Você fala, fala, mas parece que seu filho não te entende? Aprenda a conversar com ele de maneira eficaz

Mãe conversando com filho triste

Uma coisa que todos sabemos é: não é fácil nos comunicarmos com nossos filhos! 

  • Quando são muito novos, não sabemos se estão nos entendendo perfeitamente;
  • Quando vão ficando adolescentes parece que não querem nos entender;
  • E ao ficarem adultos, bem, aí é outra história não é? A conversa passa a ser de igual para igual e os desentendimentos podem aumentar ainda mais.

Saiba que há solução para este problema. Antes de comunicar-se com seus filhos, estejam eles em qualquer idade, você precisa compreender que a mente deles – assim como a sua e todas as outras – trabalha a partir de dois conceitos fundamentais que ocorrem em conjunto: resposta a estímulos e economia de energia.

A mente trabalhando com estímulos e economia de energia

Para que entre em funcionamento a mente precisa ser estimulada. Como um carro que precisa de partida, ela precisa de estímulos para funcionar. Os estímulos chegam até nós através dos sentidos e podem ser positivos ou negativos. Uma vez estimulada, para não gastar energia elaborando uma  resposta, busca em seu banco de dados de memórias o que está registrado em relação àquele estímulo.

As palavras são um dos estímulos mais poderosos para acionar a mente.

Então é preciso cuidado com o que falamos pois podemos abrir velhas feridas acionando velhas memórias e também criar novas memórias que serão arquivadas no “banco de dados” dos nossos filhos e saiba que, depois de arquivada, só mesmo o consultório para remover essas memórias negativas dali. 

Essas memórias serão as responsáveis pelos seus comportamentos. Tomemos por exemplo uma criança que ouviu durante toda sua infância: você é feia. Quando adulta, mesmo que tenha se tornado muito bonita, todas as vezes que receber um elogio, sua mente buscará as memórias relacionadas a essa informação e ela se verá feia. É algo similar ao que ocorre com essas meninas que vemos na televisão com bulimia: por mais que sejam magérrimas (para não dizer esqueléticas) elas continuam se vendo gordas no espelho.

Esse tipo de acontecimento ocorre porque, independentemente da realidade, foi isto o que a mente registrou e o registro prevalece sobre a verdade. Parece algo torpe e sem sentido, mas é assim que acontece. Já vivenciei por inúmeras vezes em consultório situações semelhantes e, quando aprofundamos com o paciente, está lá a memória que atrapalha sua percepção de si mesmo e o deixa aquém do seu potencial. Por isso, tome cuidado com suas palavras.

O que ocorre é que a informação “arquivada” terá prioridade sobre a realidade, e talvez você não vá entender quando seu filho disser pra você que é “burro” mesmo tendo um QI acima da média.

Use linguagem positiva!

A maneira como falamos com nossos filhos muitas vezes fixa em suas mentes  informações que não gostaríamos, pela maneira como usamos as palavras. Para termos uma resposta adequada de nossos filhos é preciso que o estímulo oferecido seja positivo. Estímulo positivo é aquele que desperta uma emoção positiva. Portanto, siga o mantra:

“Mais vale um elogio do que uma crítica, uma conversa do que um xingamento.”

Além disso, vou deixar dicas práticas que podem ajudar você a despertar o melhor em em seu filho:

  • Use o “não” sozinho ou no final das: a mente não o registra no início de frases. Quando você diz ao seu filho: “Não mexa aí!” O não no início da frase tem pouca importância e o que ele capta é: “Mexa aí!”. Por isso faz exatamente o contrário.
  • Use as frases sempre com linguagem positiva: quando você diz por exemplo. “Você não é bobo”, a mente só recebe a informação: “você é bobo”. Neste caso, ao invés de utilizar uma frase com não use uma versão positiva da mesma frase: “Você é inteligente” ou “Você é muito esperto”. A sensação e a percepção que ele terá serão completamente diferentes;
  • Use a palavra “mas” com parcimônia: é uma palavra perigosa que desqualifica tudo que vem antes dela e enfatiza o que vem depois. Use-o depois das críticas e antes dos elogios, nunca do contrário. Por exemplo:

Quando você diz: você foi bem em matemática mas foi horrível em português, ele registra apenas: “foi horrível em português”. Sendo assim, você deveria falar a mesma frase da seguinte maneira:
“Você foi mal em português mas foi muito bem em matemática”. Assim você vai continuar dizendo o que precisa porém de maneira positiva, e os efeitos serão positivos na mente do seu filho.

  • Aprenda a usar o “porque”: a palavra porque alivia a tensão ao oferecer uma explicação. Porém a explicação deve ser lógica e coerente. Nada de dizer simplesmente: “porque eu estou mandando”. Isto não é explicação, é imposição. Quando ele indagar o porquê do que quer que seja diga a ele a verdade. Explicar é mostrar a real intenção que nos leva a tomar qualquer atitude.

A técnica especial que poucos conhecem: contar estórias!

Quando contamos uma estória a alguém a mente busca semelhanças entre o que ouve e o que experimenta (economia de energia novamente). A tendência é que tome para si as informações e conclua de acordo com o que ouve sem racionalizar. Você pode usar este caminho para fazer com que registre informações importantes. 

Você deve contar estórias para o seu filhos cujos personagens sejam similares a ele e onde esteja embutida a informação que você deseja que ele registre. Se deseja que não fume –  desnecessário dizer que você também não o faça – conte a ele uma estória sobre o filho de alguém, com a mesma idade dele que fumou e as consequências foram negativas. Finalize a estória sem fazer comparações tipo: “se você fumar vai acontecer o mesmo com você etc…”

É preciso deixar que a mente dele faça as analogias. 

Entenda que ele não precisa verbalizar esta conclusão. Confie em sua inteligência: ele vai concluir que se fizer o mesmo terá as mesmas consequências e então vai evitar fazer o mesmo. Vai registrar a informação como você quer porque a conclusão foi dele e não sua, diferente do que faria caso você simplesmente dissesse a ele para não fumar.

Concluindo

Entenda também que repreensão é importante mas é diferente de xingamento. Repreensão é limitar, xingamento é humilhar.

Portanto corrija o seu filho no particular. Comunicar-se com eficiência com nossos filhos requer paciência, dedicação e vontade. Policiar as palavras é importante, no entanto policiar os gestos e posturas é imprescindível. Vale lembrar que 70% de uma comunicação é transmitida de forma não verbal. É o conjunto de comportamentos que irá possibilitar uma comunicação eficiente.. O tom de voz é um dos fatores mais importantes. Gritos agridem os ouvidos, palavras mal ditas agridem a alma. Policie suas palavras e gestos mas nunca se esqueça de apurar também seus ouvidos para ouvir os clamores mais profundos do coração dele quando clamarem por você sem dizer qualquer palavra.

Pronto, estou na terceira idade! Qual o meu papel como mãe agora?

Mãe na terceira idade

Este foi um tema recorrente nos pedidos do grupo. Não podia deixar de iniciá-lo lembrando a todos novamente que somos seres de gozo. E deixando claro que gozo é apenas nos livrarmos da energia que o desprazer  acumula em nós.

É preciso deixar claro também que nossa mente possui programas que são iniciados a casa sete anos direcionando o caminho do nosso prazer. Sendo assim em cada período da vida o que nos traz gozo é diferente. Se no inicio da vida, 0 a 7 anos, o prazer vinha da companhia dos pais , no  ciclo seguinte, 7 a 14, nosso prazer se direciona para outras companhias. A cada ciclo novas fontes de prazer são necessárias. 

