Como errar menos com filhos de 1 ano e meio aos 3 anos e meio

Menino de 3 anos

Como é a criança

É o ciclo o mais importante, pois neste período a personalidade está se moldando de acordo com as memórias que estão sendo fixadas em sua mente. A interação pais e filhos será fundamental para o seu futuro. Temos ciência, é claro, que antes destes estágios, a criança interage com a mãe, sente o que ela sente e recebe tudo que ela lhe oferece, seja bom ou ruim. A criança precisa de energia para sustentar-se. Quando a mãe está bem o útero fica cheio de energia, e naturalmente quando está mal o útero fica sem energia e se contrai, tornando-se um lugar não tão confortável para a criança. 

O bebê fica apertado e sem energia, e este padrão de energia que recebe durante a gestação irá acompanhá-lo vida afora, como tudo o que vivemos e fica marcado em nós. Mas isto não é um ponto para desespero e para gerar um ultra-cuidado com seus filhos. Ame e cuide sem exageros, você deve suprir as necessidades do seu filho ou filha e não ele ou ela a sua de realização. Não o sufoque com um amor que seja intenso demais, pois um amor trabalhado desta maneira pode se transformar muito mais em um pseudo-amor do que um amor verdadeiro.

Criança com pais felizes

Neste estágio também é o momento que a criança percebe que tem controle sobre algo que é seu, ela aprende que pode controlar as fezes. Sabe quando você chega em um lugar e vê uma mãe com uma criança no banheiro, tentando fazer com que ele desfralde? A criança fica no banheiro horas com a mãe e não faz e assim que a mãe desiste e coloca uma fralda ela enche a fralda? Pois é, esta é uma manifestação deste controle por parte da criança. É a criança sentindo que tem vontade sobre algo que é dela. É a criança se sentindo um sujeito pelas primeiras vezes, sentindo que tem sua própria vontade e que tem um pouco de controle sobre a vontade da mãe.

Criança desfraldamento

Por conta do surgimento desta vontade, o período de desfraldamento é uma fase muito delicada, onde o equilíbrio deve prevalecer, pois se houver muita pressão ou muita permissividade, o bebê será prejudicado. A criança deve entender que pode ajustar o controle que tem sobre seu “produto” com o interesse da mãe. 

Simultaneamente a criança também está percebendo que há outra pessoa nesse sistema familiar: o pai. Ela começa a se afastar da mãe e se aproximar do pai. Ao contrário do que muitas mães podem sentir neste período, a aproximação com o pai é um sinal positivo, sinal de que o desenvolvimento do bebê está ocorrendo de forma satisfatória. O problema é que, sem compreender isto muito bem, muitas mães se sentem nesta fase abandonadas e injustiçadas. Afinal, quem carregou este bebê por tanto tempo? Quem dá de mamar? Quem dá tudo o que ele precisa e ainda assim a criança fica querendo o pai toda hora? Isso não é justo, certo? Errado, é justo sim. Você não deve pensar assim.

Criança alegre com o pai

O que fazer

Entenda que você não está perdendo o amor da criança. Não tente prendê-la a você pois fatalmente fará com que ela regrida ao estágio onde só havia mãe e filho, com que seu desenvolvimento fique parado numa fase anterior, e isso pode comprometer o seu desenvolvimento por toda a vida. Facilite que o pai exerça a função paterna. Saiba que estará adoecendo a criança com pequenas colocações e proibições como:

‘’Seu pai é bobo! A mamãe quem sabe cuidar de você!” ou“Seu pai não sabe de nada, fica com a mamãe.” 

Deixe de lado ideias ilusórias de que a criança só será protegida se estiver com a mãe, impedindo o pai de sair com a criança na justificativa de que ele não cuidará dela. Você estará ensinando a criança que a figura paterna é fraca, não é amada e não merece respeito. A criança entenderá que o diferente dela, neste momento o pai não merecer ser amado e respeitado. A semente dos preconceitos nasce desta dinâmica criando raízes profundas na mente da criança de  que o diferente dela é fraco portanto não merece ser amado  e respeitado. Mais tarde você talvez irá se perguntar porque seu filho não aceita algumas pessoas por terem traços, cor da pele, ideias ou opções diferentes das dele e não encontrará respostas.

É preciso concordância também entre os pais na hora de impor limites a criança.

É preciso ficar claro que: “Não é não”, independente de quem vem. Não se pode haver um pai que fala não e a mãe diz sim para a mesma coisa, ou mesmo o reverso. Este é um grande erro que os casais cometem. 

Pais permissivos demais, filho sem limites.

Neste momento amar é impor limites. O maior erro dos pais, aqui, é que por medo de traumatizar a criança, tornam-se permissivos. Isso fará surgir na criança um sentimento de onipotência, tornando-a agressiva, controladora e sem limites.Ela lançará mão de todos os recursos que possui para experimentar o prazer de ter suas vontades satisfeitas. Pirraças, gritos, mordidas, agressões aos pais, xixi e cocô na roupa serão cada vez mais comuns se não houver limites.

Mães e pais precisam ser firmes e coerentes: “Sim é sim! Não é não!”

Se houver entre eles uma disputa pelo amor do filho, a criança perceberá e se tornará um oponente doentio de ambos. Ela usará de todos os recursos sem qualquer escrúpulo para dominá-los pois nesta fase a criança ainda não é capaz de sentir culpa ou empatia. Conduzir bem esse período é necessário para que, quando se tornar adulta, tenha respeito à figuras de autoridade e poder (pais, avós, professores, etc), controle financeiro e capacidade de agir com maturidade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *