Vivemos em um mundo de mulheres masculinizadas e homens fragilizados – saiba o porquê

De repente, alguém pensou que a natureza estava errada, que os machos deveriam ser mais frágeis e as fêmeas mais masculinas. Decidiu-se então por se criar filhos sob novos parâmetros, para que não sofressem e não fizessem sofrer. Compramos a ideia e as famílias mudaram: os meninos foram sendo protegidos e moldados para serem homens fracos, afinal sofrimento é também fonte de aprendizados e força; enquanto as meninas foram sendo ensinadas a serem mais insensíveis, de modo a se protegerem do sofrimento que a sensibilidade poderia lhes gerar, tornando-se então mais masculinizadas e inseguras.

Quizeram modificar tudo muito rapidamente sem compreender que esta mudança requer um processo, pois a natureza não dá saltos. Quando forçada em uma direção errada, se rebela para se ajustar à origem a que pertence. Mudamos de direção produzindo uma nova geração de homens e mulheres transtornados, e agora colhemos os frutos dos erros das últimas décadas. Torna-se necessário compreender a nova realidade e encontrar uma direção mais equilibrada.

Os homens da nova geração

Os homens buscando fidelizar-se com os novos padrões, chegaram à idade adulta perdidos dentro de si. Se conectaram às crenças que lhes foram incutidas de que poderiam ser o que quisessem independente das próprias características. Por conta desta desconexão consigo mesmos, viram apenas dois caminhos a que poderiam seguir: o dos mansos e o dos agressivos.

Os mansos tornaram-se presas fáceis nas mãos de mulheres também perdidas dentro de si mesmas. Mulheres que confundem empoderamento com promiscuidade, poder com agressividade. Transformaram-se em objetos para elas, fazendo com que a sensação de poder dessas mulheres as fizesse permanecer na ilusão de serem verdadeiramente poderosas. Apenas uma  ilusão, porque o poder só existe no autodomínio e não no dominar o outro. Os agressivos, fazendo da agressividade sinônimo de força, transformaram suas mulheres em objetos de poder.

As mulheres da nova geração

As mulheres desta nova geração esqueceram que são cíclicas. Que não podem exigir de seus corpos uma constância de emoções, sentimentos e sensações. A própria natureza de seu ciclo menstrual determina seus estados emocionais, produtivos e reprodutivos, inclusive sua prontidão sexual. Escolheram também dois caminhos, o das liberais e o das empoderadas.

As liberais, ensinadas que podem e devem fazer o que querem, optaram por usufruir do que ser do sexo masculino oferecia aos meninos no passado. Foram para as ruas e baladas, embaladas no engano de poderem afrontar a própria singularidade. Alucinadas, deliram entre frenesis sensuais, bebidas, danças e sexo casual. Entregam-se à ilusão da liberdade conquistada, que se resume apenas em fazer o que querem que elas façam. Perdem o autocontrole e nessa perda a felicidade. 

As empoderadas têm se tornado verdadeiras “rotas alteradas”, tentando enganar o tempo e a percepção de si mesmas. Confusas entre sucesso e riqueza, prosperidade e liberdade, criam suas próprias prisões transformando-se em verdadeiras máquinas de trabalho. Vão em busca do dinheiro e do sucesso como sinônimos de liberdade e poder. Abandonam a feminilidade e a maternidade em prol do prazer momentâneo. Adoecidas, perdem o senso e o bom senso e, cultuando esse equívoco, levam outras ao mesmo sofrimento, influenciadas pela ilusão de serem essas as tais “mulheres empoderadas”.

Consequência maior? Relações tóxicas

De pessoas transtornadas e distantes da própria natureza é esperado que surjam relações estranhas, para não dizer tóxicas. Ainda no meio deste caos, os homens se lembraram ou foram ensinados que, para serem homens, precisavam ter “pegada”. Se confundiram mais uma vez e acreditaram que a pegada se exercia na cama. Aprenderam a dar tapa na bunda, puxão de cabelo e tapa na cara. A sensação de domínio que essas atividades geram lhes confundiu ainda mais, fazendo com que se sentissem poderosos.

As mulheres ao lado deles, tentaram se adaptar, acreditando que era uma nova maneira de amar. Que suportar a dor, a submissão nesses momentos com certo controle, era sinônimo de força. Este equívoco as tornaram  presas fáceis na ilusão de ser este comportamento sinônimo de liberdade. Enganadas, tiveram como resultado apenas o fato de serem ainda mais vulgarizadas.

É preciso ter “pegada” sim, mas pegada na vida

Vivemos hoje um momento sombrio. Afinal, homens precisam sim ter pegada, mas em outros termos: estamos falando de ter “pegada” na vida. Precisam ter força masculina para proteger, suprir e conduzir. Proteger suas mulheres, suprir suas crias e conduzir suas famílias. O problema é que guiados por novos e confusos conceitos de masculinidade, não aprenderam a ter esta capacidade. Sem ela, querem sempre dominar, e quando o objeto não quer mais se submeter, se vêem sem saída: sua solução é agredir e destruir. Os agressivos agridem seu objeto de poder, os fracos destroem a si mesmos.

Verdadeiros homens precisam ter essa pegada poderosa que toda mulher necessita: cuidado, proteção e suprimento. Com a masculinidade roubada, muitos não conseguem entender o que excita verdadeiramente uma mulher. São incapazes de compreender que um “eu resolvo” vale muito mais do que um “eu sou foda na cama”. 

Não sabem como resolver porque com a busca dos pais por não permitir que sofressem, tiveram todos os seus problemas resolvidos. Não tendo memórias para lhes nortear na solução de situações que sempre ocorrem na vida, não têm condições de superar os problemas. Sem essa condição, são capturados pela agressividade. A outra parcela, aqueles que adotam a submissão, também não sabem como resolver as situações e delegam essas obrigações às suas mulheres. Ambos são fracos e deixarão marcas em suas parceiras, algumas visíveis e outras ocultas.

Mulheres que vivem com homens fracos se transformam

Mulheres que se masculinizam o fazem em busca de liberdade e poder. Elas teimam, apesar de evidências contrárias, que não há nenhuma diferença entre os sexos, que podem e devem viver e agir como os homens viveriam e agiriam. Logo acabam convivendo com homes fracos. Homens incapazes de resolver, incapazes de proteger, suprir e conduzir.

Elas podem se tornar submissas ou cada vez mais agressivas e castradoras. A fraqueza dos homens tira delas ainda mais a possibilidade de usufruir da sua feminilidade. Nesse impasse, vemos uma geração perdida, onde o amor deixou de existir com a sua beleza de conquista e entrega, de dar e receber, enquanto as famílias, sem a definição de papéis que norteiam o olhar dos filhos, produzem uma sociedade sem rumo.

Nos resta esperar que a natureza feche esse ciclo e tudo se equilibre, criando uma geração mais feliz. Afinal tudo é impermanente e caminha para o equilíbrio. Que a lei da impermanência nos ajude e que cada um possa identificar em si esses erros e corrigí-los para que possamos ter uma sociedade melhor e mais equilibrada. Não posso deixar de dizer que a terapia é uma ferramenta excelente para encontrarmos esses hiatos em nossa criação e ficarmos livres deles de maneira leve e ao mesmo tempo direta.

Outubro rosa: se realmente a doença é a linguagem da alma, o que esta alma está tentando nos dizer?

Mulher segurando símbolo do outubro rosa

Estamos no final de outubro, outubro rosa. Muitas de nós enfrentando situações adversas frente a algo que nos foge da compreensão: o adoecimento do nosso corpo. Somos mulheres de sonhos, de luta, de prazeres e sofrimentos. As vezes mais sofrimentos que prazeres. E não compreendemos o porquê de estarmos passando por momentos de dor.

