“Dou de tudo para meus filhos”. O que devo exigir em troca?

Criança e mãe conversando

Sempre observei e a ciência veio nos mostrar que os micro sistemas são semelhantes ou idênticos ao macro sistema. Isto quer dizer que tudo que existe é semelhante ao sistema universal, pertence a ele e portanto está sob uma lei suprema. Observando a natureza pude perceber situações idênticas em sistemas, aos nossos olhos, completamente diferentes. Isso permite que façamos analogias das nossas vidas com as leis que atuam no universo e tomemos decisões baseadas nelas.

O exemplo dos átomos e como podem ser comparados com nosso seio familiar

Modelo de átomo

Por exemplo, observando o movimento das partículas atômicas, foi nos mostrado que dentro dos átomos estas partículas estão em órbitas definidas ao redor de seu núcleos e que, para saltar de uma órbita a outra precisam absorver certa quantidade de energia. 

Ao absorver a energia necessária esta partícula salta e alcança a órbita seguinte. Para cada salto ela necessita absorver uma quantidade de energia que é retirada do sistema, principalmente do núcleo, e a cada salto mais se distância deste núcleo. Porém, para que faça o movimento contrário, ou seja voltar a órbita anterior, precisa devolver ao sistema a mesma quantidade de energia que retirou para o salto. 

E o que digo é: assim também funciona com nossas famílias. Nós damos uma energia enorme para nossos filhos darem seus saltos. Os ensinamos a andar e eles avançam; os ensinamos a respeitar e eles avançam; participamos dos seus estudos e eles passam de ano; enfim, são inúmeros exemplos. Tudo isso faz com que eles vão encontrando seus próprios caminhos e se distanciando do seio familiar original onde eles surgiram. A grande pergunta que passa na mente dos pais é:

“Como mantê-los por perto se todas as minhas ações fazem com que eles se afastem, ou seja, com que guiem suas vidas para longe?”

Aí está a parte mais fascinamente. Nos átomos, ao devolver a energia consumida para o sistema, a partícula salta em direção ao núcleo novamente e a cada salto emite luz. ELA SE ILUMINA. Há iluminação no momento em que entrega  a energia que retirou e não o contrário.

Isso nos dá uma noção do que deve ser feito no seio familiar: permitir que nossos filhos não apenas recebam, mas devolvam a energia que receberam.

Por que os filhos devem dar algo em troca?

Garota dando presente para sua mãe

Vejo muitas famílias se perguntando onde erraram ao observarem seus filhos distantes dos seus olhos, quase perdidos. Talvez possam entender que estamos sob uma única lei. Filhos são elementos como aquelas partículas, precisam saltar para se tornarem completos e capazes. Os pais são o núcleo do sistema e por algum tempo a fonte de energia que os abastecem para saltarem experienciando novas “órbitas”. 

O que desequilibra o sistema é que muitos pais se perdem e continuam fontes onde os filhos se abastecem sem oferecer nada em troca.

Cada vez que retiram energia do sistema, esses filhos saltam e quanto mais saltam mais distantes do núcleo se encontram.

Se observassem e se permitissem aprender com a natureza, veriam com clareza o equívoco que cometem ao não exigir que o filho devolva a energia que foi absorvida. Somente ao devolver cada parte de energia que retiraram podem saltar de volta em direção ao núcleo e, somente neste movimento podem evoluir e compreender seu papel no seio familiar.

Como pais podem ajudar os filhos a realizar seu papel?

Criança ajudando mãe e avó a cozinhar

Evolução nos remete a iluminação. Quanto mais evoluídos mais iluminados nos tornamos. Toda energia absorvida precisa ser devolvida seja de que forma for. No início a criança recebe uma quantidade imensa de energia do sistema para sobreviver e deve devolve-la em forma de graça, obediência e carinho. A medida que cresce precisa ser ensinada a devolver o que recebe em forma de cuidados com as próprias coisas, em pequenas terefas como a arrumação do quarto, cuidado com os brinquedos, respeito com as outras pessoas, entre outros. Posteriormente devem devolver de acordo com o que recebem.

Quando falamos de devolução é preciso que os pais entendam que não estamos falando em cobranças por desempenho ou por excelência. Isto se torna pressão o que é muito diferente.

O que estamos falando é de fazer a criança entender e ser inserida como parte do sistema família com direitos mas também com deveres. O erro que os pais têm cometido é o de nada exigirem se seus filhos e, a medida em que crescem, continuarem da mesma forma: fontes inesgotáveis de energia. Assim seus filhos saltam a cada vez que tiram deles energia, para novas órbitas cada vêz mais distantes do núcleo familiar. Ao não devolverem nada para o sistema, não evoluem, não se iluminam.

E esses pais se perguntam: porque meu filho esta cada vez mais distante de mim? Logo eu que lhe dou tudo? Sinto dizer mas você financiou essa viagem deu-lhe passagem e passaporte.

Concluindo

Criança colaborativa lavando a louça

Exigir colaboração dos filhos sempre, é a chave que abre as portas que o trazem para perto de nós. Não tranque a porta e jogue esta chave fora. Não pense que colaboração é algo ruim para eles pois, ao contrário, é o que lhes trará mais alegria e felicidade e, principalmente, proximidade ao seio familiar que os faz recordar sempre que são únicos, mas fazem parte de algo maior a que devem sempre respeitar e valorizar e colaborar. Mostre a seu filho que ele é importante para o sistema tanto quanto o sistema é importante para ele  mas que ele serve ao sistema e não o sistema  a ele. Evite que seu filho aprenda que é a peça mais importante da família para que quando estiver no sistema maior, no sistema social não se decepcione com a sua real condição de  elemento que tem valor pelo que contribui e não pelo que usufrui.

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