A noção do que é terceira idade tem se modificado muito rapidamente. Me lembro que em minha época, quando se falava em alguém na terceira idade (acima dos 60 anos) vinha em minha mente uma visão de alguém bem velhinho numa cama e quase sem forças para viver.

Hoje isso é diferente, com todos os avanços que vivemos pessoas na terceira idade são ainda muito fortes, cheias de energia, com vontade de viver e com aparência às vezes melhor do que outros mais novos. Isso claramente faz o mundo ficar melhor, mas também gera suas controvérsias. 

Existe um papel de pais na juventude e outro quando na terceira idade

Mãe, pai e filho alegres

Um casal de jovens tem suas maiores fontes de gozo na companhia um do outro, no sexo e etc, porém logo depois, dos 28 a 35 anos ,já começa a sentir o desejo de serem pais. A mente está programada para esta circunstância, pois é o momento.

Já um casal na terceira idade está em um novo ciclo e sua mente programada para novas fontes de prazer. Eles precisam entender que deixaram o papel de pais para trás.

Agora são só avós e avós não possuem mais o programa “pais“,portanto não devem se aventurar a serem pais dos netos.

A fonte de gozo de um casal na terceira idade está na liberdade de satisfazerem suas próprias vontades. De serem livres para usufruir do que conquistaram.

Não é o seu papel se escravizarem sendo pais de filhos crescidos e netos.

Com responsabilidades  quanto ao futuro financeiro dos filhos , levando-os a se absterem de usar o que conquistaram.

O grande erro de pais na terceira idade

Casal na terceira idade

A maioria dos casais na terceira idade têm vivido fora do contexto em que suas mentes os direcionam. Têm assumido responsabilidades de casais em outro ciclo. São provedores, educadores e esteio familiar. Têm seus olhares ainda focados nos filhos o que lhes tira a capacidade de enxergarem suas próprias necessidades e necessidades de seus parceiros. Eles estão em um período da vida onde precisam de lazer, intimidade e liberdade.

Ao invés disso se iludem dizendo a si mesmos que estão ótimos e que está tudo bem pois os filhos estão bem. Vivem como se a vida fosse apenas sobreviver. Ficam em casa sem lazer. Moldam suas vidas em função da vida dos filhos. Colocam seu objetivo em agradar filhos e netos. Quando percebem estão dois estranhos morando sob o mesmo teto. Deixam de enxergar-se a si mesmos e consequentemente o parceiro, pois se eu não existo o outro também deixa de existir.

O papel que avós devem desempenhar

Avós com sua netinha

O papel de avós é diferente. Avós são pessoas que venceram todas as etapas, todos o ciclos. Foram crianças, jovens, adultos e cumpriram seu papel. Agora têm o direito de cumprirem somente o  papel de avós. Sem as limitações dos ciclos anteriores. 

  1. Não precisam limitar o seu tempo para cuidar de crianças;
  2. Não precisam usar o seu dinheiro para suprir as necessidades dos filhos;
  3. Não precisam se submeter a vontade do outro como o faziam na infância; 
  4. Não precisam de companhia os vigiando e direcionando. 

Se não de adequarem às necessidades do ciclo em que estão fatalmente vão adoecer.

Portanto: filhos libertem seus pais dos seus problemas. Deixe-os livres para viver o momento sem as responsabilidades e limitações que devem ser de vocês.

E jamais os transformem em seus filhos. Seus pais não são seus filhos. Eles têm seus próprios desejos e vontades. Respeite-os.

Uma pessoa sem a possibilidade de realizar o mínimo de suas vontades perde o desejo de viver.

Casais que se encontram neste ciclo: busquem dentro de si o que realmente desejam e procurem ouvir o que o seu parceiro deseja e aproveitem o seu tempo para satisfazer esses desejos.

Lembrem-se que em todos os outros ciclos da sua vida você nunca possuiu tamanha liberdade de atender a si mesmo. Este é o momento que o gozo vem da liberdade de ser exatamente quem se é, sem rótulos e sem limites.

Meu filho me pede algo. Dou ou não dou?

Menino chorando dentro do supermercado

Você provavelmente já observou que nos shoppings e grandes centros, uma parte significativa das mercadorias são voltadas ao público infanto-juvenil. Já presenciou também mães, tentando controlar seus filhos aos prantos ou com agressividade interpelando-as com o assustador: eu quero! E essas mães, sem saberem o que fazer, sucumbirem diante deles, satisfazendo seus desejos por completo. Por vezes contraindo dívidas desnecessárias quando o querer é maior que suas condições financeiras.

Mães e pais na sociedade atual se vêem forçados a se adequarem, ou melhor, adequarem seus filhos a um padrão desenfreado de consumo: 

  • brinquedos que se renovam com enorme rapidez;
  • roupas que servem ao consumismo das marcas;
  • celulares que ultrapassam qualquer patamar do usual para uma criança;
  • alimentos altamente viciantes e inadequados para a saúde. 

Tudo isso em nome do:

“quero dar para o meu filho o que eu não tive”,

outras vezes ao

“não quero que ele se sinta excluído quando perto dos amigos ou na escola”

e na pior delas:

“não consigo dizer não ao meu filho pois tenho medo que fique traumatizado”.

O mercado transforma pais em parceiros e filhos em consumidores

Mãe e adolescentes comprando

O mercado aproveita-se de todas essas emoções e faz hoje do público infantil e juvenil uma de suas maiores fatias, ou poderia eu dizer “presas fáceis” pois o mercado está a caça da maneira mais agressiva possível, e não se importa com a idade ou inconsciência de nossas crianças.

Transformam pais em parceiros e filhos em consumidores. As consequências? Crianças adoecidas pela incapacidade de satisfação, pois logo que se termina uma compra, volta-se novamente o vazio querendo algo mais para preencher este espaço. 

Existe sim um prazer no adquirir que não pode ser ignorado, o grande problema é que é preciso permanência desse gozo por um mínimo de tempo e hoje o mercado tem transformado nossas crianças em seres permanentemente desejantes, pois nada os satisfaz por um tempo maior do que algumas poucas horas (senão minutos). 

Nada pode aplacar a busca pelo novo, pelo diferente que está sempre presente. Tudo muda em uma fração mínima de tempo. Sempre há algo a desejar. Os pais são meras marionetes neste sistema. A peça chave entre o oferecer e o querer, aquele que tem o poder de compra, mas não o poder da decisão. O mercado oferece, meu filho quer e eu dou. O querer se transformou em negócio, em lucro. Todas as vezes que meu filho recebe um objeto desejado já lhe é apresentado outro e então

ele adoece porque perde a capacidade ter prazer com o que possui.

Isto causa adoecimento psíquico, ansiedade e frustração. Se seus filhos estão ansiosos como quase todas as crianças hoje estão, saiba que além das redes sociais, esta necessidade constante de consumo sem nunca se sentir satisfeito é sim uma das grandes causas.

O que fazer então? Como saber quando e o que dar a ele?  

Mãe conversando com filho

Antes de tudo você precisa observar a sua volta, enxergar a si mesma. Existem três caminhos a seguir quanto quando queremos comprar algo, você pode comprar:

  1. o que quer
  2. o que precisa ou 
  3. o que necessita

Certifique-se  quais destes requisitos você tem atendido. Se estiverem em desequilíbrio será preciso rever pois você já se curvou ao mercado e precisa começar primeiro consigo mesma, reequilibrando esses pontos.

