Meu filho me pede algo. Dou ou não dou?

Menino chorando dentro do supermercado

Você provavelmente já observou que nos shoppings e grandes centros, uma parte significativa das mercadorias são voltadas ao público infanto-juvenil. Já presenciou também mães, tentando controlar seus filhos aos prantos ou com agressividade interpelando-as com o assustador: eu quero! E essas mães, sem saberem o que fazer, sucumbirem diante deles, satisfazendo seus desejos por completo. Por vezes contraindo dívidas desnecessárias quando o querer é maior que suas condições financeiras.

Mães e pais na sociedade atual se vêem forçados a se adequarem, ou melhor, adequarem seus filhos a um padrão desenfreado de consumo: 

  • brinquedos que se renovam com enorme rapidez;
  • roupas que servem ao consumismo das marcas;
  • celulares que ultrapassam qualquer patamar do usual para uma criança;
  • alimentos altamente viciantes e inadequados para a saúde. 

Tudo isso em nome do:

“quero dar para o meu filho o que eu não tive”,

outras vezes ao

“não quero que ele se sinta excluído quando perto dos amigos ou na escola”

e na pior delas:

“não consigo dizer não ao meu filho pois tenho medo que fique traumatizado”.

O mercado transforma pais em parceiros e filhos em consumidores

Mãe e adolescentes comprando

O mercado aproveita-se de todas essas emoções e faz hoje do público infantil e juvenil uma de suas maiores fatias, ou poderia eu dizer “presas fáceis” pois o mercado está a caça da maneira mais agressiva possível, e não se importa com a idade ou inconsciência de nossas crianças.

Transformam pais em parceiros e filhos em consumidores. As consequências? Crianças adoecidas pela incapacidade de satisfação, pois logo que se termina uma compra, volta-se novamente o vazio querendo algo mais para preencher este espaço. 

Existe sim um prazer no adquirir que não pode ser ignorado, o grande problema é que é preciso permanência desse gozo por um mínimo de tempo e hoje o mercado tem transformado nossas crianças em seres permanentemente desejantes, pois nada os satisfaz por um tempo maior do que algumas poucas horas (senão minutos). 

Nada pode aplacar a busca pelo novo, pelo diferente que está sempre presente. Tudo muda em uma fração mínima de tempo. Sempre há algo a desejar. Os pais são meras marionetes neste sistema. A peça chave entre o oferecer e o querer, aquele que tem o poder de compra, mas não o poder da decisão. O mercado oferece, meu filho quer e eu dou. O querer se transformou em negócio, em lucro. Todas as vezes que meu filho recebe um objeto desejado já lhe é apresentado outro e então

ele adoece porque perde a capacidade ter prazer com o que possui.

Isto causa adoecimento psíquico, ansiedade e frustração. Se seus filhos estão ansiosos como quase todas as crianças hoje estão, saiba que além das redes sociais, esta necessidade constante de consumo sem nunca se sentir satisfeito é sim uma das grandes causas.

O que fazer então? Como saber quando e o que dar a ele?  

Mãe conversando com filho

Antes de tudo você precisa observar a sua volta, enxergar a si mesma. Existem três caminhos a seguir quanto quando queremos comprar algo, você pode comprar:

  1. o que quer
  2. o que precisa ou 
  3. o que necessita

Certifique-se  quais destes requisitos você tem atendido. Se estiverem em desequilíbrio será preciso rever pois você já se curvou ao mercado e precisa começar primeiro consigo mesma, reequilibrando esses pontos.

Depois desta auto-avaliação faça o mesmo quanto ao que você dá ao seu filho. Você tem dado mais: o que ele quer, o que precisa ou o que necessita? O equilíbrio está no controle destas três vertentes. 

Como avaliar tudo isto? Simples. O que ele quer aplaca sua raiva e agressividade momentaneamente, o que ele precisa contribui com o seu desenvolvimento físico, o que necessita proporciona desenvolvimento mental e espiritual.

Devemos oferecer prontamente o que necessitam, com consciência o que precisam e com limites o que querem. 

Em resumo: limite-se em ferecer a ele o que ele quer, equilibre o que ele precisa e foque especialmente naquilo que ele necessita

Como conscientizar nossos filhos sobre gravidez na adolescência?

Adolescente com teste de gravidez positivo nas mãos

Observando através da janela do meu carro num dia quente de verão, avistei (quase nua) uma mulher ainda criança, pois não passava de seus quatorze anos. Mulher ou menina, não sei dizer, pois ainda na pouca idade estava gerando um bebê.

Confesso que não fiquei espantada porque aquele quadro era apenas mais um dentre tantos que já acompanhara nas minhas andanças diversas, principalmente por instituições filantrópicas.

Devido à fragilidade daquela garota, me senti compelida a entender o que tem levado tantas meninas a se tornarem mulheres antes da hora e mães fora do tempo.

A sexualização na idade errada como parte do problema

Sexualização infantil em filme do Netflix

Não sei se você sabe, mas no Brasil a taxa de gravidez na adolescência é maior do que no resto do mundo. Isso levou a ONU em 2019 a gerar um alerta sobre o problema para que nosso governo passasse a ficar atento e tomasse as devidas precauções. Aparte das questões socio-econômicas e educacionais que envolvem o tema, percebo que há um problema cultural importante de ser comentado:

as crianças e adolescentes, mesmo ainda muito jovens, têm sido levados a serem sexualizados muito cedo.

Sexualizar-se cedo ocorre quando você , por exemplo, ensina, permite ou incentiva que crianças e adolescentes:

  1. Usem roupas muito sensuais;
  2. Convivam em ambientes onde se manifestam detalhes e aspectos sexuais inapropriados para a idade delas; 
  3. Tenham contato com pornografia ou acesso ilimitado à redes sem controle;
  4. Se insinuem sexualmente e/ou utilizem um vocabulário inapropriado e de maneira constante;
  5. Se interessem demais por aspectos sexuais mesmo antes do despertar dos seus hormônios;
  6. Estejam tendo comportamentos definidos como “namoro” ainda muito jovens; 
  7. Presenciem momentos íntimos sem cautela.

Se um desses fatores puder  ser observado em sua casa ou em ambientes próximos, é um sinal que você pode estar contribuindo para a sexualização prematura de crianças e adolescentes próximas a você.

Menina dançando com roupa mais apropriada para adultos

A sexualização infantil e na adolescência é um dos fatores que aumentam a probabilidade de gravidez por razões óbvias. O problema é que uma criança ou adolescente sexualizado acaba se envolvendo com sexo antes de terem maturidade para respeitar o próprio corpo e o do outro. Não se respeitando e tendo ainda pouco conhecimento, não se previnem da gravidez. Caso ela ocorra, eles não possuem  maturidade para assumir o papel de pai ou mãe e daí em diante você já sabe tudo o que pode ocorrer: crianças mal cuidadas, avós assumindo papel de pais, adolescentes desperdiçando seu potencial e queimando as etapas da vida.

É dessa forma que a sexualização exacerbada na tenra idade torna-se uma das causas da desestruturação familiar e naturalmente vai agravar ou perpetuar esta desestruturação.

Somos uma tríade complexa. Temos em nós a mulher, a mãe e a fêmea (assim como o homem possui a tríade homem, pai e macho). O equilíbrio destas três instâncias é o que determina nossa maturidade. A capacidade que temos de transitar e assumir esses papéis é determinante para o nosso equilíbrio. Um adolescente está distante de ter alcançado este equilíbrio e por isso não deve despertar a fêmea ou o macho tão cedo em um período em que há tantos desequilíbrios, razões e porquês para se encontrar. 

