capaz de ordenar a própria vida, entender e criar as próprias leis, e obedecer aos próprios comandos. Tendo controle sobre a sua vida emocional, sexual e financeira.