Depois desta auto-avaliação faça o mesmo quanto ao que você dá ao seu filho. Você tem dado mais: o que ele quer, o que precisa ou o que necessita? O equilíbrio está no controle destas três vertentes. 

Como avaliar tudo isto? Simples. O que ele quer aplaca sua raiva e agressividade momentaneamente, o que ele precisa contribui com o seu desenvolvimento físico, o que necessita proporciona desenvolvimento mental e espiritual.

Devemos oferecer prontamente o que necessitam, com consciência o que precisam e com limites o que querem. 

Em resumo: limite-se em ferecer a ele o que ele quer, equilibre o que ele precisa e foque especialmente naquilo que ele necessita

Como conscientizar nossos filhos sobre gravidez na adolescência?

Adolescente com teste de gravidez positivo nas mãos

Observando através da janela do meu carro num dia quente de verão, avistei (quase nua) uma mulher ainda criança, pois não passava de seus quatorze anos. Mulher ou menina, não sei dizer, pois ainda na pouca idade estava gerando um bebê.

Confesso que não fiquei espantada porque aquele quadro era apenas mais um dentre tantos que já acompanhara nas minhas andanças diversas, principalmente por instituições filantrópicas.

Devido à fragilidade daquela garota, me senti compelida a entender o que tem levado tantas meninas a se tornarem mulheres antes da hora e mães fora do tempo.

A sexualização na idade errada como parte do problema

Sexualização infantil em filme do Netflix

Não sei se você sabe, mas no Brasil a taxa de gravidez na adolescência é maior do que no resto do mundo. Isso levou a ONU em 2019 a gerar um alerta sobre o problema para que nosso governo passasse a ficar atento e tomasse as devidas precauções. Aparte das questões socio-econômicas e educacionais que envolvem o tema, percebo que há um problema cultural importante de ser comentado:

as crianças e adolescentes, mesmo ainda muito jovens, têm sido levados a serem sexualizados muito cedo.

Sexualizar-se cedo ocorre quando você , por exemplo, ensina, permite ou incentiva que crianças e adolescentes:

  1. Usem roupas muito sensuais;
  2. Convivam em ambientes onde se manifestam detalhes e aspectos sexuais inapropriados para a idade delas; 
  3. Tenham contato com pornografia ou acesso ilimitado à redes sem controle;
  4. Se insinuem sexualmente e/ou utilizem um vocabulário inapropriado e de maneira constante;
  5. Se interessem demais por aspectos sexuais mesmo antes do despertar dos seus hormônios;
  6. Estejam tendo comportamentos definidos como “namoro” ainda muito jovens; 
  7. Presenciem momentos íntimos sem cautela.

Se um desses fatores puder  ser observado em sua casa ou em ambientes próximos, é um sinal que você pode estar contribuindo para a sexualização prematura de crianças e adolescentes próximas a você.

Menina dançando com roupa mais apropriada para adultos

A sexualização infantil e na adolescência é um dos fatores que aumentam a probabilidade de gravidez por razões óbvias. O problema é que uma criança ou adolescente sexualizado acaba se envolvendo com sexo antes de terem maturidade para respeitar o próprio corpo e o do outro. Não se respeitando e tendo ainda pouco conhecimento, não se previnem da gravidez. Caso ela ocorra, eles não possuem  maturidade para assumir o papel de pai ou mãe e daí em diante você já sabe tudo o que pode ocorrer: crianças mal cuidadas, avós assumindo papel de pais, adolescentes desperdiçando seu potencial e queimando as etapas da vida.

É dessa forma que a sexualização exacerbada na tenra idade torna-se uma das causas da desestruturação familiar e naturalmente vai agravar ou perpetuar esta desestruturação.

Somos uma tríade complexa. Temos em nós a mulher, a mãe e a fêmea (assim como o homem possui a tríade homem, pai e macho). O equilíbrio destas três instâncias é o que determina nossa maturidade. A capacidade que temos de transitar e assumir esses papéis é determinante para o nosso equilíbrio. Um adolescente está distante de ter alcançado este equilíbrio e por isso não deve despertar a fêmea ou o macho tão cedo em um período em que há tantos desequilíbrios, razões e porquês para se encontrar. 

O que posso fazer para conscientizar meu filho ou filha?

“Ensina teu filho o  caminho que deve andar e ele jamais se afastará dele”.

  • Se for mãe de menina, o importante é que você ensine sua filha que ser livre vai além usar roupas que exponham seu corpo.Ser empoderada é ser consciente de suas potencialidades e saber usufruir delas, que ser mulher é ir além da fêmea que também faz parte dela, mas não é ela.
  • Caso seja mãe de menino, ensine a ele que ser macho é insuficiente para torná-lo homem. Que ser homem é o seu objetivo de vida pois quando entender o que é ser homem entenderá que  vai além da masculidade, pois supera a capacidade de reprodução.
Mãe falando com adolescente sobre sexo

Dê abertura aos seus filhos para aprenderem com você sobre sexualidade e sexo, não torne isso um “assunto do qual não se pode falar”. Deixe claro a naturalidade e a importância de ambos e principalmente que existe um momento certo para usufruirem da sua natureza sexual.

Mostre a eles que o corpo precisa estar pronto e desenvolvido para que tudo aconteça de maneira plena e saudável.

  1. Deixe claro a eles que seus valores devem estar acima dos seus instintos;
  2. Deixe claro que você está aberta a orientá-los sem julgamentos cobranças;
  3. Deixe claro também que o sexo fará parte de suas vidas mas não precisa ser ponto de partida para se tornarem pais. Oriente-os quanto aos métodos contraceptivos mais eficientes com naturalidade, inclusive explicando seu funcionamento em detalhes.

Sexo não é tabu, mas também não pode ser vulgarizado como se tem visto atualmente. Ensine a sua filha que emponderar-se vai além do corpo passa pela capacidade de usufruir de todas as suas potencialidades principalmente a inteligência. E ensine a seu filho que somente se tornando um homem será capaz de atrair uma mulher e ser feliz com ela. Ensine-os que há um momento para tudo e que a sabedoria de saber esperar é o que traz integridade e a certeza de um futuro feliz e equilibrado para todos. 

Você também quer que seu filho “seja um sucesso”? Eu não pensaria assim se fosse você…

Criança parecendo um executivo de grande empresa

Muitos pais têm se preocupado em demasia com o futuro dos seus filhos. Assim fazem de seus filhos verdadeiros receptáculos de conhecimento na ilusão de estarem garantindo seu sucesso futuro. Vejo crianças e adolescentes com agendas dignas de grandes intelectuais, são horas de estudo, aprendizado de línguas, práticas esportivas e tantas outras atividades vistas como necessárias ao seu desempenho futuro. 

Crianças massacradas que não podem ser crianças em nome de um futuro de sucesso. O primeiro ponto que precisamos entender é o que verdadeiramente é ser uma pessoas bem sucedida. 

O erro de criar uma criança para o sucesso

Criança infeliz estudando

Assimila-se sucesso a capacidade das pessoas de possuírem bens materiais: casas, carros, viagens, fama ou prestígio.