O que posso fazer para conscientizar meu filho ou filha?

“Ensina teu filho o  caminho que deve andar e ele jamais se afastará dele”.

  • Se for mãe de menina, o importante é que você ensine sua filha que ser livre vai além usar roupas que exponham seu corpo.Ser empoderada é ser consciente de suas potencialidades e saber usufruir delas, que ser mulher é ir além da fêmea que também faz parte dela, mas não é ela.
  • Caso seja mãe de menino, ensine a ele que ser macho é insuficiente para torná-lo homem. Que ser homem é o seu objetivo de vida pois quando entender o que é ser homem entenderá que  vai além da masculidade, pois supera a capacidade de reprodução.
Mãe falando com adolescente sobre sexo

Dê abertura aos seus filhos para aprenderem com você sobre sexualidade e sexo, não torne isso um “assunto do qual não se pode falar”. Deixe claro a naturalidade e a importância de ambos e principalmente que existe um momento certo para usufruirem da sua natureza sexual.

Mostre a eles que o corpo precisa estar pronto e desenvolvido para que tudo aconteça de maneira plena e saudável.

  1. Deixe claro a eles que seus valores devem estar acima dos seus instintos;
  2. Deixe claro que você está aberta a orientá-los sem julgamentos cobranças;
  3. Deixe claro também que o sexo fará parte de suas vidas mas não precisa ser ponto de partida para se tornarem pais. Oriente-os quanto aos métodos contraceptivos mais eficientes com naturalidade, inclusive explicando seu funcionamento em detalhes.

Sexo não é tabu, mas também não pode ser vulgarizado como se tem visto atualmente. Ensine a sua filha que emponderar-se vai além do corpo passa pela capacidade de usufruir de todas as suas potencialidades principalmente a inteligência. E ensine a seu filho que somente se tornando um homem será capaz de atrair uma mulher e ser feliz com ela. Ensine-os que há um momento para tudo e que a sabedoria de saber esperar é o que traz integridade e a certeza de um futuro feliz e equilibrado para todos. 

Você também quer que seu filho “seja um sucesso”? Eu não pensaria assim se fosse você…

Criança parecendo um executivo de grande empresa

Muitos pais têm se preocupado em demasia com o futuro dos seus filhos. Assim fazem de seus filhos verdadeiros receptáculos de conhecimento na ilusão de estarem garantindo seu sucesso futuro. Vejo crianças e adolescentes com agendas dignas de grandes intelectuais, são horas de estudo, aprendizado de línguas, práticas esportivas e tantas outras atividades vistas como necessárias ao seu desempenho futuro. 

Crianças massacradas que não podem ser crianças em nome de um futuro de sucesso. O primeiro ponto que precisamos entender é o que verdadeiramente é ser uma pessoas bem sucedida. 

O erro de criar uma criança para o sucesso

Criança infeliz estudando

Assimila-se sucesso a capacidade das pessoas de possuírem bens materiais: casas, carros, viagens, fama ou prestígio.

Mas, o ter realmente me torna bem sucedida? O que tenho é capaz de me tornar feliz? Todos já sabemos a resposta, um grande e belo não

Ter conforto é necessário mas não é garantia de sucesso. Possuir riquezas é prazeroso mas não é passaporte para a felicidade. Ter fama faz com que nos sintamos “importantes”, não é garantia de ter valor. Muitos pais estão preparando seus filhos, guiando-os para profissões que podem lhes proporcionar riquezas mas não os tornarão pessoas de sucesso, pois sucesso é a capacidade de sentir-se pleno e realizado com a vida que se tem, é a capacidade de ter satisfação com o que se faz e uma vez se fazendo apenas por dinheiro esta satisfação não será alcançada. 

Esses pais  poderão ter filhos ricos, porém infelizes. A criança precisa ter espaço para ser criança para que seja um adulto saudável.

Se a obrigamos a cumprir tarefas que vão além de suas capacidades em nome de um futuro “brilhante” estamos fazendo com que queime etapas do seu  desenvolvimento e isso criará consequências desastrosas em sua mente,

pois memórias de sofrimento estarão sendo implantadas e estas memórias as impedirão de serem felizes no futuro.

Muitas vezes ficamos sem entender quando nos deparamos com notícias de pessoas famosas que perdem a vida por overdose de drogas ou medicamentos e outras vezes se matam. Como pode? Elas eram tão bem sucedidas?! Tinham tudo que se pode desejar: dinheiro, prestígio e fama. Isto nos mostra que sucesso está distante de tudo isto. 

É preciso viver cada fase da vida, tudo tem seu tempo…

Criança pulando e se divertindo

Sucesso é ter consciência do valor interno que se tem pois o que possuímos tem preço, mas o que somos tem valor.

Enquanto acharmos que o valor está no que possuímos estaremos perdidos em busca de algo inexistente. Devemos criar nossos filhos para que sejam felizes pois se eles vivenciarem este estado de plenitude reconhecerão seus valores e aquilo que tem preço será menos importante e menos necessário. 

  • Crianças precisam ser crianças, viverem esse momento com menos responsabilidades e mais prazer. 
  • Adolescentes precisam de espaço para serem adolescentes, precisam de liberdade para viverem além dos estudos e das tarefas que os escravizam em nome de uma carreira promissora. 
  • Jovens têm o direito a juventude que só se vive uma vez. São quase adultos mas ainda não o são. Devem ter a juventude respeitada como período de adaptação às responsabilidades futuras pois uma vez que essas se fizerem presentes jamais eles serão os mesmos, jamais serão livres. 

Precisamos entender que quando chegar a hora eles buscarão os seus melhores caminhos e cabe a nós apenas apoiá-los e orientá-los conforme suas próprias escolhas. 

Como devo atuar então?

Mãe ajudando a criança a estudar.

Jamais devemos direcioná-los abruptamente por um determinado caminho, pois na verdade estaremos escolhendo oportunidades que são melhores para nós, segundo as experiências que nós vivemos, tudo isso escondido por trás de nossas expectativas para eles, o que é sempre um mal.

Uma vez que as expectativas são nossas a probabilidade de não serem alcançadas por eles é infinitamente grande. Eles estarão sendo direcionados a cumprirem nossos desejos e vontades. Saiba que ninguém pode ser feliz distante dos seus próprios desejos e vontades, ninguém pode ser feliz cumprindo um caminho que é de um outro alguém.

Sejamos compassivos com nossos filhos. Permitamos que vivam suas próprias vidas sem que precisem viver a vida que “sonhamos” para eles.

Meu bebê acabou de nascer e tenho medo de tudo. O que faço agora?

Mãe com bebê deitado sobre o peito

A sabedoria popular nos ensina:

“Pé de galinha não mata pinto”

e saiba que há uma grande verdade contida em uma frase tão simples, uma verdade que pode e deve te tranquilizar de imediato. 

Sua mente possui uma programação que faz parte da sua natureza biológica. Vou chamar este impulso natural de: “programa mãe”. Se você deixar com que este programa aconteça como deve, deixar com que flua naturalmente, você não terá problemas ao executar sua função e muito menos razões para temer,  ele não deixa espaço para o medo. Deixe de lado tudo que lhe ensinaram sobre os erros que pode cometer pois eles são inevitáveis e focar em tantos erros só fará você sofrer. Viva intensamente o momento sem neuras e é aí que você conseguirá encontrar a verdadeira felicidade de ter e criar uma criança. Ocupe sua mente com as coisas do momento sem se preocupar demais com o futuro.

