
Este será o último artigo da série que começamos há 3 semanas atrás. Falamos de vários tipos de mães que fazem mal aos seus filhos. Começamos pela mãe “incrível”, que tem como principal característica ter uma presença invejável mas por pouco tempo; depois falamos da sedutora que tende a esquecer de seu papel de mãe e realizar apenas o de mulher, deixando os filhos de lado; por último falamos da “descontrolada”, que é uma mãe que tem em sua essência atitudes e mentalidade de uma pessoa abusadora.
Todos são perfis que culminam na geração de psicologias incompletas para os filhos. Fechando a série hoje falaremos de um perfil muito particular por sua característica dependente e controladora ao mesmo tempo. Falaremos do perfil “A carente”.
Como são essas mães?

Este é perfil de mãe se caracteriza por serem pessoas sedentas de amor. Não têm uma identidade pessoal pois se completam no outro; e nada mais oportuno do que se completarem nos filhos.
Querem o amor do outro a qualquer custo e para isto se tornam dependentes e requerem atenção o tempo todo.
Elas buscam os holofotes através:
- Do drama: dramatizam tudo ao seu redor. Transformam gotas em tempestades onde sempre estão no papel de vítima;
- Da dor: são verdadeiras receptáculos das dores geradas pelas situações vividas. Transformam as dores do passado em obstáculos intransponíveis. Se transformam em seres sem direito à felicidade perante o que já viveram. Cegam-se para o fato de que todas nós já passamos por momentos ruins e se estamos aqui devemos fazer jus à capacidade que tivemos de superá-los;
- Da doença: com o tempo o sofrimento que vivem acaba por se manifestar no físico então vivenciam as doenças geradas por ele, daí surge uma ferramenta ainda mais poderosa. Transformam a enfermidade em um mecanismo de prova. Mostram o quão injusta a vida continua sendo com elas e usam a moléstia como meio de dominar os filhos pelo o medo da possibilidade de perdê-las;
- Dos problemas: tudo que as envolve é difícil. Tudo se torna um problema. Até às terefas mais simples do dia a dia são transformadas em obstáculos para os quais precisam de auxílio;
- Do sofrimento emocional: são eternas sofredoras. Sofrem de um mal que nem elas mesmas conseguem entender ou descrever. É uma dor que para elas não tem cura já que é justamente esta dor que as tornam o centro das atenções.
Como elas amam?

O amor que oferecem é na verdade o amor que pensam necessitar.
Exigirão um amor que na verdade está longe de ser amor, é carência e dependência emocional pura e simples.
Elas fazem os filhos se sentirem pesados, em falta para com elas. Sua característica principal é a carência, o drama como se alguém estivesse sempre falhando com ela. É como se ninguém fosse o suficiente pra elas. Este comportamento faz com que os filhos sintam vontade de se afastar e isto cria neles um sentimento de culpa que os prende ainda mais.
Ser filho de mães deste perfil é estar condenado a ter de amá-las de uma maneira desconfortável, uma vez que amar esta mãe é ter de fazê-la feliz, o que é impossível.
Isto faz com que seus herdeiros se sintam impotentes e cansados o tempo todo, levando-os a uma sensação de menos valia que se fará presente nos seus relacionamentos afetivos e profissionais. São mães que projetam nas proles a possibilidade de se tornarem inteiras e os aprisionam na obrigação de serem responsáveis pelo que lhes falta.
Como é ser filho de uma mãe assim?

Ser filhos de mães deste perfil é ter de conviver com a culpa de não corresponder a tudo que lhe foi “entregue”, ao mesmo tempo em que o filho se sente incapaz de ser grato em toda completude dado que isto acarretaria existir apenas para elas.
Há uma dor, uma culpa que os acompanham pela impossibilidade da exclusividade. A vida lhes é demasiado pesada considerando que precisam dedicar suas vidas para evitar que elas sejam infelizes. O herdeiro vai se sentir então incompleto, infeliz, já que a felicidade só existe quando nos bastamos como seres inteiros. Ter de atendê-las é o papel de todos ao seu redor. As pessoas devem servir a elas pois se não o fizerem serão culpadas pelo que possa acontecer.
Os filhos ficam incapazes de ter autonomia, vitalidade e escolhas próprias. Não podem ter vida, felicidade e alegria porque é constrangedor ser feliz tendo uma mãe tão infeliz.
Conclusão
Depois de quatro artigos, terminamos a série. Espero que tenha sido muito esclarecedor para todas vocês. Se vocês possuem uma mãe que se enquadra em qualquer um desses perfi,s fiquem à vontade para seguir as dicas que dei ou até mesmo para enviar uma mensagem no meu Whatsapp pois ajuda muito conversar com alguém.

Se se identificaram com algum dos perfis saiba: é necessário fazer a mudança e dificilmente esta mudança será feita sem terapia, procure um profissional.
Nas próximas semanas falaremos sobre temas diversos, começando a focar mais no tema “mulher”. Espero que estejam gostando de participar comigo nesta longa caminhada que é aprofundar-se nas relações entre mães e filhos. Até a próxima.