Mas, o ter realmente me torna bem sucedida? O que tenho é capaz de me tornar feliz? Todos já sabemos a resposta, um grande e belo não

Ter conforto é necessário mas não é garantia de sucesso. Possuir riquezas é prazeroso mas não é passaporte para a felicidade. Ter fama faz com que nos sintamos “importantes”, não é garantia de ter valor. Muitos pais estão preparando seus filhos, guiando-os para profissões que podem lhes proporcionar riquezas mas não os tornarão pessoas de sucesso, pois sucesso é a capacidade de sentir-se pleno e realizado com a vida que se tem, é a capacidade de ter satisfação com o que se faz e uma vez se fazendo apenas por dinheiro esta satisfação não será alcançada. 

Esses pais  poderão ter filhos ricos, porém infelizes. A criança precisa ter espaço para ser criança para que seja um adulto saudável.

Se a obrigamos a cumprir tarefas que vão além de suas capacidades em nome de um futuro “brilhante” estamos fazendo com que queime etapas do seu  desenvolvimento e isso criará consequências desastrosas em sua mente,

pois memórias de sofrimento estarão sendo implantadas e estas memórias as impedirão de serem felizes no futuro.

Muitas vezes ficamos sem entender quando nos deparamos com notícias de pessoas famosas que perdem a vida por overdose de drogas ou medicamentos e outras vezes se matam. Como pode? Elas eram tão bem sucedidas?! Tinham tudo que se pode desejar: dinheiro, prestígio e fama. Isto nos mostra que sucesso está distante de tudo isto. 

É preciso viver cada fase da vida, tudo tem seu tempo…

Criança pulando e se divertindo

Sucesso é ter consciência do valor interno que se tem pois o que possuímos tem preço, mas o que somos tem valor.

Enquanto acharmos que o valor está no que possuímos estaremos perdidos em busca de algo inexistente. Devemos criar nossos filhos para que sejam felizes pois se eles vivenciarem este estado de plenitude reconhecerão seus valores e aquilo que tem preço será menos importante e menos necessário. 

  • Crianças precisam ser crianças, viverem esse momento com menos responsabilidades e mais prazer. 
  • Adolescentes precisam de espaço para serem adolescentes, precisam de liberdade para viverem além dos estudos e das tarefas que os escravizam em nome de uma carreira promissora. 
  • Jovens têm o direito a juventude que só se vive uma vez. São quase adultos mas ainda não o são. Devem ter a juventude respeitada como período de adaptação às responsabilidades futuras pois uma vez que essas se fizerem presentes jamais eles serão os mesmos, jamais serão livres. 

Precisamos entender que quando chegar a hora eles buscarão os seus melhores caminhos e cabe a nós apenas apoiá-los e orientá-los conforme suas próprias escolhas. 

Como devo atuar então?

Mãe ajudando a criança a estudar.

Jamais devemos direcioná-los abruptamente por um determinado caminho, pois na verdade estaremos escolhendo oportunidades que são melhores para nós, segundo as experiências que nós vivemos, tudo isso escondido por trás de nossas expectativas para eles, o que é sempre um mal.

Uma vez que as expectativas são nossas a probabilidade de não serem alcançadas por eles é infinitamente grande. Eles estarão sendo direcionados a cumprirem nossos desejos e vontades. Saiba que ninguém pode ser feliz distante dos seus próprios desejos e vontades, ninguém pode ser feliz cumprindo um caminho que é de um outro alguém.

Sejamos compassivos com nossos filhos. Permitamos que vivam suas próprias vidas sem que precisem viver a vida que “sonhamos” para eles.

Meu bebê acabou de nascer e tenho medo de tudo. O que faço agora?

Mãe com bebê deitado sobre o peito

A sabedoria popular nos ensina:

“Pé de galinha não mata pinto”

e saiba que há uma grande verdade contida em uma frase tão simples, uma verdade que pode e deve te tranquilizar de imediato. 

Sua mente possui uma programação que faz parte da sua natureza biológica. Vou chamar este impulso natural de: “programa mãe”. Se você deixar com que este programa aconteça como deve, deixar com que flua naturalmente, você não terá problemas ao executar sua função e muito menos razões para temer,  ele não deixa espaço para o medo. Deixe de lado tudo que lhe ensinaram sobre os erros que pode cometer pois eles são inevitáveis e focar em tantos erros só fará você sofrer. Viva intensamente o momento sem neuras e é aí que você conseguirá encontrar a verdadeira felicidade de ter e criar uma criança. Ocupe sua mente com as coisas do momento sem se preocupar demais com o futuro.

O porquê de surgirem tantos medos

Mãe ansiosa

Antes de ele nascer, apesar de tudo que o bebê necessitava depender exclusivamente de você, não precisava de ser pensado. Era tudo natural, fazendo parte de você biologicamente as coisas eram mais fáceis, suas ações ainda podiam ser egoístas que tudo “continuaria” bem. Seu corpo era a casa que abrigava, protegia e nutria o ser que existia somente de dentro de você. O bebê ainda não estava literalmente presente no seu mundo, era parte de você e só você era o mundo dele.O risco de perdê-lo, ou não ser suficientemente boa, estava mais distante.

Agora que ele está em suas mãos,  tamanha fragilidade lhe assusta.

E eu sei que é duro aquele momento em que cai a ficha: puxa, sou mãe… e agora?

Mesmo que você já tenha outros filhos o medo e a insegurança se repetem. É muita dependência e fragilidade para lidarmos. Questionamentos internos são frequentes, medos infundados são reais. Há uma mistura de emoções. São reações físicas e psicológicas. Por mais que seu corpo tenha se modificado durante a gravidez, o seu papel, a sua função ainda permaneciam inalterados, você era apenas filha e esposa e estes papeis você já conhecia. 

Você estava na sua zona de conforto. Agora assumiu um novo papel, uma nova função: mãe.  É o desconhecido se apresentando, é o novo que chega, mesmo que seja pela segunda ou terceira vez. Você perdeu o seu lugar, sua zona de conforto e isto é assustador e ainda precisa cuidar de uma nova vida tão frágil e dependente. Por ser uma situação tão complexa e com tantos nuances é que surgem esses medos.

Como lidar com tantos medos?

Mãe cuidando de bebê

Seu corpo está tentando se refazer, sua mente tentando se adaptar mas não há tempo. A vida não pára, o bebê não espera. Você agora é fonte de alimento, proteção e vida. Todos os seus medos e emoções afloram e em meio a tudo isto você está feliz e triste, plena e incompleta, oscilando entre medos e certezas, gozo e pavor. Mas quando você olha para o seu bebê, no fundo você sabe que tudo sabe, que pode ficar tranquila. Isto é real. Você sabe, você pode e fará tudo da maneira mais eficaz para que tudo corra bem. Sabe porque? Sua mente já tem tudo arquivado, todos os programas para conduzir toda e qualquer situação. 

Assim como capacitou você para gerar e parir também irá conduzi-la nesta nova caminhada. Você só precisa permitir que ela o faça. Deixe-a guiar você, siga sua intuição sem medo e verá que pode conduzir cada etapa que seu filho irá percorrer.

Ele sabe que você é a mãe dele e que irá suprir suas necessidades e você saberá quando e como supri-las. Relaxe!

A mente só opera no presente, ela busca soluções para tudo o que está acontecendo no momento, por isso ocupar-se é saúde para a mente, preocupar-se, veneno.