O porquê de surgirem tantos medos

Mãe ansiosa

Antes de ele nascer, apesar de tudo que o bebê necessitava depender exclusivamente de você, não precisava de ser pensado. Era tudo natural, fazendo parte de você biologicamente as coisas eram mais fáceis, suas ações ainda podiam ser egoístas que tudo “continuaria” bem. Seu corpo era a casa que abrigava, protegia e nutria o ser que existia somente de dentro de você. O bebê ainda não estava literalmente presente no seu mundo, era parte de você e só você era o mundo dele.O risco de perdê-lo, ou não ser suficientemente boa, estava mais distante.

Agora que ele está em suas mãos,  tamanha fragilidade lhe assusta.

E eu sei que é duro aquele momento em que cai a ficha: puxa, sou mãe… e agora?

Mesmo que você já tenha outros filhos o medo e a insegurança se repetem. É muita dependência e fragilidade para lidarmos. Questionamentos internos são frequentes, medos infundados são reais. Há uma mistura de emoções. São reações físicas e psicológicas. Por mais que seu corpo tenha se modificado durante a gravidez, o seu papel, a sua função ainda permaneciam inalterados, você era apenas filha e esposa e estes papeis você já conhecia. 

Você estava na sua zona de conforto. Agora assumiu um novo papel, uma nova função: mãe.  É o desconhecido se apresentando, é o novo que chega, mesmo que seja pela segunda ou terceira vez. Você perdeu o seu lugar, sua zona de conforto e isto é assustador e ainda precisa cuidar de uma nova vida tão frágil e dependente. Por ser uma situação tão complexa e com tantos nuances é que surgem esses medos.

Como lidar com tantos medos?

Mãe cuidando de bebê

Seu corpo está tentando se refazer, sua mente tentando se adaptar mas não há tempo. A vida não pára, o bebê não espera. Você agora é fonte de alimento, proteção e vida. Todos os seus medos e emoções afloram e em meio a tudo isto você está feliz e triste, plena e incompleta, oscilando entre medos e certezas, gozo e pavor. Mas quando você olha para o seu bebê, no fundo você sabe que tudo sabe, que pode ficar tranquila. Isto é real. Você sabe, você pode e fará tudo da maneira mais eficaz para que tudo corra bem. Sabe porque? Sua mente já tem tudo arquivado, todos os programas para conduzir toda e qualquer situação. 

Assim como capacitou você para gerar e parir também irá conduzi-la nesta nova caminhada. Você só precisa permitir que ela o faça. Deixe-a guiar você, siga sua intuição sem medo e verá que pode conduzir cada etapa que seu filho irá percorrer.

Ele sabe que você é a mãe dele e que irá suprir suas necessidades e você saberá quando e como supri-las. Relaxe!

A mente só opera no presente, ela busca soluções para tudo o que está acontecendo no momento, por isso ocupar-se é saúde para a mente, preocupar-se, veneno.

Quando você “pre-ocupa”sua mente não há como ela solucionar algo que não existe, que está no futuro. Ela entra em desequilíbrio porque não tem como dar uma resposta para o que não é real e você chama este desequilíbrio de ansiedade. Se quer que tudo corra bem, deixe-a livre ocupando-se do momento, solucionando tudo que estiver acontecendo.

Você chamará isto de prazer e o seu bebê de amor.

Conclusão

Mãe fazendo pilates com bebê ao lado

Tudo que existe na verdade é: ausência ou presença. Deixe sua mente presente no momento que estiver vivendo, ocupe sua mente. Estar com a mente ocupada é equilíbrio mental e o equilíbrio é o desfrutar do que chamamos felicidade. Felicidade nos remete as leis da natureza e educar uma criança é adptá-la a estas leis. Lembre-se: todo efeito tem uma causa mas todas as causas também têm um efeito.

Para criar filhos saudáveis precisamos apenas nos firmarmos em causas mais nobres.

Em sentimentos positivos e definitivamente o medo está distante de ser um deles. Esqueça de tentar transformar seu filho no seu ideal ou no ideal dos outros, pois a transformação muda somente a forma. Causas nobres e sentimentos positivos no relacionamento com ele desde a mais tenra idade vai levá-lo a transmutação pois a transmutação desperta a essência e a essência é amor.

O que devo despertar em meu filho? Medo ou respeito?

Criança com medo atrás da parede

Existem dúvidas entre a necessidade de despertar tais emoções nas relações entre pais e filhos. Uma grande parte dos pais, quase sempre por não saberem melhores caminhos, acaba optando por uma regra simples: instigam medo em seus filhos, acreditando que se a criança não sente medo, não vai respeitá-los. 

Pensam que é a partir do medo da surra, que vão deixar de fazer bagunça; do medo do desapontamento, que vão fazer o que mandaram quando estão fora da presença dos pais; do medo de serem expulsos de casa, que vão utilizar métodos anticoncepcionais ao transarem; do medo dos xingamentos que vão ser respeitosos com as pessoas mais velhas. Enfim, pensam que educação e medo andam juntos e acabam construindo uma relação a partir daí, solidificada em um alicerce de medos diversos que não resultam em nada mais do que uma criança/adolescente/adulto inseguro e incompleto.

Qual é a diferença entre medo e respeito?

Os contos de fada podem nos ajudar a entender esta diferença. O medo é tão desnecessário nos relacionamentos que quando presente os desarmoniza completamente. O respeito, pelo contrário, é a maior fonte de harmonia de todos os relacionamentos.

A diferença entre o medo e o respeito é clara: o medo é imposto, o respeito é conquistado.

O ser humano só é capaz de amar alguém que ele admire, não há amor onde há medo ou temor. 

Se nos reportamos ao clássico da Disney: “A Bela e a Fera” veremos claramente esta representação. A Bela é aprisionada no castelo por medo, então o único desejo que nutre em seu coração é o desejo de partir de deixar aquele lugar. Só não o faz pelo medo do que a Fera possa realizar em relação a ela e aos que ela deseja proteger. 

Com o passar do tempo, a medida em que a Fera se deixa conhecer e permitir que as virtudes que tem dentro de si sejam percebidas, essa relação vai se modificando e a Bela então vai substituindo o sentimento de medo por respeito à criatura que existe dentro do monstro. A Bela percebe que o monstro é apenas o produto de todas as pressões externas que a criatura enfrentou, mas que dentro daquele invólucro existe uma essência que desperta na Bela um sentimento de admiração.

Este novo sentimento transforma o desejo de partir em uma vontade de permanecer ao lado daquele ser. 

O medo gera vontade de separação e enfraquece a criança

Criança distante da mãe

Os contos nos levam a estas reflexões de forma muito simples e na relação entre pais e filhos o que ocorre é muito similar. O medo desperta vontade de separação porque não passa pelo caminho da admiração, estando sim sob o comando da opressão. Filhos que têm medo de pais agressivos, rígidos demais ou violentos, logo quando puderem irão deixá-los e vão evitar seguir os seus conselhos pela vontade imensa que têm dentro deles de não serem iguais aos seus pais. Sendo assim, é natural que evitem absorver seus ensinamentos por receio de se assemelharem a eles.

Tomemos por exemplo filhos de pais alcoólatras e agressores: eles têm muito medo das ações destes pais e este medo é confundido com respeito. Isto é ilusão. Eles podem até se comportar de acordo com o que lhes é imposto, mas é questão de tempo até se libertarem e agirem de outra forma, já que nunca lhes foi dado a oportunidade de entender os valores que deveriam permear tais comportamentos. Os comportamentos são adquiridos através de agressões e ameaças – claras ou veladas – que consequentemente enfraquecem a criança.