Que o adoecimento do corpo pode ser uma infeliz consequência do adoecimento da mente todos nós já sabemos, o que poucos se atém é que na mulher o adoecimento físico (e nisso podem se incluir inclusive doenças graves como câncer de mama) é em grande medida devido à falta de conhecimento de si mesmas e uma consequente necessidade de adaptar-se ao mundo ao invés de viver a autenticidade da mulher que é.

É preciso descobrir nossa essência como mulher

Mulher se alongando

Nós nos perdemos quando substituímos o verbo “haver” pelo “a ver”. Quando negligenciamos às nossas vontades e nos preocupamos muito mais com aquilo em nós que tem “a ver” com o outro. Deixando de viver pela nossa essência para viver pelas expectativas alheias. 

Mulheres são seres fortes e por isso se moldam à vida com mais facilidade. No entanto, moldar-se significa distanciar-se da essência, deixar de ser mulher. Isto parece piegas mas é real.

Quando uma mulher se molda a determinadas funções pelas quais transita, acaba por negligenciar sua essência, essência esta que é a única parte real de si mesma.

Todas as funções que ela exerce são temporárias e ilusórias, só existem em  determinado tempo e na presença do outro: 

  • Só posso exercer a função materna na presença de filhos; 
  • A função esposa na presença do marido; 
  • Profissional quando no trabalho; 
  • Filha na presenca dos pais e assim por diante.

A mulher passa e realiza todas as funções, mas não pode nunca se identificar com elas ao ponto de se negar em sua essência e autenticidade. Se negligenciamos esta mulher para nos fixarmos em qualquer função que tenhamos aprendido ser o nosso papel, a mulher dentro de nós sofre e adoece, comprometendo todas as demais funções.

Assim é preciso que voltemos o nosso olhar para a mulher que habitta em cada uma de nós para enxergarmos o que está por trás do adoecimento do corpo. O corpo feminino fala de suas tristezas através das dores, afinal toda doença é um caminho para a compreensão de nós mesmas. É a mente falando através do corpo, mostrando as dores que estamos nos permitindo experimentar, e isso não é diferente quando falamos em aspectos do outubro rosa. 

E onde podemos encontrar a cura?

Mulher em um spa

Obviamente não estou dizendo que o câncer se cura com aspectos mentais, seria leviano de minha parte. O que estou dizendo é que conhecer a nós mesmas, nos aceitarmos como mulheres e vivermos a nossa autenticidade e feminilidade é uma forma de prevenirmos todos os tipos de doenças, incluindo as mais graves. 

A cura passa pelo conscientização de nossas dores.

Todos nós somos seres de gozo. Precisamos de sentir prazer pois o prazer é em essência nos livrarmos da sensação de incômodo, de sofrimento, seja um sofrimento do corpo ou da alma. Quando vivemos situações sem prazer acumulamos em nós a energia (libido) que deveria ser liberada e esta energia acumulada busca por liberação. Esta busca é direcionada às partes que a bloquearam exercendo pressão constante sobre elas, a pressão causará o adoecimento dos órgãos. Entendendo tal processo podemos perceber com mais clareza o porquê de ser o câncer de mama e útero o de maior propensão entre as mulheres.

Muitas de nós dirão que sexo hoje não é mais tabu e que as mulheres já têm uma vida sexual ativa e livre e que essa história de libido bloqueada é coisa do passado. Não, o problema aqui não está na liberdade ou liberalidade, mas sim na autenticidade da prática sexual, em sermos mulheres em todos os sentidos, incluindo quando no sexo.

É preciso ser mulher e autêntica, também no sexo

Que a liberdade é crucial para uma prática sexual saudável nenhuma de nós duvida. Porém, devemos nos questionar sobre o que é ser livre para viver nossa sexualidade. Se no passado esta parte de nós era regada a recato e culpa, hoje é regada a uma obrigatoriedade de adaptação a uma sexualidade essencialmente masculina. As mulheres precisam entender a sua natureza, a sua feminilidade.

Entender que ser feminina nada tem a ver com fraqueza ou submissão. Mas sim com um modo de ser, uma maneira única de vivenciar o mundo através do corpo que possuem, o qual é diferente do corpo masculino. Um corpo que sente prazer de maneiras diferentes do que um homem experimenta. 

Ao tentarem se moldar as convenções tanto no passado quanto no presente, moldam também a própria sexualidade e isto pode levar ao adoecimento. Quando tentam se moldar à sexualidade masculina também se privam do prazer genuíno. Confundem o prazer corporal com o prazer genuíno, o gozo em sua essência. Sofrem e nem sabem o porquê. Mas o corpo lhes dirá onde está sendo atacado ou negligenciado. Afinal o corpo fala, e “quem tiver ouvidos para ouvir que ouça”, como diriam os antigos. Ouça suas dores que elas lhes dirão qual é o caminho da cura.

A cura está em ouvirmos a nossa voz interna que nos fala do quão sagrado é o feminino em nós. Nos fala da força que temos para sermos nós mesmas.

Sermos mulheres lúcidas sem a necessidade da doença para nos lembrar que nossa sexualidade pode ser vivida com prazer genuíno sem masculinizar a mulher ou fragilizá-la para adaptar-se aos papéis que aprendeu a sustentar.

A sexualidade feminina é inerente à alma que habita este corpo ímpar, que recebe e se entrega na busca por dualidade. Adaptar-se a uma prática sexual que beira a masculinidade traz consequências sérias ao corpo assim como as trouxe quando a sociedade nos levou negar esta parte importante de nós, nos impedindo de sermos mulheres completas em prol de sermos “moças puras”. Assim precisamos entender que podemos usufruir de uma sexalidade plena onde haja entrega total de corpo e mente. Onde o que menos se procure seja a performance, a conquista mas sim a conexão entre corpos e mentes que se conhecem e de permitem conhecer. Que de desnudem dos personagens que representam além das roupas que vestem. Que toquem e sejam tocadas na lucidez de um instante quando se percebem inteiras mas parte ao  mesmo tempo que completa e se completa no outro . Que se permite dançar a dança do acasalamento profundo que somente aqueles que se percebem inteiros podem dançar juntos.

Saiba identificar quando uma criança precisa da ajuda de um profissional

Criança recebendo ajuda de um psicoterapeuta

Uma cena bastante comum

O objetivo de todos nós era apenas comprar algumas delícias para o café da tarde. Aquela padaria era uma das melhores opções. Andávamos pelos corredores observando o que mais nos agradava, entre coisas saudáveis e não saudáveis, fascinados pelos cheiros e cores que nos seduziam. 

De repente uma criança, entre seus três ou quatro anos de idade, tirou completamente a paz do lugar. Com choro estridente, tentava agredir a uma jovem mãe que se encontrava na fila do caixa. Aos berros dizia: “eu quero! me dá! feia! nojenta. Eu vou comprar outra mãe, não gosto mais de você.”

O rosto da jovem ficou pálido, uma mistura de vergonha e desespero transformaram o seu semblante. Com muita dificuldade ela conseguiu pagar as compras e caminhar para o carro estacionado em frente ao estabelecimento, sendo puxada e arranhada pelo filho aos prantos. 

Criança fazendo birra no estacionamento

Quando cheguei à calçada vi a criança ainda do lado de fora do carro se negando a entrar, sapateando e gritando. A jovem mãe permanecia de pé ao lado do carro, já nem insistia para que o pequeno entrasse. Estava debruçada sobre o teto do veículo, com a cabeça baixa, apenas observando a criança com o olhar fixo em total exaustão.