Quando você “pre-ocupa”sua mente não há como ela solucionar algo que não existe, que está no futuro. Ela entra em desequilíbrio porque não tem como dar uma resposta para o que não é real e você chama este desequilíbrio de ansiedade. Se quer que tudo corra bem, deixe-a livre ocupando-se do momento, solucionando tudo que estiver acontecendo.

Você chamará isto de prazer e o seu bebê de amor.

Conclusão

Mãe fazendo pilates com bebê ao lado

Tudo que existe na verdade é: ausência ou presença. Deixe sua mente presente no momento que estiver vivendo, ocupe sua mente. Estar com a mente ocupada é equilíbrio mental e o equilíbrio é o desfrutar do que chamamos felicidade. Felicidade nos remete as leis da natureza e educar uma criança é adptá-la a estas leis. Lembre-se: todo efeito tem uma causa mas todas as causas também têm um efeito.

Para criar filhos saudáveis precisamos apenas nos firmarmos em causas mais nobres.

Em sentimentos positivos e definitivamente o medo está distante de ser um deles. Esqueça de tentar transformar seu filho no seu ideal ou no ideal dos outros, pois a transformação muda somente a forma. Causas nobres e sentimentos positivos no relacionamento com ele desde a mais tenra idade vai levá-lo a transmutação pois a transmutação desperta a essência e a essência é amor.

O que devo despertar em meu filho? Medo ou respeito?

Criança com medo atrás da parede

Existem dúvidas entre a necessidade de despertar tais emoções nas relações entre pais e filhos. Uma grande parte dos pais, quase sempre por não saberem melhores caminhos, acaba optando por uma regra simples: instigam medo em seus filhos, acreditando que se a criança não sente medo, não vai respeitá-los. 

Pensam que é a partir do medo da surra, que vão deixar de fazer bagunça; do medo do desapontamento, que vão fazer o que mandaram quando estão fora da presença dos pais; do medo de serem expulsos de casa, que vão utilizar métodos anticoncepcionais ao transarem; do medo dos xingamentos que vão ser respeitosos com as pessoas mais velhas. Enfim, pensam que educação e medo andam juntos e acabam construindo uma relação a partir daí, solidificada em um alicerce de medos diversos que não resultam em nada mais do que uma criança/adolescente/adulto inseguro e incompleto.

Qual é a diferença entre medo e respeito?

Os contos de fada podem nos ajudar a entender esta diferença. O medo é tão desnecessário nos relacionamentos que quando presente os desarmoniza completamente. O respeito, pelo contrário, é a maior fonte de harmonia de todos os relacionamentos.

A diferença entre o medo e o respeito é clara: o medo é imposto, o respeito é conquistado.

O ser humano só é capaz de amar alguém que ele admire, não há amor onde há medo ou temor. 

Se nos reportamos ao clássico da Disney: “A Bela e a Fera” veremos claramente esta representação. A Bela é aprisionada no castelo por medo, então o único desejo que nutre em seu coração é o desejo de partir de deixar aquele lugar. Só não o faz pelo medo do que a Fera possa realizar em relação a ela e aos que ela deseja proteger. 

Com o passar do tempo, a medida em que a Fera se deixa conhecer e permitir que as virtudes que tem dentro de si sejam percebidas, essa relação vai se modificando e a Bela então vai substituindo o sentimento de medo por respeito à criatura que existe dentro do monstro. A Bela percebe que o monstro é apenas o produto de todas as pressões externas que a criatura enfrentou, mas que dentro daquele invólucro existe uma essência que desperta na Bela um sentimento de admiração.

Este novo sentimento transforma o desejo de partir em uma vontade de permanecer ao lado daquele ser. 

O medo gera vontade de separação e enfraquece a criança

Criança distante da mãe

Os contos nos levam a estas reflexões de forma muito simples e na relação entre pais e filhos o que ocorre é muito similar. O medo desperta vontade de separação porque não passa pelo caminho da admiração, estando sim sob o comando da opressão. Filhos que têm medo de pais agressivos, rígidos demais ou violentos, logo quando puderem irão deixá-los e vão evitar seguir os seus conselhos pela vontade imensa que têm dentro deles de não serem iguais aos seus pais. Sendo assim, é natural que evitem absorver seus ensinamentos por receio de se assemelharem a eles.

Tomemos por exemplo filhos de pais alcoólatras e agressores: eles têm muito medo das ações destes pais e este medo é confundido com respeito. Isto é ilusão. Eles podem até se comportar de acordo com o que lhes é imposto, mas é questão de tempo até se libertarem e agirem de outra forma, já que nunca lhes foi dado a oportunidade de entender os valores que deveriam permear tais comportamentos. Os comportamentos são adquiridos através de agressões e ameaças – claras ou veladas – que consequentemente enfraquecem a criança.

O respeito surge pela admiração e fortalece a criança

Criança admirando o pai

O respeito só pode ser despertado pela admiração. Admira-se os pais pelo que são e representam no contexto do relacionamento. Pela proteção que oferecem, pelo respeito com que tratam a criança e o cônjuge. Vale lembrar que quando você trata mal o seu parceiro você está tratando mal uma pessoa que a criança ama 

profundamente, portanto respeitar o parceiro é fundamental para despertar  a admiração que levará seu filho a respeitar você. 

O respeito surge dos sentimentos mais profundos da criança por isso a fortalecem.

Então quando ela tiver a oportunidade de driblar as regras não o fará para não perder a admiração daqueles que ela também admira.

O respeito gera na criança este equilíbrio interno que é suficiente para que ela mesma reflita nos momentos mais importantes e saiba se portar corretamente nos mais diversos ambientes para manter o equilíbrio familiar.

Ok, eu atuo errado, o que fazer daqui por diante?

Primeiramente não ceda à tentação de utilizar o medo como forma educacional sempre que se sentir acuada ou sem recursos. O medo parece ser mais efetivo no curto prazo mas saiba que a longo prazo ele é uma péssimo recurso. Quando utilizamos o medo para educar nossos filhos eles acabam atuando imediatamente como esperamos, e isto nos dá esta falsa sensação de que estamos fazendo o certo. O respeito, resultado da admiração, gera valores educacionais perenes e dá à criança um verdadeiro exemplo a ser seguido. Comece a observar os momentos em que utiliza o medo como método educacional e substitua por outras formas de atuação. Deixe-me dar alguns exemplos:

  1. Ao observar a criança gritando ou falando muito alto: primeiro veja se você não grita com ele sempre quando quer que faça algo, se você grita sempre, está aí uma provável origem. A criança vê que quando você quer algo utiliza este recurso e, por imitação, vai tentar fazer o mesmo. Comece parando de gritar (seja com ela ou com outras pessoas) quando necessitar de algo, se for em relação a ela, exija que ela o faça com firmeza mas sem utilizar o recurso do grito ou de incutir o medo;
  2. Seu filho adolescente teima com você em tudo o que fala: saiba que ele está no processo de se tornar pai e mãe de si mesmo por isso a rebeldia surge nos momentos mais improváveis. Lembre-se que isto vai passar. Seja firme. Posicione-se como a figura de poder que você é. Mostre a ele quem dita as regras. Não ameace fazer o que não vai cumprir. Cada palavra sua deve ser cumprida. Promessas não cumpridas são atestado de fraqueza. Se prometer, cumpra.  E o mais importante: evidencie as qualidades e acertos dele antes das críticas. O que alimentamos sempre é o que vai sobreviver. Alimente qualidades com suas palavras e os defeitos irão morrendo de inanição. Torne-se alguém que ele admire e possa confiar e então será você seu melhor amigo (a).