O respeito surge pela admiração e fortalece a criança

Criança admirando o pai

O respeito só pode ser despertado pela admiração. Admira-se os pais pelo que são e representam no contexto do relacionamento. Pela proteção que oferecem, pelo respeito com que tratam a criança e o cônjuge. Vale lembrar que quando você trata mal o seu parceiro você está tratando mal uma pessoa que a criança ama 

profundamente, portanto respeitar o parceiro é fundamental para despertar  a admiração que levará seu filho a respeitar você. 

O respeito surge dos sentimentos mais profundos da criança por isso a fortalecem.

Então quando ela tiver a oportunidade de driblar as regras não o fará para não perder a admiração daqueles que ela também admira.

O respeito gera na criança este equilíbrio interno que é suficiente para que ela mesma reflita nos momentos mais importantes e saiba se portar corretamente nos mais diversos ambientes para manter o equilíbrio familiar.

Ok, eu atuo errado, o que fazer daqui por diante?

Primeiramente não ceda à tentação de utilizar o medo como forma educacional sempre que se sentir acuada ou sem recursos. O medo parece ser mais efetivo no curto prazo mas saiba que a longo prazo ele é uma péssimo recurso. Quando utilizamos o medo para educar nossos filhos eles acabam atuando imediatamente como esperamos, e isto nos dá esta falsa sensação de que estamos fazendo o certo. O respeito, resultado da admiração, gera valores educacionais perenes e dá à criança um verdadeiro exemplo a ser seguido. Comece a observar os momentos em que utiliza o medo como método educacional e substitua por outras formas de atuação. Deixe-me dar alguns exemplos:

  1. Ao observar a criança gritando ou falando muito alto: primeiro veja se você não grita com ele sempre quando quer que faça algo, se você grita sempre, está aí uma provável origem. A criança vê que quando você quer algo utiliza este recurso e, por imitação, vai tentar fazer o mesmo. Comece parando de gritar (seja com ela ou com outras pessoas) quando necessitar de algo, se for em relação a ela, exija que ela o faça com firmeza mas sem utilizar o recurso do grito ou de incutir o medo;
  2. Seu filho adolescente teima com você em tudo o que fala: saiba que ele está no processo de se tornar pai e mãe de si mesmo por isso a rebeldia surge nos momentos mais improváveis. Lembre-se que isto vai passar. Seja firme. Posicione-se como a figura de poder que você é. Mostre a ele quem dita as regras. Não ameace fazer o que não vai cumprir. Cada palavra sua deve ser cumprida. Promessas não cumpridas são atestado de fraqueza. Se prometer, cumpra.  E o mais importante: evidencie as qualidades e acertos dele antes das críticas. O que alimentamos sempre é o que vai sobreviver. Alimente qualidades com suas palavras e os defeitos irão morrendo de inanição. Torne-se alguém que ele admire e possa confiar e então será você seu melhor amigo (a).

É importante lembrar que limites devem ser impostos e respeitados. Você precisa entender que se quer que seu filho o respeite, precisa respeitá-lo antes porque o aprendizado das crianças começa pela imitação. O “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço” é a desculpa que usamos para justificarmos nossos maus comportamentos.

Corrija o seu filho sempre que necessário mas o faça em particular. Você não precisa mostrar aos outros que é forte e sim a ele.

Todos os “erros” precisam ser corrigidos e as consequências evidenciadas. Corrigir em público, como muitos pais o fazem, gera baixa estima na criança e fortalece a agressividade pois correção em público se torna humilhação.

Despertar o respeito no seu filho é oferecer a ele um modelo a ser seguido e isso é libertador. É oferecer a ele as ferramentas necessárias para tornar-se respeitado e ser respeitado o livrará de situações constrangedoras e difíceis que o mundo nos oferece. 

Como lidar com a tristeza dos filhos após a separação dos pais

Criança triste com a separação dos pais

Quando um relacionamento termina é doloroso para todos. Não importa quem decida inicialmente pela separação: a dor, tristeza e sensação de vazio preenchem os espaços de todos os corações envolvidos. 

Para os casais que possuem filhos essa dor pode ser ainda maior. Isso porque não somente o casal compunha aquele sistema, mas a família como um todo. E toda vez que um sistema se desfaz, há forças que atuam para que ele permaneça. Por isso, mesmo quando um casamento se torna tóxico e o casal se sente mal juntos, ainda há tanta dificuldade em dissolvê-lo e seguir em frente por caminhos separados.

E é normalmente nessa situação difícil da separação que os pais ainda precisam lidar com uma outra realidade: percebem seus filhos tristes, desolados e sem chão. A pergunta que surge é: como lidar com a tristeza dos filhos e ajudá-los a superar este momento difícil?

O maior erro que os pais cometem ao se separarem

Criança ouvindo os pais brigando

Um ponto que às vezes passa despercebido para os pais é que o rompimento familiar não deve ser completo.

Este rompimento de laços se dá somente entre os pais e não entre pais e filhos. O maior erro que se pode cometer neste momento é envolver os filhos nesta batalha.

Os sentimentos e emoções negativas que existem entre os pais não são os mesmos que os filhos nutrem em relação a eles. Tentar usar os filhos para atingir o outro destrói os filhos internamente, pois eles são obrigados a ter ações que não condizem com seus sentimentos e isto os fazem sentirem-se culpados, e saibam vocês que, depois de anos de consultório atendendo a filhos nessa situação eu descobri que a culpa os esmaga a alma. 

Há uma ligação muito mais profunda entre os filhos e os pais do que entre os cônjuges. Tentar transformar a relação entre eles na mesma relação conturbada que se vive no momento da separação é impossível e constitui um grave erro. Usar os filhos como arma ou bengala é o ápice do egoísmo. Lembre-se: talvez o casal não se goste mais (ou até se odeie) e tenham motivos reais para tal, entretanto é preciso respeitar os sentimentos dos filhos. 

Filhos raramente deixam de amar os seus pais, mas o casal pode deixar de se amar com certa facilidade

Menino brincando com seu pai

Deixar de amar pai e mãe é um caminho tortuoso. Você já parou para pensar sobre isso? Se temos dificuldade de deixar de amar alguém que entra em nossa vida quando já somos adultos (como cônjuje ou amigos), como deixar de amar alguém que esteve conosco desde nosso nascimento? Pense nisso. Há laços que se você tentar rompê-los trarão consequências muito difíceis de serem equacionadas posteriormente. Por isso, você mãe, não cometa erros como:

  1. Falar mal do pai dos seus filhos;
  2. Tentar convencer os filhos do quanto o pai é desnecessário ou desumano;
  3. Gerar discórdia entre pai e filhos falando coisas como: “Ele não liga para vocês!”, “Ele não quer estar com você nos momentos em que deveria.”, “Ele não quer saber se você come ou deixa de comer!”;

Enfim, não crie um campo de batalhas que envolva os seus filhos. Deixe-os fora do ringue em que vocês decidiram se engalfinhar, pois eles não possuem maturidade e nem base sentimental para isto. Seus filhos terão que enfrentar a sensação de perda da separação física e isto já será difícil demais. Não complique mais esta situação adicionando dificuldades que as crianças e adolescentes ainda não são capazes de processar.