Meu olhar de terapeuta me permitiu ver imediatamente que aquela criança precisava de ajuda.

Os sinais de que a criança pode precisar de ajuda

Quando falamos em crianças, a primeira coisa que precisamos entender é que elas ainda não são capazes de decidir sobre suas ações e escolhas, portanto precisam ser direcionadas. Elas ainda não têm o superego formado, ou seja, não têm dentro de si a capacidade psíquica de impor a si mesmas os limites necessários à vida em sociedade. Esta limitação precisa vir de fora para dentro, dos adultos que a educam. Elas ainda não possuem a capacidade de se colocarem no lugar do outro, não desenvolveram empatia suficiente para frear a sua busca por satisfação. Se você vir crianças que apresentam os seguintes sinais:

  • Comportamento agressivo em relação aos pais, familiares e cuidadores;
  • Negar-se a comer o que lhe é dado, aceitando se alimentar somente com o que quer e onde quer, sem aceitar ficar à mesa ou no seu local de refeições;
  • Fazer pirraça por tudo que deseja com choros convulsivos e sem controle;
  • Negar-se a dormir nos horários determinados;
  • Se auto-agredir;
  • Agredir a outras crianças com frequência;
  • Regredir a idades anteriores adotando voz infantil, voltando a fazer xixi na cama e/ou a usar mamadeira novamente.

Não as julgue, muito menos julgue seus pais. São sinais de que precisam de ajuda de um profissional. 

Comportamento agressivo, pirraça constante, nega-se a comer aquilo que os pais oferecem 

Estes podem ser sinais de que limites não estão sendo colocados pelos pais e familiares. Quando a criança não recebe limites claros, contrariamente ao que o senso comum pode nos deixar pensar, ela não fica feliz ou empolgada com a possibilidade de fazer o que quer, pelo contrário, ela tende a adoecer psicologicamente pois vive sensações de profunda angústia porque seus impulsos não foram contidos. 

E é na busca por receber essa contenção que ela vai expandindo seus limites cada vez mais. É como se ela gritasse aos quatro cantos:

“Por favor, mãe, pai, tios, professores, parentes, alguém me contenha e me mostre como me devo me comportar, me ensine quais impulsos seguir e quais ignorar, eu preciso desses limites!”

Ela precisa de uma figura forte que lhe mostre os seus limites. Quando isto não acontece ela sofre, se angustia. Sem saber como lidar com esse sentimento torna-se cada vez mais agressiva e tirânica.

Adota comportamentos de idades anteriores, fazendo xixi na cama, voz infantil ou perdendo parte da autonomia já desenvolvida

Por mais impressionante que possa parecer, esses comportamentos normalmente não ocorrem porque “seu filho está se desenvolvendo mais lentamente do que outros”. Não! A causa está em outro ponto que é preciso trabalhar em conjunto com o psicoterapeuta:

A criança está buscando por atenção.

Há crianças que, mesmo depois de terem aprendido a comer com talheres, regridem e começam a comer com as mãos e fazer uma bagunça tremenda durante as refeições. Há pais que se desesperam, não sabem o que fazer. A resposta é simples: ela está clamando por limites o tempo todo. Claro que vem a pergunta: 

  • Quais limites? 
  • Em relação a quê?
  • Como colocar limites em uma criança que nunca os teve?
  • Que tipos de atitudes nós, como pais, temos que modificar?

Aqui se tem mais uma clareza da necessidade de ajuda, não só da criança mas também dos pais. Essas perguntas são respondidas em consultório, caso a caso. É um trabalho belíssimo feito entre terapeuta, criança e pais que faz com que conheçamos mais a nós mesmos como pais e nos aprofundemos nas necessidades de nossos filhos, sem extrapolarmos para além do necessário.

Criança chorosa, ansiosa e/ou que roe unhas, insegura

Contrariamente ao estado anterior, esses são traços de uma criança limitada em demasia. Ela pode também apresentar um comportamento agressivo mas apenas em alguns momentos e é comum observar um choro profundo e doído, diferente do choro da criança que busca por limites. Apresentará quadros constantes de ansiedade e muitas vezes concomitante com oncofagia (hábito de roer as unhas).

Poderá também se auto-agredir, porém o fará às escondidas pois esta auto-agressão não será para ser limitada ou chamar atenção, mas sim como um caminho de alívio de sua dor interna através da dor física.

Crianças criadas com muita rigidez recebem poucos elogios e muitas críticas. São cobradas o tempo todo e impedidas de usufruírem de suas vontades e satisfazerem seus menores desejos. Adoecem por falta de prazer e se limitam a limitar-se constantemente para serem aceitas. Quando isto se torna impossível os comportamentos falam por elas. 

O que podemos perceber nesses momentos é que elas estão na verdade deprimidas a tal ponto que derramam-se nesses comportamentos. É preciso ressaltar que os sinais de depressão nas crianças muitas vezes são diferentes da apatia que observamos nos adultos. Pode-se observar:

  • Agitação constante;
  • Agressividade contra os familiares e professores;
  • Auto-agressão;
  • Verborragia (crianças que falam demais);
  • Falar palavrões demasiadamente.

Mudança brusca de comportamento e humor, tristeza profunda

Esse tipo de comportamento pode ter uma causa mais séria. Observem bem os seus seus filhos. As crianças têm uma certa dinâmica comportamental que é constante. Lógico que há algumas variações de humor mas, elas logo voltam à sua “maneira natural de ser”. Elas têm o seu jeitinho que nós pais entendemos apreciamos e outras vezes desejamos modificar. Se a sua criança apresenta :

  • Mudança brusca de comportamento;
  • Mudança de humor;
  • Tristeza profunda.

Pode estar acontecendo algo sério com ela. Tente falar com ela e busque ajuda. Ela pode estar sofrendo algum tipo de abuso. Crianças em situações de abuso se fecham e entristecem porque sentem-se acuadas e culpadas. Procure ajuda de um profissional.

Choro aos finais de domingo ou antes de ir para a escola

Podem ser sinais típicos de crianças que estejam sofrendo bullying (assédio moral). Apresentará choro principalmente aos finais de domingo ou antes de ir para a escola. Poderá até mesmo sentir dores de barriga ou ter febre nesses momentos.

As crianças sempre nos darão sinais de seu sofrimento. O importante é estarmos atentos aos sinais e abertos inclusive a possibilidade de sermos nós, com nossos comportamentos equivocados, os responsáveis por seu adoecimento. Mais importante ainda é estarmos dispostos a mudar para que cresçam saudáveis e se tornem adultos felizes.

Todos os pais precisam de ajuda, mas são poucos os que admitem

Há uma necessidade íntima de acertarmos na criação dos nossos filhos em todos os campos. Ter filhos “perfeitos” é o objetivo por trás do nosso esforço, mas lá no fundo sabemos que isto é impossível.

Aceitarmos esta impossibilidade nos leva a uma sensação de impotência e derrota, por isto é tão difícil enxergarmos e principalmente admitirmos quando falhamos. Entretanto, precisamos entender que é impossível acertarmos sempre pois somos falhos por também termos tido pais que falharam em nossa formação, afinal a imperfeição está em todos nós. O importante não são as nossas ações, elas não são boas nem más o que as torna corretas são as intenções por trás delas. E nós sabemos que tudo que fazemos em relação aos nossos filhos, o fazemos com boas intenções.

Admitir que precisamos de ajuda é um enorme sinal de amor em relação aos nossos filhos, é sinal de sabedoria, não de limitação.