É importante lembrar que limites devem ser impostos e respeitados. Você precisa entender que se quer que seu filho o respeite, precisa respeitá-lo antes porque o aprendizado das crianças começa pela imitação. O “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço” é a desculpa que usamos para justificarmos nossos maus comportamentos.

Corrija o seu filho sempre que necessário mas o faça em particular. Você não precisa mostrar aos outros que é forte e sim a ele.

Todos os “erros” precisam ser corrigidos e as consequências evidenciadas. Corrigir em público, como muitos pais o fazem, gera baixa estima na criança e fortalece a agressividade pois correção em público se torna humilhação.

Despertar o respeito no seu filho é oferecer a ele um modelo a ser seguido e isso é libertador. É oferecer a ele as ferramentas necessárias para tornar-se respeitado e ser respeitado o livrará de situações constrangedoras e difíceis que o mundo nos oferece. 

Como lidar com a tristeza dos filhos após a separação dos pais

Criança triste com a separação dos pais

Quando um relacionamento termina é doloroso para todos. Não importa quem decida inicialmente pela separação: a dor, tristeza e sensação de vazio preenchem os espaços de todos os corações envolvidos. 

Para os casais que possuem filhos essa dor pode ser ainda maior. Isso porque não somente o casal compunha aquele sistema, mas a família como um todo. E toda vez que um sistema se desfaz, há forças que atuam para que ele permaneça. Por isso, mesmo quando um casamento se torna tóxico e o casal se sente mal juntos, ainda há tanta dificuldade em dissolvê-lo e seguir em frente por caminhos separados.

E é normalmente nessa situação difícil da separação que os pais ainda precisam lidar com uma outra realidade: percebem seus filhos tristes, desolados e sem chão. A pergunta que surge é: como lidar com a tristeza dos filhos e ajudá-los a superar este momento difícil?

O maior erro que os pais cometem ao se separarem

Criança ouvindo os pais brigando

Um ponto que às vezes passa despercebido para os pais é que o rompimento familiar não deve ser completo.

Este rompimento de laços se dá somente entre os pais e não entre pais e filhos. O maior erro que se pode cometer neste momento é envolver os filhos nesta batalha.

Os sentimentos e emoções negativas que existem entre os pais não são os mesmos que os filhos nutrem em relação a eles. Tentar usar os filhos para atingir o outro destrói os filhos internamente, pois eles são obrigados a ter ações que não condizem com seus sentimentos e isto os fazem sentirem-se culpados, e saibam vocês que, depois de anos de consultório atendendo a filhos nessa situação eu descobri que a culpa os esmaga a alma. 

Há uma ligação muito mais profunda entre os filhos e os pais do que entre os cônjuges. Tentar transformar a relação entre eles na mesma relação conturbada que se vive no momento da separação é impossível e constitui um grave erro. Usar os filhos como arma ou bengala é o ápice do egoísmo. Lembre-se: talvez o casal não se goste mais (ou até se odeie) e tenham motivos reais para tal, entretanto é preciso respeitar os sentimentos dos filhos. 

Filhos raramente deixam de amar os seus pais, mas o casal pode deixar de se amar com certa facilidade

Menino brincando com seu pai

Deixar de amar pai e mãe é um caminho tortuoso. Você já parou para pensar sobre isso? Se temos dificuldade de deixar de amar alguém que entra em nossa vida quando já somos adultos (como cônjuje ou amigos), como deixar de amar alguém que esteve conosco desde nosso nascimento? Pense nisso. Há laços que se você tentar rompê-los trarão consequências muito difíceis de serem equacionadas posteriormente. Por isso, você mãe, não cometa erros como:

  1. Falar mal do pai dos seus filhos;
  2. Tentar convencer os filhos do quanto o pai é desnecessário ou desumano;
  3. Gerar discórdia entre pai e filhos falando coisas como: “Ele não liga para vocês!”, “Ele não quer estar com você nos momentos em que deveria.”, “Ele não quer saber se você come ou deixa de comer!”;

Enfim, não crie um campo de batalhas que envolva os seus filhos. Deixe-os fora do ringue em que vocês decidiram se engalfinhar, pois eles não possuem maturidade e nem base sentimental para isto. Seus filhos terão que enfrentar a sensação de perda da separação física e isto já será difícil demais. Não complique mais esta situação adicionando dificuldades que as crianças e adolescentes ainda não são capazes de processar.

A origem da tristeza nas crianças e adolescentes

Criança triste com a separação dos pais

Ver um pai ou mãe partir gera uma grande sensação de abandono na criança. Ela sente que está sendo deixada pelo cônjuge que se vai. Ela não consegue processar a situação e entender que o cônjuge que vai está deixando o outro cônjuge e não a ela. Esta é a origem de sua tristeza. A sensação de abandono que ela sente é tão grande e incontrolável que a faz mergulhar em uma tristeza sem tamanho que pode se refletir:

  1. Nos estudos: a criança pode ficar mais desatenta, sem vontade para os estudos ou para ir para a escola;
  2. Na alimentação: perde o interesse até mesmo em comer as coisas que mais gosta;
  3. Em seu ânimo: fica desanimada para realizar várias tarefas, por exemplo, mesmo se gosta de futebol ou balé acaba por ficar sem vontade de realizar a atividade.

E é por conta dessa tristeza que muitas crianças manifestam uma vontade inata de querer unir os pais novamente.

Você já deve ter podido presenciar cenas de crianças ou adolescentes, mesmo novinhos, falando coisas como:

  1. “Queria que meus pais voltassem a ficar juntos.”;
  2. “Ah, eu gostava mais de quando a gente viviamos todos juntos.”;
  3. “Peço a Deus todas as noites para meu pai (ou minha mãe) voltar para casa.”;

Saiba que isso é natural e acontece com várias crianças. Na verdade sua mente está buscando caminhos para que aquela dor termine, e a volta da família como era antes é o caminho mais claro que ela enxerga. Ainda que os filhos sejam adolescentes, você vai perceber os movimentos que eles fazem para tentar unir os pais novemente.

Talvez você se irrite pensando que ele já é adulto o suficiente para entender a situação, mas saiba que o raciocínio neste momento está ausente diante das emoções que preenchem todo o seu ser. Eles estão tentando se livrar da dor por traz da sensação de abandono que, devido à partida de alguém que eles amam, os está machucando por dentro.

O que fazer para ajudar os filhos?

Mãe consolando seu filho

Para ajudá-los você precisa entender que eles são pessoas que estão ali a mercê de suas ações. Você está ferida porque suas expectativas foram frustradas e por isso sente raiva do cônjuje, mas seus filhos sentem amor e não devem deixar de senti-lo. 

Não tente fazer com que eles sintam o que você sente, com que vejam o outro com o seu olhar pois este olhar se opõe aos sentimentos das crianças ou adolescentes. Fazer com que eles vivam com essa culpa por não sentir o que você quer que eles sintam pode gerar doenças psíquicas sérias em seus amados filhos.

Deixe que ele ame quem você não ama mais. Deixe que ele conviva e desfrute da companhia de quem você não deseja mais e sem se sentirem culpados por isto. Nunca tente manchar a imagem do pai ou mãe deles, pois estará destruindo suas referências e um ser humano sem referências é um ser humano órfão de base familiar.