A origem da tristeza nas crianças e adolescentes

Criança triste com a separação dos pais

Ver um pai ou mãe partir gera uma grande sensação de abandono na criança. Ela sente que está sendo deixada pelo cônjuge que se vai. Ela não consegue processar a situação e entender que o cônjuge que vai está deixando o outro cônjuge e não a ela. Esta é a origem de sua tristeza. A sensação de abandono que ela sente é tão grande e incontrolável que a faz mergulhar em uma tristeza sem tamanho que pode se refletir:

  1. Nos estudos: a criança pode ficar mais desatenta, sem vontade para os estudos ou para ir para a escola;
  2. Na alimentação: perde o interesse até mesmo em comer as coisas que mais gosta;
  3. Em seu ânimo: fica desanimada para realizar várias tarefas, por exemplo, mesmo se gosta de futebol ou balé acaba por ficar sem vontade de realizar a atividade.

E é por conta dessa tristeza que muitas crianças manifestam uma vontade inata de querer unir os pais novamente.

Você já deve ter podido presenciar cenas de crianças ou adolescentes, mesmo novinhos, falando coisas como:

  1. “Queria que meus pais voltassem a ficar juntos.”;
  2. “Ah, eu gostava mais de quando a gente viviamos todos juntos.”;
  3. “Peço a Deus todas as noites para meu pai (ou minha mãe) voltar para casa.”;

Saiba que isso é natural e acontece com várias crianças. Na verdade sua mente está buscando caminhos para que aquela dor termine, e a volta da família como era antes é o caminho mais claro que ela enxerga. Ainda que os filhos sejam adolescentes, você vai perceber os movimentos que eles fazem para tentar unir os pais novemente.

Talvez você se irrite pensando que ele já é adulto o suficiente para entender a situação, mas saiba que o raciocínio neste momento está ausente diante das emoções que preenchem todo o seu ser. Eles estão tentando se livrar da dor por traz da sensação de abandono que, devido à partida de alguém que eles amam, os está machucando por dentro.

O que fazer para ajudar os filhos?

Mãe consolando seu filho

Para ajudá-los você precisa entender que eles são pessoas que estão ali a mercê de suas ações. Você está ferida porque suas expectativas foram frustradas e por isso sente raiva do cônjuje, mas seus filhos sentem amor e não devem deixar de senti-lo. 

Não tente fazer com que eles sintam o que você sente, com que vejam o outro com o seu olhar pois este olhar se opõe aos sentimentos das crianças ou adolescentes. Fazer com que eles vivam com essa culpa por não sentir o que você quer que eles sintam pode gerar doenças psíquicas sérias em seus amados filhos.

Deixe que ele ame quem você não ama mais. Deixe que ele conviva e desfrute da companhia de quem você não deseja mais e sem se sentirem culpados por isto. Nunca tente manchar a imagem do pai ou mãe deles, pois estará destruindo suas referências e um ser humano sem referências é um ser humano órfão de base familiar.

E se foi você quem saiu de casa, faça com que eles sintam que você só mudou de endereço, e que de forma nenhuma os abandonou. Esteja sempre presente na vida dele. Passe tempo com ele. Crie uma rotina que o inclua e quando estiver com ele esteja de verdade. Não tente enganá-lo com uma presença ausente (por exemplo estar presente com ele mas sempre com o celular na mão fazendo outra coisa), isto é doloroso demais para a criança ou adolescente.

Muitos pais quando estão com seus filhos o fazem sem estar ali. Os deixam na casa com seus brinquedos como se isto bastasse e se iludem travestindo-se de pais presentes.

Essa ausência é pior porque a criança sente você ausente. Isso porque a criança não sabe como trazê-la para sua companhia novamente.  Quando você está longe ela sabe que pode ligar e pedir sua presença, mas você estando ali, ela se sente impotente porque não sabe o que fazer. 

Quando se dispuser a estar com seu filho esteja com ele literalmente e nunca, nunca prometa que irá vê-lo ou buscá-lo para uma atividade e não compareça, pois, cada vez que isto acontece ele experimenta novamente a dor do abandono tão intensa como no dia que você partiu. Tenha compromisso com ele e seja fiel às expectativas dele. Assim a tristeza irá diminuindo pois o abandono da partida vai sendo substituído pelo prazer enorme dos reencontros.

“Mães tóxicas”: aprenda como não ser uma!

Mãe tóxica conversando com filho

Quando me tornei mãe algumas pessoas me diziam que devíamos criar os nossos filhos para o mundo, outras que devíamos criá-los para Deus, outras que deveríamos criá-los simplesmente livres. Qual dos caminhos seguir então?

Em minha própria experiência aprendi que devemos criá-los para si mesmos, criá-los para que sejam felizes e livres.

E o mais importante: quando digo livres significa que precisam ser livres também em relação a nós, suas mães. 

A dependência dos pais é uma prisão

Criança em uma cela de presídio

A pior prisão que podemos construir para os nossos filhos é a da dependência de nós. A natureza nos mostra em seus ambientes naturais, seja vegetal ou animal, a sabedoria da separação:

  • Para que as mudas se tornem plantas, precisam ser retiradas da matriz e libertas da fonte que as supre; 
  • Sementes para que germinem precisam ser lançadas ao solo sem a proteção do fruto;
  • Os animais, quando se reproduzem, têm um tempo limitado para prepararem suas crias para que se tornem adultas e logo que detectam esta capacidade as lançam para a vida adulta. Caso isto não ocorra suas crias tornam-se fracas e incapazes de sobreviver. 

Na natureza o ciclo da vida acontece de maneira equilibrada porque não existem criaturas de almas adoecidas. Não há transtornos mentais. Os animais “sabem” que devem ser necessários apenas o suficiente para que suas crias sobrevivam e assim elas se fortalecem e se capacitam a permanecer e perpetuarem a espécie. Porém os seres humanos tendem a se tornarem cada vez mais necessários a seus filhos disfarçando esta codependência em amor, o que está longe de sê-lo.

O que são mães tóxicas?

Filha incomodada com a mãe

Mães necessárias (ou tóxicas) são na verdade seres amedrontados pelo medo de se tornarem descartáveis e por isso prendem seus filhos, transformando-os em eternas crianças incapazes de sobreviverem sozinhas.

São mães que não criam os filhos visando sua liberdade e capacidade própria de viver.

Não entendem que o melhor que podemos fazer por nossos filhos é libertá-los de nós. Devemos buscar o nosso equilíbrio, a nossa felicidade para que possamos ajudá-los a buscar o próprio equilíbrio, a própria felicidade. Devemos entender que nossa atenção deve estar voltada primeiramente para nós mesmas afinal um cego não pode guiar outro cego.

Todo excesso gera excesso. Excesso de dedicação gera excesso de dependência, excesso de dependência gera excesso de fracasso.

O equilíbrio é o ponto central de todas as coisas, é o ponto central da saúde mental e familiar. Somente o equilíbrio na relação de pais e filhos pode gerar saúde mental, emocional e social. Pais inseguros tendem a criar dependência máxima em seus filhos para mantê-los junto a si. Não percebem que estão sendo movidos pelo próprio egoísmo pois disfarçam suas atitudes em excesso de cuidados e amor. Na verdade estão privando seus filhos de vida em abundância, o que lhes é de direito. 

O que isso causa na psicologia dos filhos?

Mãe chingando a filha

Muitas mães procuram os consultórios levando seus filhos tristes e ansiosos, outras vezes depressivos e agressivos sem entender o que está acontecendo para deixá-los assim. Se vêem como mães perfeitas pois protegem suas crias em tempo integral. Elas precisam compreender que na verdade seus filhos estão clamando por vida, pois vida só existe em liberdade e eles nunca se viram livres de seus cuidados excessivos, presença constante e controle exagerados. 