Conclusão

As análises que faço neste artigo são todas preliminares e têm o objetivo de dar luz aos pais de crianças que necessitam de ajuda. As situações reais são sempre mais complexas e podem envolver diversos tipos de aspectos em um caso apenas, por isso é sempre necessária uma análise clínica da criança na presença dos pais para que o auxílio venha da melhor forma possível e os resultados positivos no comportamento da criança sejam observados rapidamente. 

Aos pais que estejam vivendo essas situações, saibam que há sim uma luz no fim do túnel. A criança não é assim porque “tem uma psicologia própria e difícil” mas sim porque não recebeu ainda o auxílio necessário para tornar-se mais equilibrada, compassiva e capaz de vivenciar as realidades da vida.

Busquem ajuda profissional. No meu consultório tenho disponibilidade de horários especiais para crianças que precisam de ajuda, isso porque sou apaixonada por esse tipo de trabalho. Caso necessitem, entrem em contato comigo pelo Whatsapp clicando no próprio site. Caso não possam consultar comigo, tudo bem, mas não deixem de procurar o auxílio de um profissional capacitado, pois a mudança na vida da família é algo mágico quando há um trabalho psicoterapêutico bem feito com as crianças. Boa sorte!

O que um filho deve fazer para “honrar a seus pais”?

Filho abraçando a mãe mais velha

Nos disseram que deveríamos honrar pai e mãe, mas não nos ensinaram como fazê-lo, porquanto, nos perdemos em busca de grandes conquistas para atingir tal honra. E aí é apenas

quando nos tornamos mães e nos deparamos com os filhos adultos é que percebemos que a única coisa que desejamos é que sejam felizes. 

Experimentamos uma dor física e também na alma quando os vemos em sofrimento. Um sofrimento que nos faz sentir impotentes e tristes por não poder ajudá-los a resolver suas dores mais íntimas. Nesse momento, tudo o que sonhamos é que estejam bem, que estejam em paz, que consigam desfrutar um pouco da felicidade. Esta é a honra que os pais desejam que os filhos lhes dêem. Daí se pode concluir que

a maneira mais efetiva que um filho pode honrar seu pai e mãe é buscando a própria felicidade. 

Um filho próspero, honra a seus pais!

Filho e pai alegres

Se queres honrar pai e mãe seja próspero no sentido exato da palavra. Não confunda prosperidade com riqueza. Ser rico é possuir bens materiais e uma conta bancária abastada,

ser próspero é estar em equilíbrio em todos os setores da sua vida, principalmente no emocional.

É estar bem consigo, com os demais e principalmente com a própria vida. É ter felicidade e liberdade. É não submeter sua vida e suas ações ao desejo e vontade do outro, seja este outro quem for. Somente assim você estará “honrando pai e mãe”. 

A honra passa pelo respeito a si mesmo pelo auto-amor. Quem não ama a si mesmo é incapaz de amar o outro. Transita pela vida como um morto vivo alimentando-se da energia alheia e sendo fonte de alimento de outras pessoas. E uma das formas mais clássicas de um filho se alimentar e ao mesmo tempo consumir a energia dos pais é sendo desrespeitoso para com eles.

O desrespeito mina a honra

Filho dependente pedindo para o pai pagar-lhe algo

O respeito perante aos pais não está só na base do “não xingar” e “não tratar mal”, ele passa sim por todas as esferas, inclusive no aspecto financeiro. Há filhos que se tornam algozes dos pais sem percebê-lo. Vivem uma situação parasítica onde são verdadeiros hospedeiros sugando tudo dos ascendentes, financeira e emocionalmente. Usufruem dos pais sem qualquer pudor no que se refere a dependência financeira. Vêm os genitores como iguais e com a total obrigação de supri-los em suas necessidades. 

Esses pais perderam sua honra se submetendo à tirania das proles e continuam mantendo uma situação desonrosa, tentando adaptar-se às suas exigências emocionais e financeiras a qualquer custo.

Perpetuam-se na função paterna de supridores tirando também dos filhos a possibilidade de serem seres honrados (uma vez que a honra é um estágio onde somos supridores de nós mesmos).

O ciclo se perpetua mais e mais à medida em que os filhos crescem, pois ofendem aos pais na busca por atenção exclusiva e manutenção financeira. 

É desolador ver essas situações. Há um embotamento no olhar dos pais gerado pela sua formação psicológica, na qual se sentem eternamente  responsáveis por seus filhos e obrigados supri-los em todas as coisas. Erro crasso! Já que um ser que não é capaz de se sustentar só pode sobreviver parasitando outro ser. 

Esta vivência tende a destruir o hospedeiro e também o parasita, pois uma vez que o hospedeiro se esvazia de sua vida, a vida do parasita também termina.

A honra não existe em ambos. Um porque se permitiu destruir deixando de honrar a si mesmo visto que o primeiro mandamento que recebemos foi amar a nós mesmos antes de amar ao próximo, o outro por nem se tornar capaz de amar a si mesmo pois não aprendeu a amar verdadeiramente sua primeira fonte de amor: os pais.

O tripé da honra

Filhos felizes beijando a mãe mais velha

A honra passa pelo tripé mais importante que mantém a saúde mental de cada um de nós:

  1. O ouvir;
  2. O falar;
  3. O fazer. 

Para sermos felizes precisamos ouvir o que queremos, falar o que queremos e fazer o que queremos.

Na maioria das vezes os genitores ouvem o que não querem, falam o que o outro permite e fazem o que não querem por isso adoecem física e emocionalmente.

Não sabem que o início e fim são idênticos: a criança e o idoso têm características semelhantes, vivem envoltos em desejos e vontades. Não podem ser limitados o tempo todo, não podem ser privados de prazer em sua totalidade.

Enquanto a criança tem nos pais sua maior fonte de prazer e precisa da presença deles para se desenvolver, os pais – quando mais velhos – têm em si mesmos, em sua liberdade e principalmente na capacidade dos filhos de serem auto suficientes sua maior fonte de prazer. Filhos dependentes, infelizes e incapazes de equilibrar a própria vida tiram deles esta possibilidade de prazer e, portanto, desonram a seus pais. 

Não pode haver honra sem respeito, o respeito desaparece quando há injustiça e nada há de mais injusto do que a dependência sem uma justa causa. Honre a seus pais sendo independente, forte, livre e, principalmente, sabendo cultivar a própria felicidade pois

pais de filhos felizes e independentes se sentem mais amplos e completos porque sentem que de algum modo tornaram esse mundo um mundo melhor.

Sou mãe e fui traída pelo meu marido. E agora?

Mulher traída

Isto pode soar estranho aos nossos ouvidos femininos mas é real.

Homens não traem porque uma mulher não pode ser traída.

Quando me deparo com alguém no consultório que se julga traída, aos prantos, buscando ajuda ou querendo apenas um ombro amigo para chorar, fico observando os caminhos que posso seguir para fazê-la enxergar que somente uma parte ínfima de si foi traída, uma parte pequeníssima de toda a sua integralidade feminina.

Como apenas essa parte pequena foi traída, a dor que está sentindo também pode ser proporcional àquela parte. É difícil de se compreender para quem vive aquele momento, mas a dor que se está sentindo só tomou tamanha proporção pelo seu desconhecimento de sua verdadeira natureza como mulher, do entendimento de sua totalidade feminina. 

Acredite: quando se descobre a complexidade por trás de si mesma e o valor que há em si como mulher, a situação muda repentinamente. A dor começa a diminuir, a passionalidade a se apaziguar, a alegria e confiança em si mesma volta a aparecer como uma luz no fim do túnel que nos guia para fora da situação depressiva que é uma traição.