E se foi você quem saiu de casa, faça com que eles sintam que você só mudou de endereço, e que de forma nenhuma os abandonou. Esteja sempre presente na vida dele. Passe tempo com ele. Crie uma rotina que o inclua e quando estiver com ele esteja de verdade. Não tente enganá-lo com uma presença ausente (por exemplo estar presente com ele mas sempre com o celular na mão fazendo outra coisa), isto é doloroso demais para a criança ou adolescente.

Muitos pais quando estão com seus filhos o fazem sem estar ali. Os deixam na casa com seus brinquedos como se isto bastasse e se iludem travestindo-se de pais presentes.

Essa ausência é pior porque a criança sente você ausente. Isso porque a criança não sabe como trazê-la para sua companhia novamente.  Quando você está longe ela sabe que pode ligar e pedir sua presença, mas você estando ali, ela se sente impotente porque não sabe o que fazer. 

Quando se dispuser a estar com seu filho esteja com ele literalmente e nunca, nunca prometa que irá vê-lo ou buscá-lo para uma atividade e não compareça, pois, cada vez que isto acontece ele experimenta novamente a dor do abandono tão intensa como no dia que você partiu. Tenha compromisso com ele e seja fiel às expectativas dele. Assim a tristeza irá diminuindo pois o abandono da partida vai sendo substituído pelo prazer enorme dos reencontros.

“Mães tóxicas”: aprenda como não ser uma!

Mãe tóxica conversando com filho

Quando me tornei mãe algumas pessoas me diziam que devíamos criar os nossos filhos para o mundo, outras que devíamos criá-los para Deus, outras que deveríamos criá-los simplesmente livres. Qual dos caminhos seguir então?

Em minha própria experiência aprendi que devemos criá-los para si mesmos, criá-los para que sejam felizes e livres.

E o mais importante: quando digo livres significa que precisam ser livres também em relação a nós, suas mães. 

A dependência dos pais é uma prisão

Criança em uma cela de presídio

A pior prisão que podemos construir para os nossos filhos é a da dependência de nós. A natureza nos mostra em seus ambientes naturais, seja vegetal ou animal, a sabedoria da separação:

  • Para que as mudas se tornem plantas, precisam ser retiradas da matriz e libertas da fonte que as supre; 
  • Sementes para que germinem precisam ser lançadas ao solo sem a proteção do fruto;
  • Os animais, quando se reproduzem, têm um tempo limitado para prepararem suas crias para que se tornem adultas e logo que detectam esta capacidade as lançam para a vida adulta. Caso isto não ocorra suas crias tornam-se fracas e incapazes de sobreviver. 

Na natureza o ciclo da vida acontece de maneira equilibrada porque não existem criaturas de almas adoecidas. Não há transtornos mentais. Os animais “sabem” que devem ser necessários apenas o suficiente para que suas crias sobrevivam e assim elas se fortalecem e se capacitam a permanecer e perpetuarem a espécie. Porém os seres humanos tendem a se tornarem cada vez mais necessários a seus filhos disfarçando esta codependência em amor, o que está longe de sê-lo.

O que são mães tóxicas?

Filha incomodada com a mãe

Mães necessárias (ou tóxicas) são na verdade seres amedrontados pelo medo de se tornarem descartáveis e por isso prendem seus filhos, transformando-os em eternas crianças incapazes de sobreviverem sozinhas.

São mães que não criam os filhos visando sua liberdade e capacidade própria de viver.

Não entendem que o melhor que podemos fazer por nossos filhos é libertá-los de nós. Devemos buscar o nosso equilíbrio, a nossa felicidade para que possamos ajudá-los a buscar o próprio equilíbrio, a própria felicidade. Devemos entender que nossa atenção deve estar voltada primeiramente para nós mesmas afinal um cego não pode guiar outro cego.

Todo excesso gera excesso. Excesso de dedicação gera excesso de dependência, excesso de dependência gera excesso de fracasso.

O equilíbrio é o ponto central de todas as coisas, é o ponto central da saúde mental e familiar. Somente o equilíbrio na relação de pais e filhos pode gerar saúde mental, emocional e social. Pais inseguros tendem a criar dependência máxima em seus filhos para mantê-los junto a si. Não percebem que estão sendo movidos pelo próprio egoísmo pois disfarçam suas atitudes em excesso de cuidados e amor. Na verdade estão privando seus filhos de vida em abundância, o que lhes é de direito. 

O que isso causa na psicologia dos filhos?

Mãe chingando a filha

Muitas mães procuram os consultórios levando seus filhos tristes e ansiosos, outras vezes depressivos e agressivos sem entender o que está acontecendo para deixá-los assim. Se vêem como mães perfeitas pois protegem suas crias em tempo integral. Elas precisam compreender que na verdade seus filhos estão clamando por vida, pois vida só existe em liberdade e eles nunca se viram livres de seus cuidados excessivos, presença constante e controle exagerados. 

Elas fazem isso e ainda se sentem merecedoras de algo que eles se sentem incapazes de oferecer: amor. Só podemos devolver a alguém o que recebemos, e o que eles recebem desse tipo de mãe está longe de ser amor, é apego

Ao receber apego, os filhos devolverão apego, e este ciclo vicioso se instala disfarçado de amor. Amor com amor se paga.

Muitas mães sufocam os filhos de maneira tão intensa que lhes adoece a alma. 

  • Prendem os filhos em casa o tempo todo sem perceberem que o que está por trás de suas atitudes é no mais puro egoísmo, o que temem na verdade é a dor que elas podem sentir caso algo lhes aconteça. O centro de sua proteção são elas mesmas; 
  • Privam seus filhos da convivência com outras crianças e tantas outras experiências que são necessárias ao seu crescimento. Deixar os filhos longe dos perigos é exatamente o que os enfraquece. 

É preciso deixar que cometam os próprios erros

Criança machucada

Evitar que tropecem deixa-os incapazes de pular as pedras, pois é justamente a necessidade de se proteger que os capacita a fazê-lo. Mães que impedem seus filhos de brincarem por causa da sujeira dos ambientes nunca entendem o porquê de adoecerem tanto. E a medida em que eles crescem, mais elas fortalecem a redoma ao redor deles regando-a com tecnologia de ponta, deixando-os longe dos “perigos” necessários. Perigos que se resumem na possibilidade de que elas possam sofrer caso algo aconteça a eles.

Assim esses filhos são impedidos de viverem plenamente pois vivem sem o gozo necessário a cada fase que percorrem porque o que determina o prazer de viver casa momento é determinado pelos estímulos que são recebidos. Para cada estímulo existe uma experiência correspondente. Por sermos seres de gozo só nos tornamos saudáveis quando vivenciamos as situações com prazer. O trauma que todos procuram entender e encontrar nada mais é que uma experiência vivida sem gozo ou onde tenha havido um gozo regado de culpa.

O que fazer para não ser uma mãe tóxica?

Mulher perguntando

Quando prendemos os nossos filhos estamos impedindo que tenham os estímulos necessários a este estado de gozo. Pois a medida que ele cresce mudam os estímulos e a fonte de prazer. “Mudam-se os tempos mudam-se as vontades”, a sabedoria popular já nos ensina. Se quando ainda criança nosso filho tinha prazer por estar ao nosso lado, somente com a nossa presença,  quando adolescente precisa da convivência com os amigos para sentir prazer, precisar gozar das amizades e do que elas lhes oferecem, adulto necessita ainda da companhia da parceira (o). Em cada fase necessita de algo além de nós e é esta necessidade de alguém além de nós que nos amedronta. Esta possibilidade de abandono que leva mães a se tornarem tóxicas levando seus filhos a dependência, seja emocional ou financeira para se tornarem necessárias. Vale lembrar que o necessário não é indispensável. 