Elas fazem isso e ainda se sentem merecedoras de algo que eles se sentem incapazes de oferecer: amor. Só podemos devolver a alguém o que recebemos, e o que eles recebem desse tipo de mãe está longe de ser amor, é apego

Ao receber apego, os filhos devolverão apego, e este ciclo vicioso se instala disfarçado de amor. Amor com amor se paga.

Muitas mães sufocam os filhos de maneira tão intensa que lhes adoece a alma. 

  • Prendem os filhos em casa o tempo todo sem perceberem que o que está por trás de suas atitudes é no mais puro egoísmo, o que temem na verdade é a dor que elas podem sentir caso algo lhes aconteça. O centro de sua proteção são elas mesmas; 
  • Privam seus filhos da convivência com outras crianças e tantas outras experiências que são necessárias ao seu crescimento. Deixar os filhos longe dos perigos é exatamente o que os enfraquece. 

É preciso deixar que cometam os próprios erros

Criança machucada

Evitar que tropecem deixa-os incapazes de pular as pedras, pois é justamente a necessidade de se proteger que os capacita a fazê-lo. Mães que impedem seus filhos de brincarem por causa da sujeira dos ambientes nunca entendem o porquê de adoecerem tanto. E a medida em que eles crescem, mais elas fortalecem a redoma ao redor deles regando-a com tecnologia de ponta, deixando-os longe dos “perigos” necessários. Perigos que se resumem na possibilidade de que elas possam sofrer caso algo aconteça a eles.

Assim esses filhos são impedidos de viverem plenamente pois vivem sem o gozo necessário a cada fase que percorrem porque o que determina o prazer de viver casa momento é determinado pelos estímulos que são recebidos. Para cada estímulo existe uma experiência correspondente. Por sermos seres de gozo só nos tornamos saudáveis quando vivenciamos as situações com prazer. O trauma que todos procuram entender e encontrar nada mais é que uma experiência vivida sem gozo ou onde tenha havido um gozo regado de culpa.

O que fazer para não ser uma mãe tóxica?

Mulher perguntando

Quando prendemos os nossos filhos estamos impedindo que tenham os estímulos necessários a este estado de gozo. Pois a medida que ele cresce mudam os estímulos e a fonte de prazer. “Mudam-se os tempos mudam-se as vontades”, a sabedoria popular já nos ensina. Se quando ainda criança nosso filho tinha prazer por estar ao nosso lado, somente com a nossa presença,  quando adolescente precisa da convivência com os amigos para sentir prazer, precisar gozar das amizades e do que elas lhes oferecem, adulto necessita ainda da companhia da parceira (o). Em cada fase necessita de algo além de nós e é esta necessidade de alguém além de nós que nos amedronta. Esta possibilidade de abandono que leva mães a se tornarem tóxicas levando seus filhos a dependência, seja emocional ou financeira para se tornarem necessárias. Vale lembrar que o necessário não é indispensável. 

Para não  ser uma mãe tóxica basta permitir: permita que seu filho vá e viva, não o crie dentro de uma redoma, seja ela física ou emocional. Deixe-o viver e aprender também com a vida, isso é saudável e faz parte de um bom desenvolvimento.

São os medos mais profundos que adoecem essas mães e as tornam fontes de adoecimento dos filhos. Para saírem deste lugar basta se lembrarem que nossos filhos pertencem a eles mesmos. Somos apenas guardiãs de mentes em desenvolvimento e como guardiãs devemos ser mestres e não chefes ou guias. O poder que a princípio temos sobre eles deve lhes ser entregue logo que possam ser guias de se mesmos.

Sexualidade infantil

Nossa mente experimenta as sensações que o nosso corpo proporciona a medida em que o cérebro se desenvolve e assim o permite. Para cada momento que a criança está vivendo, seu cérebro também está se desenvolvendo e permitindo que ela perceba o mundo ao seu redor, novas partes do corpo e novas sensações. Você pode ficar tranquila que para essas novas vivências e aprendizados a mente tem uma resposta adequada, um programa capaz de proporcionar a ela uma experiência equilibrada. Assim como a mente da criança fez com que ela respirasse no exato momento em que foi cortado o cordão umbilical, a mente também é capaz de guiá-la nas demais necessidades.

Sexualidade é diferente de sexo

A sexualidade é uma das experiências naturais e mais bonitas que todo ser humano poderá vivenciar em sua vida. Está deturpada e vulgarizada, mas a criança – ao se desenvolver – está sendo naturalmente preparada para a experiência natural e intrínseca da sua espécie. O que pode desviá-la deste caminho é a exposição ao que se vive hoje neste quesito: uma exposição anti-natural e exagerada.

Muitos pais se assustam diante das primeiras constatações de uma sexualidade latente em seus filhos pequenos e não sabem lidar com isso. A verdade é que deviam se alegrar, pois lhes mostra que a criança está se desenvolvendo corretamente. Sexualidade não é sexo. Sexualidade é a capacidade que o todos deveriámos ter de vivenciar um relacionamento sexual equilibrado. A sexualidade é natural, pessoal e saudável. Através do desenvolvimento equilibrado da sexualidade infantil é que nos tornaremos adultos capazes de uma vida sexual ativa e prazerosa. E uma vida sexual dentro desses parâmetros é que vai evitar muitos dos desvios e adoecimentos psicológicos que abarrotam os consultórios nos dias de hoje.

Sexualidade é um processo que prepara o seu filho para o sexo futuro. Simples assim. Nada há de pecaminoso ou passível de punições. Sexualidade é individual, sexo é a dois. 

Como se dá a sexualidade na infância

Menino e menina sorrindo

A medida que a criança cresce o cérebro vai se desenvolvendo e permitindo que sua mente perceba partes do corpo que lhe proporcionem prazer. O corpo libera esta energia acumulada por vários canais. Porém a mente da criança, por o cérebro ainda estar em desenvolvimento, não registra esta liberação em todos os canais imediatamente. Isto vai acontecendo aos poucos. No início a criança só consegue perceber isto através da boca. Isto pode ser observado quando o bebê mama pois você consegue perceber claramente como ele,além de se alimentar, se acalma e entra numa espécie de torpor e logo adormece com um semblante de prazer total. Isto acontece porque ele se livrou do que a incomodava: a sensação de fome. 

Logo depois o cérebro se desenvolve mais um pouco e a mente então pode registrar a sensações anais. A sensação de prazer quando as fezes passam pelo esfíncter, pois neste momento ele sente o quanto esta energia densa dentro dele causa incômodo e quando liberada a deixa leve. 

Após esta fase, o cérebro então se desenvolve mais e permite agora que a criança perceba as sensações genitais. Ela vai perceber que ao tocar nesta parte do corpo sente algo diferente, uma espécie de “choquinho” por isso ela se toca. Ela faz isto sem qualquer conotação com o sexo em si. Ela ainda não tem conhecimento sobre  sexo em toda a sua extensão.

É um erro punir a criança nestes momentos em que está se tocando. Não há maldade nisso.

Ela está apenas experimentado novas sensações. Entendendo isso fica claro que nestes momentos o mais importante é direcioná-los para outras fontes de prazer.

O que fazer quando percebo que a criança está descobrindo sua sexualidade?

Mãe conversando com filho sobre sexualidade

Este momento normalmente ocorre por volta dos 2,5 a 3 anos de idade. Quando você presenciar estes primeiros momentos em que a criança estiver se tocando, saiba que isso é normal e você deve tratar este momento como algo normal de fato, oferecendo à criança outras “opções” sem dar muita ênfase ao ato. Diga a ele ou ela: 

“venha cá meu filho tem a brincadeira mais legal que essa. Venha que eu vou lhe mostrar.”

