O que um filho deve fazer para “honrar a seus pais”?

Filho abraçando a mãe mais velha

Nos disseram que deveríamos honrar pai e mãe, mas não nos ensinaram como fazê-lo, porquanto, nos perdemos em busca de grandes conquistas para atingir tal honra. E aí é apenas

quando nos tornamos mães e nos deparamos com os filhos adultos é que percebemos que a única coisa que desejamos é que sejam felizes. 

Experimentamos uma dor física e também na alma quando os vemos em sofrimento. Um sofrimento que nos faz sentir impotentes e tristes por não poder ajudá-los a resolver suas dores mais íntimas. Nesse momento, tudo o que sonhamos é que estejam bem, que estejam em paz, que consigam desfrutar um pouco da felicidade. Esta é a honra que os pais desejam que os filhos lhes dêem. Daí se pode concluir que

a maneira mais efetiva que um filho pode honrar seu pai e mãe é buscando a própria felicidade. 

Um filho próspero, honra a seus pais!

Filho e pai alegres

Se queres honrar pai e mãe seja próspero no sentido exato da palavra. Não confunda prosperidade com riqueza. Ser rico é possuir bens materiais e uma conta bancária abastada,

ser próspero é estar em equilíbrio em todos os setores da sua vida, principalmente no emocional.

É estar bem consigo, com os demais e principalmente com a própria vida. É ter felicidade e liberdade. É não submeter sua vida e suas ações ao desejo e vontade do outro, seja este outro quem for. Somente assim você estará “honrando pai e mãe”. 

A honra passa pelo respeito a si mesmo pelo auto-amor. Quem não ama a si mesmo é incapaz de amar o outro. Transita pela vida como um morto vivo alimentando-se da energia alheia e sendo fonte de alimento de outras pessoas. E uma das formas mais clássicas de um filho se alimentar e ao mesmo tempo consumir a energia dos pais é sendo desrespeitoso para com eles.

O desrespeito mina a honra

Filho dependente pedindo para o pai pagar-lhe algo

O respeito perante aos pais não está só na base do “não xingar” e “não tratar mal”, ele passa sim por todas as esferas, inclusive no aspecto financeiro. Há filhos que se tornam algozes dos pais sem percebê-lo. Vivem uma situação parasítica onde são verdadeiros hospedeiros sugando tudo dos ascendentes, financeira e emocionalmente. Usufruem dos pais sem qualquer pudor no que se refere a dependência financeira. Vêm os genitores como iguais e com a total obrigação de supri-los em suas necessidades. 

Esses pais perderam sua honra se submetendo à tirania das proles e continuam mantendo uma situação desonrosa, tentando adaptar-se às suas exigências emocionais e financeiras a qualquer custo.

Perpetuam-se na função paterna de supridores tirando também dos filhos a possibilidade de serem seres honrados (uma vez que a honra é um estágio onde somos supridores de nós mesmos).

O ciclo se perpetua mais e mais à medida em que os filhos crescem, pois ofendem aos pais na busca por atenção exclusiva e manutenção financeira. 

É desolador ver essas situações. Há um embotamento no olhar dos pais gerado pela sua formação psicológica, na qual se sentem eternamente  responsáveis por seus filhos e obrigados supri-los em todas as coisas. Erro crasso! Já que um ser que não é capaz de se sustentar só pode sobreviver parasitando outro ser. 

Esta vivência tende a destruir o hospedeiro e também o parasita, pois uma vez que o hospedeiro se esvazia de sua vida, a vida do parasita também termina.

A honra não existe em ambos. Um porque se permitiu destruir deixando de honrar a si mesmo visto que o primeiro mandamento que recebemos foi amar a nós mesmos antes de amar ao próximo, o outro por nem se tornar capaz de amar a si mesmo pois não aprendeu a amar verdadeiramente sua primeira fonte de amor: os pais.

O tripé da honra

Filhos felizes beijando a mãe mais velha

A honra passa pelo tripé mais importante que mantém a saúde mental de cada um de nós:

  1. O ouvir;
  2. O falar;
  3. O fazer. 

Para sermos felizes precisamos ouvir o que queremos, falar o que queremos e fazer o que queremos.

Na maioria das vezes os genitores ouvem o que não querem, falam o que o outro permite e fazem o que não querem por isso adoecem física e emocionalmente.

Não sabem que o início e fim são idênticos: a criança e o idoso têm características semelhantes, vivem envoltos em desejos e vontades. Não podem ser limitados o tempo todo, não podem ser privados de prazer em sua totalidade.

Enquanto a criança tem nos pais sua maior fonte de prazer e precisa da presença deles para se desenvolver, os pais – quando mais velhos – têm em si mesmos, em sua liberdade e principalmente na capacidade dos filhos de serem auto suficientes sua maior fonte de prazer. Filhos dependentes, infelizes e incapazes de equilibrar a própria vida tiram deles esta possibilidade de prazer e, portanto, desonram a seus pais. 

Não pode haver honra sem respeito, o respeito desaparece quando há injustiça e nada há de mais injusto do que a dependência sem uma justa causa. Honre a seus pais sendo independente, forte, livre e, principalmente, sabendo cultivar a própria felicidade pois

pais de filhos felizes e independentes se sentem mais amplos e completos porque sentem que de algum modo tornaram esse mundo um mundo melhor.

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