Para não  ser uma mãe tóxica basta permitir: permita que seu filho vá e viva, não o crie dentro de uma redoma, seja ela física ou emocional. Deixe-o viver e aprender também com a vida, isso é saudável e faz parte de um bom desenvolvimento.

São os medos mais profundos que adoecem essas mães e as tornam fontes de adoecimento dos filhos. Para saírem deste lugar basta se lembrarem que nossos filhos pertencem a eles mesmos. Somos apenas guardiãs de mentes em desenvolvimento e como guardiãs devemos ser mestres e não chefes ou guias. O poder que a princípio temos sobre eles deve lhes ser entregue logo que possam ser guias de se mesmos.

Sexualidade infantil

Nossa mente experimenta as sensações que o nosso corpo proporciona a medida em que o cérebro se desenvolve e assim o permite. Para cada momento que a criança está vivendo, seu cérebro também está se desenvolvendo e permitindo que ela perceba o mundo ao seu redor, novas partes do corpo e novas sensações. Você pode ficar tranquila que para essas novas vivências e aprendizados a mente tem uma resposta adequada, um programa capaz de proporcionar a ela uma experiência equilibrada. Assim como a mente da criança fez com que ela respirasse no exato momento em que foi cortado o cordão umbilical, a mente também é capaz de guiá-la nas demais necessidades.

Sexualidade é diferente de sexo

A sexualidade é uma das experiências naturais e mais bonitas que todo ser humano poderá vivenciar em sua vida. Está deturpada e vulgarizada, mas a criança – ao se desenvolver – está sendo naturalmente preparada para a experiência natural e intrínseca da sua espécie. O que pode desviá-la deste caminho é a exposição ao que se vive hoje neste quesito: uma exposição anti-natural e exagerada.

Muitos pais se assustam diante das primeiras constatações de uma sexualidade latente em seus filhos pequenos e não sabem lidar com isso. A verdade é que deviam se alegrar, pois lhes mostra que a criança está se desenvolvendo corretamente. Sexualidade não é sexo. Sexualidade é a capacidade que o todos deveriámos ter de vivenciar um relacionamento sexual equilibrado. A sexualidade é natural, pessoal e saudável. Através do desenvolvimento equilibrado da sexualidade infantil é que nos tornaremos adultos capazes de uma vida sexual ativa e prazerosa. E uma vida sexual dentro desses parâmetros é que vai evitar muitos dos desvios e adoecimentos psicológicos que abarrotam os consultórios nos dias de hoje.

Sexualidade é um processo que prepara o seu filho para o sexo futuro. Simples assim. Nada há de pecaminoso ou passível de punições. Sexualidade é individual, sexo é a dois. 

Como se dá a sexualidade na infância

Menino e menina sorrindo

A medida que a criança cresce o cérebro vai se desenvolvendo e permitindo que sua mente perceba partes do corpo que lhe proporcionem prazer. O corpo libera esta energia acumulada por vários canais. Porém a mente da criança, por o cérebro ainda estar em desenvolvimento, não registra esta liberação em todos os canais imediatamente. Isto vai acontecendo aos poucos. No início a criança só consegue perceber isto através da boca. Isto pode ser observado quando o bebê mama pois você consegue perceber claramente como ele,além de se alimentar, se acalma e entra numa espécie de torpor e logo adormece com um semblante de prazer total. Isto acontece porque ele se livrou do que a incomodava: a sensação de fome. 

Logo depois o cérebro se desenvolve mais um pouco e a mente então pode registrar a sensações anais. A sensação de prazer quando as fezes passam pelo esfíncter, pois neste momento ele sente o quanto esta energia densa dentro dele causa incômodo e quando liberada a deixa leve. 

Após esta fase, o cérebro então se desenvolve mais e permite agora que a criança perceba as sensações genitais. Ela vai perceber que ao tocar nesta parte do corpo sente algo diferente, uma espécie de “choquinho” por isso ela se toca. Ela faz isto sem qualquer conotação com o sexo em si. Ela ainda não tem conhecimento sobre  sexo em toda a sua extensão.

É um erro punir a criança nestes momentos em que está se tocando. Não há maldade nisso.

Ela está apenas experimentado novas sensações. Entendendo isso fica claro que nestes momentos o mais importante é direcioná-los para outras fontes de prazer.

O que fazer quando percebo que a criança está descobrindo sua sexualidade?

Mãe conversando com filho sobre sexualidade

Este momento normalmente ocorre por volta dos 2,5 a 3 anos de idade. Quando você presenciar estes primeiros momentos em que a criança estiver se tocando, saiba que isso é normal e você deve tratar este momento como algo normal de fato, oferecendo à criança outras “opções” sem dar muita ênfase ao ato. Diga a ele ou ela: 

“venha cá meu filho tem a brincadeira mais legal que essa. Venha que eu vou lhe mostrar.”

E brinque com ele(a) de outra coisa. Realizar este trabalho é especialmente importante. Isso porque a criança vai registrando em suas memórias a informação de que esta experiência é apenas uma entre outras tantas fontes de prazer, ao invés de criar um registro de “algo proibido” ou “algo que não deve ser feito” ou mesmo algo “de extrema importância” .Ela registra este fato como mais uma experiência natural em sua vida, o que torna este momento saudável e encaminhado de maneira simples. 

Por quê é importante tratar a sexualidade de maneira natural?

Bebê olhando com olho esbugalhado

Aquilo que consideramos “maldade” em relação à sexualidade ainda não faz parte do mundo da criança. O que ela está fazendo quando se toca ou se masturba é experimentar uma das sensações que o corpo lhe proporciona. Caso seja punida severamente nessas primeiras experiências pode registrar numa memória de que esta fonte de prazer é proibida e então sua mente tentará protegê-la de punições futuras anulando as sensações nesta parte de seu corpo.

Assim, uma vez adulta, quando o sexo lhe for permitida e for algo de importância crucial em sua vida,  sua mente a impedirá que ter prazer. E então você vai encontrar mulheres que são incapazes de obter orgasmos e doenças ligadas ao sistema reprodutor, homens com impossibilidades de ereção, ejaculação precoce e tantas outras dificuldades relacionadas à prática sexual.

Para finalizar

Entenda que em cada fase, seu filho apresentará comportamentos que são apenas consequências de seu desenvolvimento. Fique atenta para a maneira como VOCÊ vê o mundo não ser a maneira como você julgará suas atitudes. A vida é leve e deve ser vivida com leveza. Sem opressões indevidas, sem julgamentos e punições desnecessárias. A criança continuará se desenvolvendo e sua mente continuará preparando-a para a vida adulta no ritmo dela. Deixe que isto aconteça naturalmente. O seu papel é direcionar os seu caminhos para o equilíbrio. Equilíbrio é o ponto de saúde mental. Então, apenas direcione seus aprendizados com clareza sem incentivos descabidos, sem sexualizá-la mas também sem amedrontá-la com castigos, punições e principalmente, cadeias mentais de pecados que só  existem mesmo na imaginação de quem os analiza.