Esposas podem ser traídas, mulheres não!

Mulher triste por ter sido traída

Esposas podem ser traídas por seus maridos, namoradas traídas por seus namorados, amantes por seus amantes. Entretanto, mulheres não podem ser traídas porque mulheres só existem fora desses papéis, são sua super-estrutura, ou seja, são a matriz que sustenta a todos eles. 

O problema surge quando uma mulher abre mão de sua condição de mulher, os papéis pelos quais transita ganham tanta força que a sufocam. É aí que começa o erro. No início há apenas a mulher, mesmo que ainda pequena, é uma pequena mulher. A medida em que crescemos, começamos a transitar em diversos papéis: filha, namorada, esposa, mãe e simultaneamente em tantos outros tais como aluna, amiga e profissional. 

Mas a essência que sustenta a todos eles, a fonte que os supre é a mulher. Quando uma mulher perde esta consciência e se distancia de si mesma, agarra-se à função que a fizeram acreditar ser a mais importante, alimentando-a com toda a sua energia e deixando sua essência vazia. Então a mulher adoece e todas as funções por onde transita tornam-se um peso para ela.

É preciso que entendam que a única pessoa que existe é a mulher. Somente ela é permanente. Todas as demais são transitórias. Aparecem em momentos específicos e quando necessárias, mas vão se dissipar em diversos momentos. 

O erro de se identificar muito com uma função na vida de mulher

Mulher limpando a casa homem descansando.

Quando investimos muito em determinada função acabamos por nos confundirmos com ela e é por isso que nos sentimos traídas. Tentamos ser a função como se essa função fosse nós mesmas e então a fortalecemos com o que achamos ser importante. 

  • Tentamos ser uma esposa exemplar;
  • Uma mãe perfeita; 
  • Uma filha dedicada ou qualquer outro dos papéis que se passam em nossa realidade. 

Gastamos toda nossa energia para sustentar tais funções e isto é um sacrifício enorme por conseguinte acabamos esperando por reconhecimento. Quando o reconhecimento não acontece, nos sentimos traídas.

O que não percebemos é que todos os papéis são externalidades. A mulher surge quando olhamos para dentro e vivemos por nossos ideais de feminilidade, não por aquilo que outros desejaram que fôssemos.

Caso haja concretamente uma traição conjugal a dor beira a loucura.

Mas se uma mulher, mesmo no auge da sua dor, se atenta para o fato de ser ela muito além de uma esposa, inicia-se sua trajetória de auto percepção e é aí que começa sua caminhada de volta à sua essência.

E o meu papel de mãe, como fica depois de tudo isso?

Criança a frente de pais brigando

Antes desta conscientização ela se sentirá compelida a sustentar outras funções, principalmente o papel de mãe, caso tenha filhos, o que poderá levá-la a permanecer no relacionamento como a esposa traída. Caso esta escolha se consume, os filhos, os quais ela deseja proteger de uma situação ruim com este auto sacrifício terão maiores problemas. 

Ser filho ou filha também faz parte de nossas funções na vida, o que existe por trás desses papéis são pequenos homens e pequenas mulheres que precisam das mulheres que sustentam suas mães. E se você está vazia de si mesma, vazia da feminilidade que mora em si, não poderá sustentar seu papel de mãe do jeito que eles precisam de você. 

Então, as proles terão de conviver com mães fracas e infelizes e essa convivência irá adoecê-los muito mais do que o conviver com pais separados poderia fazê-lo. Mas se você como mãe realmente investir na essência da mulher que a sustenta, que é muito mais do que o papel de esposa, terá forças para ser a mãe que seus filhos merecem. 

Devo deixá-lo obrigatoriamente? Quando essa dor vai passar?

Mulher triste e pensativa

Gostaria de deixar claro que em momento algum estou aqui afirmando que em uma traição não pode haver o perdão se o casal assim o desejar.

Mas mesmo que este seja o caminho escolhido, a decisão precisa ser tomada pela mulher e não pela esposa.

Acho que depois de tudo o que falei sobre papéis esta frase fica clara, mas vou detalhar um pouco mais a razão. 

A mulher que te sustenta em toda a sua essência e feminilidade, o fará por decisão íntima e racional, sem o viés das emoções, do desespero ou da incerteza. A esposa tomará tal decisão guiada por emoções centradas principalmente no medo.

Portanto se você está passando por um momento de separação onde tenha havido traição, saiba que a dor que você está sentindo, este aperto no peito, essa sensação de vazio torturante, é a percepção da sua mente de que esta perdendo um de seus papéis e tudo que nossa mente sente que está perdendo ela registra como dor e tenta evitar essa dor nos mantendo na “zona de conforto”, uma vez que para nós toda perda e dolorosa. 

Em alguns momentos você se sentirá confusa sem entender se deseja ou não permanecer no mesmo lugar. Essa sensação vai permanecer por um tempo pois é o tempo necessário para que a mulher em você se fortaleça. E quando isto acontecer ela será substituída por uma sensação incrível de força e capacidade vinda desta mulher.

Você então vai entender que quando deixamos ir algo ou alguém que nos causa dor e sofrimento nunca é perda, é ganho.

Você fala, fala, mas parece que seu filho não te entende? Aprenda a conversar com ele de maneira eficaz

Mãe conversando com filho triste

Uma coisa que todos sabemos é: não é fácil nos comunicarmos com nossos filhos! 

  • Quando são muito novos, não sabemos se estão nos entendendo perfeitamente;
  • Quando vão ficando adolescentes parece que não querem nos entender;
  • E ao ficarem adultos, bem, aí é outra história não é? A conversa passa a ser de igual para igual e os desentendimentos podem aumentar ainda mais.

Saiba que há solução para este problema. Antes de comunicar-se com seus filhos, estejam eles em qualquer idade, você precisa compreender que a mente deles – assim como a sua e todas as outras – trabalha a partir de dois conceitos fundamentais que ocorrem em conjunto: resposta a estímulos e economia de energia.

A mente trabalhando com estímulos e economia de energia

Para que entre em funcionamento a mente precisa ser estimulada. Como um carro que precisa de partida, ela precisa de estímulos para funcionar. Os estímulos chegam até nós através dos sentidos e podem ser positivos ou negativos. Uma vez estimulada, para não gastar energia elaborando uma  resposta, busca em seu banco de dados de memórias o que está registrado em relação àquele estímulo.

As palavras são um dos estímulos mais poderosos para acionar a mente.

Então é preciso cuidado com o que falamos pois podemos abrir velhas feridas acionando velhas memórias e também criar novas memórias que serão arquivadas no “banco de dados” dos nossos filhos e saiba que, depois de arquivada, só mesmo o consultório para remover essas memórias negativas dali. 

Essas memórias serão as responsáveis pelos seus comportamentos. Tomemos por exemplo uma criança que ouviu durante toda sua infância: você é feia. Quando adulta, mesmo que tenha se tornado muito bonita, todas as vezes que receber um elogio, sua mente buscará as memórias relacionadas a essa informação e ela se verá feia. É algo similar ao que ocorre com essas meninas que vemos na televisão com bulimia: por mais que sejam magérrimas (para não dizer esqueléticas) elas continuam se vendo gordas no espelho.

Esse tipo de acontecimento ocorre porque, independentemente da realidade, foi isto o que a mente registrou e o registro prevalece sobre a verdade. Parece algo torpe e sem sentido, mas é assim que acontece. Já vivenciei por inúmeras vezes em consultório situações semelhantes e, quando aprofundamos com o paciente, está lá a memória que atrapalha sua percepção de si mesmo e o deixa aquém do seu potencial. Por isso, tome cuidado com suas palavras.