E brinque com ele(a) de outra coisa. Realizar este trabalho é especialmente importante. Isso porque a criança vai registrando em suas memórias a informação de que esta experiência é apenas uma entre outras tantas fontes de prazer, ao invés de criar um registro de “algo proibido” ou “algo que não deve ser feito” ou mesmo algo “de extrema importância” .Ela registra este fato como mais uma experiência natural em sua vida, o que torna este momento saudável e encaminhado de maneira simples. 

Por quê é importante tratar a sexualidade de maneira natural?

Bebê olhando com olho esbugalhado

Aquilo que consideramos “maldade” em relação à sexualidade ainda não faz parte do mundo da criança. O que ela está fazendo quando se toca ou se masturba é experimentar uma das sensações que o corpo lhe proporciona. Caso seja punida severamente nessas primeiras experiências pode registrar numa memória de que esta fonte de prazer é proibida e então sua mente tentará protegê-la de punições futuras anulando as sensações nesta parte de seu corpo.

Assim, uma vez adulta, quando o sexo lhe for permitida e for algo de importância crucial em sua vida,  sua mente a impedirá que ter prazer. E então você vai encontrar mulheres que são incapazes de obter orgasmos e doenças ligadas ao sistema reprodutor, homens com impossibilidades de ereção, ejaculação precoce e tantas outras dificuldades relacionadas à prática sexual.

Para finalizar

Entenda que em cada fase, seu filho apresentará comportamentos que são apenas consequências de seu desenvolvimento. Fique atenta para a maneira como VOCÊ vê o mundo não ser a maneira como você julgará suas atitudes. A vida é leve e deve ser vivida com leveza. Sem opressões indevidas, sem julgamentos e punições desnecessárias. A criança continuará se desenvolvendo e sua mente continuará preparando-a para a vida adulta no ritmo dela. Deixe que isto aconteça naturalmente. O seu papel é direcionar os seu caminhos para o equilíbrio. Equilíbrio é o ponto de saúde mental. Então, apenas direcione seus aprendizados com clareza sem incentivos descabidos, sem sexualizá-la mas também sem amedrontá-la com castigos, punições e principalmente, cadeias mentais de pecados que só  existem mesmo na imaginação de quem os analiza.

Quando devo dar um animal de estimação para o meu filho?

Crianças brincando com seu cão

Na medida em que nossos filhos vão crescendo as necessidades vão se modificando e questões diversas surgem. Uma delas, que já me foi trazida diversas vezes no consultório, é a que dá título a este artigo. “Quando uma criança pode ter um animal de estimação?”

Resposta simples: quando você, mãe/pai, for capaz de gostar verdadeiramente deste animal.

Muitos pais presenteiam seus filhos com bichanos simplesmente porque são um objeto de desejo dos filhos ou deles mesmos. Às vezes vêem nesta prática um caminho para desenvolver certos sentimentos e atitudes nos filhos sem levar em conta que são duas vidas em jogo: a da criança e a do animal. De fato, este é um caminho para desenvolver sentimentos na criança, mas isto só pode ocorrer se for feito da forma correta.

Animais não podem ser tratados como brinquedos. Quando pais se esquecem desta realidade dificilmente haverá um ganho para a criança, pois o aprendizado sobre respeito que deveria surgir ao ter um animal se perde já no início, quando se trata do bicho como se fosse um objeto.

Animais não podem ser tratados como objetos

Cachorro ao lado de objetos

Muitos pais compram cãezinhos lindos para os filhos e quando eles crescem e começam a “dar trabalho” simplesmente os descartam, sem pensar no efeito que isto tem na criação de seus filhos. O efeito pode ser devastador.

Quando isto ocorre seu filho está aprendendo com você que o que não é “bonitinho” e comportado não merece ser amado e pode ser descartado.

Este aprendizado pode ser extremamente danoso para a formação da criança.

Sua atitude pode despertar nele o medo de crescer, de deixar de ser “bonitinho” porque poderá ser descartado assim como ocorreu com o seu “amigo”. Ele então desejará ser uma eterna criança, e isso poderá permear também sua fase adulta. 

Você talvez não entenda, no futuro, o porquê de seu filho ser tão infantil em suas atitudes e ter comportamentos incompatíveis com a idade que possui, tais como:

  • Uso de voz sempre fina em relação a idade; 
  • Trejeitos de criança de um modo geral;
  • Compra de objetos  infantis mesmo sendo adulto;
  • Necessidade intensa de atenção;
  • Cobranças indevidas em relação a você, como se ainda precisasse ser “aquela mãe” de idades mais tenras;
  • Etc, etc…

Outra possibilidade que pode ocorrer é que ele se identifique com você, tomando para si o seu exemplo ao descartar o bichano e entenda que o que lhe incomodar ou for dispendioso poderá ser descartado. Então,

não se surpreenda se, em sua velhice, quando naturalmente você se tornar menos necessária e produtiva, ele escolha um caminho de “descartar” a sua presença.

Determinados aprendizados que acontecem na infância por atitudes que nem damos tanto valor naquele momento, podem se perpetuar nas memórias e gerar comportamentos que são incompatíveis com as necessidades de uma boa convivência familiar.

A morte de um animal é um evento importante

Homem tentando reviver animal morto

Outra atitude comum dos pais em relação aos bichos de estimação acontece quando o animal se perde ou morre. Na ânsia de evitar o sofrimento dos filhos logo compram outro animal em substituição ao anterior. Medem os sentimentos dos filhos pela própria régua e acham que vai ficar tudo bem. Outro grande erro.

Neste caso, ele está aprendendo com você que pode substituir uma vida por outra. Está aprendendo que quando um ser amado se vai, basta colocar outro no lugar. 

Ou poderá se sentir completamente desrespeitado em sua dor como se fosse errado sofrer pela perda. A criança precisa viver o seu luto, precisa vivenciar o processo da perda, esvaziar-se da dor para então estar pronta para oferecer amor a um outro animal, desenvolvendo e ampliando sua capacidade de sentir. 

Ela precisa entender que pode amar novamente. Isto é completamente diferente de substituir ou transferir sentimentos. Sentimentos não podem ser simplesmente substituídos e muito menos transferidos para um outro ser. Eles são criados por vínculos que necessitam de tempo para serem construídos.

O tratamento de um animal não deve ser realizado com desprezo

Cachorro atrás das grades

Dar a ele um animal e tratá-lo com desprezo, como a maioria das famílias o fazem, terá consequências graves e talvez você não as entenda quando surgirem. O desprezo a um animal dado por uma família pode ser visto quando, por exemplo, elas: 

  • Simplesmente amarram seus cães no quintal e os alimentam como se isto bastasse;
  • Não dão carinho em hipótese alguma e a todo momento os rechaçam;
  • Quando não cuidam da sua saúde e bem estar;
  • Deixam-nos por tempos a fio sem companhia e cuidados essenciais tais como banho e limpeza do local onde vivem.

Criam-nos como se fossem brinquedos na estante a disposição, para os filhos se divertirem somente nos momentos que quiserem. Seus filhos estão aprendendo que podem possuir outra vida contando que dêem a ela o mínimo necessário.

Isso pode gerar no adulto a crença de que o mínimo necessário é suficiente. Não se surpreenda quando, no futuro, você tenha que conviver com um adulto e ouvir dele coisas como: “eu ponho comida em casa, eu te sustendo, do que você está reclamando?” Fique feliz e se abstenha então de qualquer argumento, pois você foi um excelente mestre ensinou seu filho a agir desta forma por meio de suas próprias atitudes.