O que ocorre é que a informação “arquivada” terá prioridade sobre a realidade, e talvez você não vá entender quando seu filho disser pra você que é “burro” mesmo tendo um QI acima da média.

Use linguagem positiva!

A maneira como falamos com nossos filhos muitas vezes fixa em suas mentes  informações que não gostaríamos, pela maneira como usamos as palavras. Para termos uma resposta adequada de nossos filhos é preciso que o estímulo oferecido seja positivo. Estímulo positivo é aquele que desperta uma emoção positiva. Portanto, siga o mantra:

“Mais vale um elogio do que uma crítica, uma conversa do que um xingamento.”

Além disso, vou deixar dicas práticas que podem ajudar você a despertar o melhor em em seu filho:

  • Use o “não” sozinho ou no final das: a mente não o registra no início de frases. Quando você diz ao seu filho: “Não mexa aí!” O não no início da frase tem pouca importância e o que ele capta é: “Mexa aí!”. Por isso faz exatamente o contrário.
  • Use as frases sempre com linguagem positiva: quando você diz por exemplo. “Você não é bobo”, a mente só recebe a informação: “você é bobo”. Neste caso, ao invés de utilizar uma frase com não use uma versão positiva da mesma frase: “Você é inteligente” ou “Você é muito esperto”. A sensação e a percepção que ele terá serão completamente diferentes;
  • Use a palavra “mas” com parcimônia: é uma palavra perigosa que desqualifica tudo que vem antes dela e enfatiza o que vem depois. Use-o depois das críticas e antes dos elogios, nunca do contrário. Por exemplo:

Quando você diz: você foi bem em matemática mas foi horrível em português, ele registra apenas: “foi horrível em português”. Sendo assim, você deveria falar a mesma frase da seguinte maneira:
“Você foi mal em português mas foi muito bem em matemática”. Assim você vai continuar dizendo o que precisa porém de maneira positiva, e os efeitos serão positivos na mente do seu filho.

  • Aprenda a usar o “porque”: a palavra porque alivia a tensão ao oferecer uma explicação. Porém a explicação deve ser lógica e coerente. Nada de dizer simplesmente: “porque eu estou mandando”. Isto não é explicação, é imposição. Quando ele indagar o porquê do que quer que seja diga a ele a verdade. Explicar é mostrar a real intenção que nos leva a tomar qualquer atitude.

A técnica especial que poucos conhecem: contar estórias!

Quando contamos uma estória a alguém a mente busca semelhanças entre o que ouve e o que experimenta (economia de energia novamente). A tendência é que tome para si as informações e conclua de acordo com o que ouve sem racionalizar. Você pode usar este caminho para fazer com que registre informações importantes. 

Você deve contar estórias para o seu filhos cujos personagens sejam similares a ele e onde esteja embutida a informação que você deseja que ele registre. Se deseja que não fume –  desnecessário dizer que você também não o faça – conte a ele uma estória sobre o filho de alguém, com a mesma idade dele que fumou e as consequências foram negativas. Finalize a estória sem fazer comparações tipo: “se você fumar vai acontecer o mesmo com você etc…”

É preciso deixar que a mente dele faça as analogias. 

Entenda que ele não precisa verbalizar esta conclusão. Confie em sua inteligência: ele vai concluir que se fizer o mesmo terá as mesmas consequências e então vai evitar fazer o mesmo. Vai registrar a informação como você quer porque a conclusão foi dele e não sua, diferente do que faria caso você simplesmente dissesse a ele para não fumar.

Concluindo

Entenda também que repreensão é importante mas é diferente de xingamento. Repreensão é limitar, xingamento é humilhar.

Portanto corrija o seu filho no particular. Comunicar-se com eficiência com nossos filhos requer paciência, dedicação e vontade. Policiar as palavras é importante, no entanto policiar os gestos e posturas é imprescindível. Vale lembrar que 70% de uma comunicação é transmitida de forma não verbal. É o conjunto de comportamentos que irá possibilitar uma comunicação eficiente.. O tom de voz é um dos fatores mais importantes. Gritos agridem os ouvidos, palavras mal ditas agridem a alma. Policie suas palavras e gestos mas nunca se esqueça de apurar também seus ouvidos para ouvir os clamores mais profundos do coração dele quando clamarem por você sem dizer qualquer palavra.

Pronto, estou na terceira idade! Qual o meu papel como mãe agora?

Mãe na terceira idade

Este foi um tema recorrente nos pedidos do grupo. Não podia deixar de iniciá-lo lembrando a todos novamente que somos seres de gozo. E deixando claro que gozo é apenas nos livrarmos da energia que o desprazer  acumula em nós.

É preciso deixar claro também que nossa mente possui programas que são iniciados a casa sete anos direcionando o caminho do nosso prazer. Sendo assim em cada período da vida o que nos traz gozo é diferente. Se no inicio da vida, 0 a 7 anos, o prazer vinha da companhia dos pais , no  ciclo seguinte, 7 a 14, nosso prazer se direciona para outras companhias. A cada ciclo novas fontes de prazer são necessárias. 

A noção do que é terceira idade tem se modificado muito rapidamente. Me lembro que em minha época, quando se falava em alguém na terceira idade (acima dos 60 anos) vinha em minha mente uma visão de alguém bem velhinho numa cama e quase sem forças para viver.

Hoje isso é diferente, com todos os avanços que vivemos pessoas na terceira idade são ainda muito fortes, cheias de energia, com vontade de viver e com aparência às vezes melhor do que outros mais novos. Isso claramente faz o mundo ficar melhor, mas também gera suas controvérsias. 

Existe um papel de pais na juventude e outro quando na terceira idade

Mãe, pai e filho alegres

Um casal de jovens tem suas maiores fontes de gozo na companhia um do outro, no sexo e etc, porém logo depois, dos 28 a 35 anos ,já começa a sentir o desejo de serem pais. A mente está programada para esta circunstância, pois é o momento.

Já um casal na terceira idade está em um novo ciclo e sua mente programada para novas fontes de prazer. Eles precisam entender que deixaram o papel de pais para trás.

Agora são só avós e avós não possuem mais o programa “pais“,portanto não devem se aventurar a serem pais dos netos.

A fonte de gozo de um casal na terceira idade está na liberdade de satisfazerem suas próprias vontades. De serem livres para usufruir do que conquistaram.

Não é o seu papel se escravizarem sendo pais de filhos crescidos e netos.

Com responsabilidades  quanto ao futuro financeiro dos filhos , levando-os a se absterem de usar o que conquistaram.

O grande erro de pais na terceira idade

Casal na terceira idade

A maioria dos casais na terceira idade têm vivido fora do contexto em que suas mentes os direcionam. Têm assumido responsabilidades de casais em outro ciclo. São provedores, educadores e esteio familiar. Têm seus olhares ainda focados nos filhos o que lhes tira a capacidade de enxergarem suas próprias necessidades e necessidades de seus parceiros. Eles estão em um período da vida onde precisam de lazer, intimidade e liberdade.

Ao invés disso se iludem dizendo a si mesmos que estão ótimos e que está tudo bem pois os filhos estão bem. Vivem como se a vida fosse apenas sobreviver. Ficam em casa sem lazer. Moldam suas vidas em função da vida dos filhos. Colocam seu objetivo em agradar filhos e netos. Quando percebem estão dois estranhos morando sob o mesmo teto. Deixam de enxergar-se a si mesmos e consequentemente o parceiro, pois se eu não existo o outro também deixa de existir.