Conclusão

Animal não é brinquedo é vida.

Somente se você for capaz de entender isto e for capaz de amar um animal deverá dar um animal ao seu filho para que ele aprenda com o seu exemplo. Seu filho aprende com a ligação que você tem com o animal, pois ter um bicho em casa na verdade é uma experiência vivida em família que se estende ao seu filho, está longe de ser uma relação apenas entre a criança e o bichano.

Um animal também não é apenas um método de ensino para crianças. Os próprios bichos possuem diversas necessidades tais como as crianças e precisam de cuidados e amor. Você precisa entender isto antes de se aventurar a dar, ou melhor, a criar um animal junto com seu filho. Nesta relação amorosa ele então aprenderá com você a cuidar de uma outra vida que depende dele, e perceber que este ser lhe devolve tudo que possui de mais precioso: amor incondicional, fidelidade e companhia genuína. Aprenderá que os animais nos oferecem muito mais do que nós oferecemos a eles e têm mais a nos ensinar do que possamos imaginar. Aprenderá que o animal não tem sorte em ser adotado por nós  Na verdade somos nós que somos privilegiados por tê-los conosco. 

Existem mães que gostam de todos os filhos de igual maneira? Impossível!

Mãe com seus vários filhos, um ainda na barriga.

Irmãos são uma relação complexa e as vezes difícil, não é mesmo? Para nós que somos mães há momentos que nos sentimos em um beco sem saída. Claro que você já não presenciou uma cena assim na sua vida ou irá presenciar:

Sentados a mesa, durante um almoço de domingo, os filhos começam aquela velha discussão:

_ “Minha mãe gosta mais do nosso irmão mais velho!”, diz o caçula.

_ “Não, ela gosta mais é do irmão do meio.” retruca o mais velho.

_ “Que nada! Ela sempre gostou mais de você porque é o caçula. Comenta o do meio.

Sempre a mesma disputa por um amor que sugere um certo desamor e você, mãe, no meio de tudo tentando provar o contrário, tentando fazer com que acreditem que gosta de todos de igual maneira. 

O padrão ideal de mãe

Mãe e filhos representando um ideal

Aceitando  este papel, você acaba gastando sua energia para se enquadrar em um padrão de mãe, que lhe convenceram ser o da mãe ideal: santa e tão perfeita que é capaz de gostar de seres diferentes de igual maneira.

Vamos parar de mentir para nós mesmas e para outras mães que sofrem com a culpa pelo que realmente sentem. Somos seres limitados, comuns, imperfeitos e vulneráveis a situações e emoções, como todos os outros presentes neste planeta, portanto não precisamos nos enquadrar neste ideal.

Certa vez li um texto do qual transcrevo agora uma pequena parte. O texto é uma resposta que uma mãe, ao ser questionada sobre qual filho amaria mais, expressou:

_ “Amo mais ao que tenha fome até que seja alimentado. Amo mais aquele que sente frio até que seja aquecido. Amo mais ao que tem sede até que seja saciado. Amo mais aquele que se perdeu até que seja encontrado…. e assim ela nos brinda com grande sutileza enumerando todas as necessidades do filho mais amado até que chegue a necessidade do reencontro após a última separação.” 

Está é a resposta que ecoaria naturalmente de todas as mães, aquilo que está lá no fundo mas nem sempre sabemos falar. Somos programadas para proteger nossos filhos, portanto é natural que as mães estejam mais presentes na vida daquele filho que julguem mais precisar dela seja financeira, emocional ou psicologicamente. 

Gostar dos filhos de maneira diferente é natural

Mãe com filho "preferido" no colo

É o instinto natural de toda mãe. Os filhos, por não entenderem ser este um comportamento instintivo, o confundem com um amor desigual. É preciso porém que isto fique claro para as mães para que possam admitir para si mesmas seus sentimentos, pois o amor vai além dos instintos, das emoções e necessidades de auto proteção e preservação. 

Quando uma mãe se vê em uma situação onde a sobrevivência de um filho esteja em perigo, ela ultrapassa todos limites, inclusive colocando a própria vida em segundo plano em relação à vida do filho. Qualquer mãe oferecerá um órgão compatível a um dos filhos seja ele qual for, em caso de necessidade de um transplante, sem qualquer questionamento. Isto é amor. Pois é ação. É ato. O amor se traduz em atos que ultrapassam nossos padrões de auto amor e auto proteção. Acontece no campo da racionalidade da área mais sutil de nossa consciência. 

A diferença entre amar e gostar

Nunca se cobrem pelas emoções que experimentam pois as emoções transitam pelo campo do gostar. As mães amam igualmente cada filho mas gostam de forma diferente. O amor é genuíno, se apresenta de forma totalmente desvinculada dos instintos. O gostar é humano e está diretamente ligado as emoções. O amor é oferecido em igual proporção a cada filho uma vez que é infinito e imensurável. O gostar é proporcional as emoções que prevalecem nas relações, assim haverá um gostar mais acentuado em relação aquele filho que for mais presente, com o qual a mãe tiver maiores afinidades. Aquele que lhe der mais atenção e lhe fizer melhor companhia. 

Entenda a palavra companhia no sentido mais profundo, pois companhia é diferente de estar presente. É claramente possível, por exemplo, que um filho esteja presente na vida da mãe por questões financeiras e não lhe faça companhia genuína, o que permeará tal relação de emoções negativas.  Gostar de maneira individual de cada filho é presente em todas as mães. A tentativa de corresponder a uma figura ilusória de perfeição e de exigir está perfeição é que machuca, adoece e desequilibra as famílias.

Saibam filhos que são amados igualmente mas gostados de acordo com as emoções que despertam, com o que oferecem. O amor de mãe é incondicional o gostar não.

Se liberte da obrigação de ser perfeita

Mãe empoderada e se sentindo liberta

Mães, libertem-se da obrigação de serem perfeitas. Saibam que podem admitir todos os seus sentimentos em relação a seus filhos. Não precisam verbalizar e dizer claramente sobre suas preferências pois o falar pode machucar e deve ser evitado. Mas o saber que esses patamares são naturais evita o sofrimento por uma culpa sem sentido. Libertem-se desta culpa pois estes sentimentos são comuns em todas nós mesmo que a maioria tente nega-lo.

Quando encontrarem seus filhos disputando o seu amor, deixe que o façam pois isto tem haver  com eles. A maturidade também irá libertá-los da necessidade de serem os preferidos, mais queridos e escolhidos. Observe e fique tranquila, consciente de que o amor que sente por cada um deles é genuíno e o gostar merecido dentro da sua capacidade emocional. E mesmo que,aos olhos que a observam, você seja injusta por se manter mais junto a um ou outro, na sua infinita capacidade de se entregar por amor, você sabe que aquele filho necessita mais de voce devido as limitações que ele possui. Seja livre para ser a mãe que precisa ser.

Conclusão

O amor acontece no campo da razão e não das emoções. Não é sentimento. É traduzido em atos. Nos foi pedido que amássemos nossos inimigos e quando não entendemos o que é o amor isto se torna impossível. Podemos, mesmo sem gostar de alguém, praticar o amor adotanto atitudes corretas em relação a este alguém. Isto é o que chamamos “ato de amor”. Mas nos é impossível gostar de alguém que nos causa dor, algo natural dentro das nossas limitações humanas. Então, pratiquemos sempre o amor sem reservas em relação a todos principalmente aos nossos filhos, mas sejamos livres para gostar mais ou gostar menos daqueles que mereçam este sentimento.