O papel que avós devem desempenhar

Avós com sua netinha

O papel de avós é diferente. Avós são pessoas que venceram todas as etapas, todos o ciclos. Foram crianças, jovens, adultos e cumpriram seu papel. Agora têm o direito de cumprirem somente o  papel de avós. Sem as limitações dos ciclos anteriores. 

  1. Não precisam limitar o seu tempo para cuidar de crianças;
  2. Não precisam usar o seu dinheiro para suprir as necessidades dos filhos;
  3. Não precisam se submeter a vontade do outro como o faziam na infância; 
  4. Não precisam de companhia os vigiando e direcionando. 

Se não de adequarem às necessidades do ciclo em que estão fatalmente vão adoecer.

Portanto: filhos libertem seus pais dos seus problemas. Deixe-os livres para viver o momento sem as responsabilidades e limitações que devem ser de vocês.

E jamais os transformem em seus filhos. Seus pais não são seus filhos. Eles têm seus próprios desejos e vontades. Respeite-os.

Uma pessoa sem a possibilidade de realizar o mínimo de suas vontades perde o desejo de viver.

Casais que se encontram neste ciclo: busquem dentro de si o que realmente desejam e procurem ouvir o que o seu parceiro deseja e aproveitem o seu tempo para satisfazer esses desejos.

Lembrem-se que em todos os outros ciclos da sua vida você nunca possuiu tamanha liberdade de atender a si mesmo. Este é o momento que o gozo vem da liberdade de ser exatamente quem se é, sem rótulos e sem limites.

Meu filho me pede algo. Dou ou não dou?

Menino chorando dentro do supermercado

Você provavelmente já observou que nos shoppings e grandes centros, uma parte significativa das mercadorias são voltadas ao público infanto-juvenil. Já presenciou também mães, tentando controlar seus filhos aos prantos ou com agressividade interpelando-as com o assustador: eu quero! E essas mães, sem saberem o que fazer, sucumbirem diante deles, satisfazendo seus desejos por completo. Por vezes contraindo dívidas desnecessárias quando o querer é maior que suas condições financeiras.

Mães e pais na sociedade atual se vêem forçados a se adequarem, ou melhor, adequarem seus filhos a um padrão desenfreado de consumo: 

  • brinquedos que se renovam com enorme rapidez;
  • roupas que servem ao consumismo das marcas;
  • celulares que ultrapassam qualquer patamar do usual para uma criança;
  • alimentos altamente viciantes e inadequados para a saúde. 

Tudo isso em nome do:

“quero dar para o meu filho o que eu não tive”,

outras vezes ao

“não quero que ele se sinta excluído quando perto dos amigos ou na escola”

e na pior delas:

“não consigo dizer não ao meu filho pois tenho medo que fique traumatizado”.

O mercado transforma pais em parceiros e filhos em consumidores

Mãe e adolescentes comprando

O mercado aproveita-se de todas essas emoções e faz hoje do público infantil e juvenil uma de suas maiores fatias, ou poderia eu dizer “presas fáceis” pois o mercado está a caça da maneira mais agressiva possível, e não se importa com a idade ou inconsciência de nossas crianças.

Transformam pais em parceiros e filhos em consumidores. As consequências? Crianças adoecidas pela incapacidade de satisfação, pois logo que se termina uma compra, volta-se novamente o vazio querendo algo mais para preencher este espaço. 

Existe sim um prazer no adquirir que não pode ser ignorado, o grande problema é que é preciso permanência desse gozo por um mínimo de tempo e hoje o mercado tem transformado nossas crianças em seres permanentemente desejantes, pois nada os satisfaz por um tempo maior do que algumas poucas horas (senão minutos). 

Nada pode aplacar a busca pelo novo, pelo diferente que está sempre presente. Tudo muda em uma fração mínima de tempo. Sempre há algo a desejar. Os pais são meras marionetes neste sistema. A peça chave entre o oferecer e o querer, aquele que tem o poder de compra, mas não o poder da decisão. O mercado oferece, meu filho quer e eu dou. O querer se transformou em negócio, em lucro. Todas as vezes que meu filho recebe um objeto desejado já lhe é apresentado outro e então

ele adoece porque perde a capacidade ter prazer com o que possui.

Isto causa adoecimento psíquico, ansiedade e frustração. Se seus filhos estão ansiosos como quase todas as crianças hoje estão, saiba que além das redes sociais, esta necessidade constante de consumo sem nunca se sentir satisfeito é sim uma das grandes causas.

O que fazer então? Como saber quando e o que dar a ele?  

Mãe conversando com filho

Antes de tudo você precisa observar a sua volta, enxergar a si mesma. Existem três caminhos a seguir quanto quando queremos comprar algo, você pode comprar:

  1. o que quer
  2. o que precisa ou 
  3. o que necessita

Certifique-se  quais destes requisitos você tem atendido. Se estiverem em desequilíbrio será preciso rever pois você já se curvou ao mercado e precisa começar primeiro consigo mesma, reequilibrando esses pontos.

Depois desta auto-avaliação faça o mesmo quanto ao que você dá ao seu filho. Você tem dado mais: o que ele quer, o que precisa ou o que necessita? O equilíbrio está no controle destas três vertentes. 

Como avaliar tudo isto? Simples. O que ele quer aplaca sua raiva e agressividade momentaneamente, o que ele precisa contribui com o seu desenvolvimento físico, o que necessita proporciona desenvolvimento mental e espiritual.

Devemos oferecer prontamente o que necessitam, com consciência o que precisam e com limites o que querem. 

Em resumo: limite-se em ferecer a ele o que ele quer, equilibre o que ele precisa e foque especialmente naquilo que ele necessita

Você também quer que seu filho “seja um sucesso”? Eu não pensaria assim se fosse você…

Criança parecendo um executivo de grande empresa

Muitos pais têm se preocupado em demasia com o futuro dos seus filhos. Assim fazem de seus filhos verdadeiros receptáculos de conhecimento na ilusão de estarem garantindo seu sucesso futuro. Vejo crianças e adolescentes com agendas dignas de grandes intelectuais, são horas de estudo, aprendizado de línguas, práticas esportivas e tantas outras atividades vistas como necessárias ao seu desempenho futuro. 

Crianças massacradas que não podem ser crianças em nome de um futuro de sucesso. O primeiro ponto que precisamos entender é o que verdadeiramente é ser uma pessoas bem sucedida. 

O erro de criar uma criança para o sucesso

Criança infeliz estudando

Assimila-se sucesso a capacidade das pessoas de possuírem bens materiais: casas, carros, viagens, fama ou prestígio.

Mas, o ter realmente me torna bem sucedida? O que tenho é capaz de me tornar feliz? Todos já sabemos a resposta, um grande e belo não

Ter conforto é necessário mas não é garantia de sucesso. Possuir riquezas é prazeroso mas não é passaporte para a felicidade. Ter fama faz com que nos sintamos “importantes”, não é garantia de ter valor. Muitos pais estão preparando seus filhos, guiando-os para profissões que podem lhes proporcionar riquezas mas não os tornarão pessoas de sucesso, pois sucesso é a capacidade de sentir-se pleno e realizado com a vida que se tem, é a capacidade de ter satisfação com o que se faz e uma vez se fazendo apenas por dinheiro esta satisfação não será alcançada. 

Esses pais  poderão ter filhos ricos, porém infelizes. A criança precisa ter espaço para ser criança para que seja um adulto saudável.

Se a obrigamos a cumprir tarefas que vão além de suas capacidades em nome de um futuro “brilhante” estamos fazendo com que queime etapas do seu  desenvolvimento e isso criará consequências desastrosas em sua mente,

pois memórias de sofrimento estarão sendo implantadas e estas memórias as impedirão de serem felizes no futuro.

Muitas vezes ficamos sem entender quando nos deparamos com notícias de pessoas famosas que perdem a vida por overdose de drogas ou medicamentos e outras vezes se matam. Como pode? Elas eram tão bem sucedidas?! Tinham tudo que se pode desejar: dinheiro, prestígio e fama. Isto nos mostra que sucesso está distante de tudo isto. 

É preciso viver cada fase da vida, tudo tem seu tempo…

Criança pulando e se divertindo

Sucesso é ter consciência do valor interno que se tem pois o que possuímos tem preço, mas o que somos tem valor.

Enquanto acharmos que o valor está no que possuímos estaremos perdidos em busca de algo inexistente. Devemos criar nossos filhos para que sejam felizes pois se eles vivenciarem este estado de plenitude reconhecerão seus valores e aquilo que tem preço será menos importante e menos necessário. 

  • Crianças precisam ser crianças, viverem esse momento com menos responsabilidades e mais prazer. 
  • Adolescentes precisam de espaço para serem adolescentes, precisam de liberdade para viverem além dos estudos e das tarefas que os escravizam em nome de uma carreira promissora. 
  • Jovens têm o direito a juventude que só se vive uma vez. São quase adultos mas ainda não o são. Devem ter a juventude respeitada como período de adaptação às responsabilidades futuras pois uma vez que essas se fizerem presentes jamais eles serão os mesmos, jamais serão livres. 

Precisamos entender que quando chegar a hora eles buscarão os seus melhores caminhos e cabe a nós apenas apoiá-los e orientá-los conforme suas próprias escolhas. 

Como devo atuar então?

Mãe ajudando a criança a estudar.

Jamais devemos direcioná-los abruptamente por um determinado caminho, pois na verdade estaremos escolhendo oportunidades que são melhores para nós, segundo as experiências que nós vivemos, tudo isso escondido por trás de nossas expectativas para eles, o que é sempre um mal.

Uma vez que as expectativas são nossas a probabilidade de não serem alcançadas por eles é infinitamente grande. Eles estarão sendo direcionados a cumprirem nossos desejos e vontades. Saiba que ninguém pode ser feliz distante dos seus próprios desejos e vontades, ninguém pode ser feliz cumprindo um caminho que é de um outro alguém.

Sejamos compassivos com nossos filhos. Permitamos que vivam suas próprias vidas sem que precisem viver a vida que “sonhamos” para eles.

Meu bebê acabou de nascer e tenho medo de tudo. O que faço agora?

Mãe com bebê deitado sobre o peito

A sabedoria popular nos ensina:

“Pé de galinha não mata pinto”

e saiba que há uma grande verdade contida em uma frase tão simples, uma verdade que pode e deve te tranquilizar de imediato. 

Sua mente possui uma programação que faz parte da sua natureza biológica. Vou chamar este impulso natural de: “programa mãe”. Se você deixar com que este programa aconteça como deve, deixar com que flua naturalmente, você não terá problemas ao executar sua função e muito menos razões para temer,  ele não deixa espaço para o medo. Deixe de lado tudo que lhe ensinaram sobre os erros que pode cometer pois eles são inevitáveis e focar em tantos erros só fará você sofrer. Viva intensamente o momento sem neuras e é aí que você conseguirá encontrar a verdadeira felicidade de ter e criar uma criança. Ocupe sua mente com as coisas do momento sem se preocupar demais com o futuro.

O porquê de surgirem tantos medos

Mãe ansiosa

Antes de ele nascer, apesar de tudo que o bebê necessitava depender exclusivamente de você, não precisava de ser pensado. Era tudo natural, fazendo parte de você biologicamente as coisas eram mais fáceis, suas ações ainda podiam ser egoístas que tudo “continuaria” bem. Seu corpo era a casa que abrigava, protegia e nutria o ser que existia somente de dentro de você. O bebê ainda não estava literalmente presente no seu mundo, era parte de você e só você era o mundo dele.O risco de perdê-lo, ou não ser suficientemente boa, estava mais distante.

Agora que ele está em suas mãos,  tamanha fragilidade lhe assusta.

E eu sei que é duro aquele momento em que cai a ficha: puxa, sou mãe… e agora?

Mesmo que você já tenha outros filhos o medo e a insegurança se repetem. É muita dependência e fragilidade para lidarmos. Questionamentos internos são frequentes, medos infundados são reais. Há uma mistura de emoções. São reações físicas e psicológicas. Por mais que seu corpo tenha se modificado durante a gravidez, o seu papel, a sua função ainda permaneciam inalterados, você era apenas filha e esposa e estes papeis você já conhecia. 

Você estava na sua zona de conforto. Agora assumiu um novo papel, uma nova função: mãe.  É o desconhecido se apresentando, é o novo que chega, mesmo que seja pela segunda ou terceira vez. Você perdeu o seu lugar, sua zona de conforto e isto é assustador e ainda precisa cuidar de uma nova vida tão frágil e dependente. Por ser uma situação tão complexa e com tantos nuances é que surgem esses medos.

Como lidar com tantos medos?

Mãe cuidando de bebê

Seu corpo está tentando se refazer, sua mente tentando se adaptar mas não há tempo. A vida não pára, o bebê não espera. Você agora é fonte de alimento, proteção e vida. Todos os seus medos e emoções afloram e em meio a tudo isto você está feliz e triste, plena e incompleta, oscilando entre medos e certezas, gozo e pavor. Mas quando você olha para o seu bebê, no fundo você sabe que tudo sabe, que pode ficar tranquila. Isto é real. Você sabe, você pode e fará tudo da maneira mais eficaz para que tudo corra bem. Sabe porque? Sua mente já tem tudo arquivado, todos os programas para conduzir toda e qualquer situação. 

Assim como capacitou você para gerar e parir também irá conduzi-la nesta nova caminhada. Você só precisa permitir que ela o faça. Deixe-a guiar você, siga sua intuição sem medo e verá que pode conduzir cada etapa que seu filho irá percorrer.

Ele sabe que você é a mãe dele e que irá suprir suas necessidades e você saberá quando e como supri-las. Relaxe!

A mente só opera no presente, ela busca soluções para tudo o que está acontecendo no momento, por isso ocupar-se é saúde para a mente, preocupar-se, veneno.

Quando você “pre-ocupa”sua mente não há como ela solucionar algo que não existe, que está no futuro. Ela entra em desequilíbrio porque não tem como dar uma resposta para o que não é real e você chama este desequilíbrio de ansiedade. Se quer que tudo corra bem, deixe-a livre ocupando-se do momento, solucionando tudo que estiver acontecendo.

Você chamará isto de prazer e o seu bebê de amor.

Conclusão

Mãe fazendo pilates com bebê ao lado

Tudo que existe na verdade é: ausência ou presença. Deixe sua mente presente no momento que estiver vivendo, ocupe sua mente. Estar com a mente ocupada é equilíbrio mental e o equilíbrio é o desfrutar do que chamamos felicidade. Felicidade nos remete as leis da natureza e educar uma criança é adptá-la a estas leis. Lembre-se: todo efeito tem uma causa mas todas as causas também têm um efeito.

Para criar filhos saudáveis precisamos apenas nos firmarmos em causas mais nobres.

Em sentimentos positivos e definitivamente o medo está distante de ser um deles. Esqueça de tentar transformar seu filho no seu ideal ou no ideal dos outros, pois a transformação muda somente a forma. Causas nobres e sentimentos positivos no relacionamento com ele desde a mais tenra idade vai levá-lo a transmutação pois a transmutação desperta a essência e a essência é amor.